Claro, vamos falar de esporte, mas não pense em recordes ou belos lances. Pense em tijolos, cimento, licitações, lucro. Essa tem sido a tônica desde que nossos dirigentes descobriram o filão. Já não há a menor dúvida, a construção civil, definitivamente, passou a ser o segmento mais importante do nosso esporte. Vem aí, a Copa do Mundo de 2014, a Olimpíada de 2016. O futuro dos grandes eventos esportivos no Brasil tem horizonte mais amplo do que o de Ricardo Teixeira.
Uma lógica perversa, que ameaçou a Marina da Glória, e agora mira o Estádio Célio de Barros e o Parque Aquático Julio de Lamare. Os dois, segundo o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, podem ser demolidos para dar lugar a um Shopping, um Hotel ou um centro de convenções. São “equipamentos que completariam o Complexo do Maracanã”, segundo ele. Belo complemento. Piscinas e pista de atletismo é que não rimam com conjunto esportivo.
No ano passado, quando as obras andavam a passo de tartaruga, os organizadores do Pan mostravam com orgulho o Parque Aquático Julio de Lamare, era a única "reforma" quase pronta.
Estive lá, era uma manhã bonita de sol. Olhei ao redor. A arquitetura, apesar de antiga, é charmosa. Imaginei as piscinas limpas, exibindo águas azuis. Foi um exercício de imaginação agradável. Hoje, fico imaginando o que nossos dirigentes sentem quando entram ali. Ao contrário do Maracanã, o Estádio Célio de Barros e o Parque Aquático não são tombados. Que força lúcida será capaz de salvá-los?
sexta-feira, 20 de julho de 2007
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6 comentários:
Nossos dirigentes pensam com o bolso.
Meu querido e grande amigo...vc agora é virtual, parabéns. Quem ganha somos nós que teremos acesso ao que se passa nessa cabecinha privilegiada. Aproveito para fazer um pedido. Publique no blog o texto de abertura do "O dia em que me tornei ... santista". Acho que muitos, como eu, serão levados por aquela narrativa aos dias em que a coisa mais importante da vida era o gol caixote das tardes de férias. Parabéns, meu amigo, seu blog é mais uma chance de ficarmos um pouco mais próximos. Nem que seja virtualmente...
Vladir, respondo a sua pergunta com uma nova: Existe dirigente lúcido?
Grande abraço e parabéns pelo Blog. É sempre bom termos uma opção a mais, e de qualidade, como é o seu caso.
Esse é o problema Paulinho. Chutaram o coração pra fora do campo.
Caríssimo Marcus, fui procurar o texto do "Dia em que me tornei...", e achei a versão original. Nem lembrava que o texto tinha sido editado. Vou postar já! Veja lá!
Persio, acho que se a gente procurar ao longo da história acha. Desconfio que a falta de lucidez seja a marca desse nosso tempo. Abraço!
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