terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Kurosawa & Fellini

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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Futebol... Arte

Djanira - Futebol Fla Flu - 1975








Wikipedia /Djanira

Djanira, sem firulas - Museu da Pelada

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

A arquibancada precisa ter voz



O carnaval usou seu poder para contestar e esse drible na mesmice a meu ver serviu também para deixar evidente o silêncio que reina nas arquibancadas. Um silêncio que nos empobrece. Dizem que a culpa é do perfil do torcedor que agora frequenta essas praças, ainda que estádios modernos no Brasil possam ser contados nos dedos das mãos. Boa parte dos que aqui foram construídos para a Copa não merece essa patente. O cenário verdadeiro do nosso futebol ainda se faz de arquibancadas de cimento, sustentadas por estruturas carcomidas, com sua ferragem à mostra como veias esgotadas. A arquibancada poderia ser nossa grande tribuna. 

Houve uma vez em que ela falou e mostrou sua força. Corria o ano de 1979. Amargávamos a ditadura. A palavra Anistia era muito falada, mas com um detalhe: soava íntima pra valer entre intelectuais e simpatizantes da causa. Foi aí que se teve a ideia de estender em pleno Morumbi uma faixa pedindo "Anistia ampla, geral e irrestrita". Mais de cento e oito mil torcedores estavam lá pra ver o clássico entre Corinthians e Santos. O lugar perfeito pra fazê-la chegar ao povo. Avisado de que algo diferente surgiria entre os torcedores o narrador Osmar Santos deu o aviso e deixou todo mundo em alerta: "A Gaviões vai fazer uma surpresa quando o time entrar". Pouco depois a mensagem se abriu no anel superior. A polícia avançou mas desistiu diante da contra força dos torcedores. Uma vitória bem tramada que a história guarda em nobre lugar. 

Dois anos atrás durante o clássico entre Corinthians e São Paulo o juiz parou o jogo ao avistar na arquibancada faixas que apontavam a impunidade na investigação do caso envolvendo as merendas na capital paulista e o preço alto dos ingressos. Nada que pudesse ser enquadrado no Artigo 13-A do Código do Torcedor que veda o porte de cartazes, bandeiras ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo, mas não proíbe ninguém de se manifestar se respeitados tais princípios. E muito pode ser dito sem desrespeitar o que lá está escrito. 

O fato deixou claro que um árbitro de futebol não é o mais habilitado para interpretar o conteúdo de certas manifestações. Ainda mais quando o momento exige certa veemência pra fazer valer nossa liberdade de expressão. Quem sabe ao quebrar seu silêncio as arquibancadas não contaminassem as ruas com sua voz . Seja lá o que for que as mesmas venham a falar, porque se calar é a maneira mais covarde de sucumbir a esse tempo estranho que atravessamos. Dar voz ao nosso futebol - e isso vale para os que torcem e para os que jogam - seria no mínimo resgatar parte da relevância que o jogo tem na nossa história como nação.     

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Debate saudável

Cestas de Frutas - Caravaggio


Dias atrás mencionei para amigos o artigo escrito por Claudia Collucci questionando se o Brasil seria tão arrojado quanto o Chile na questão da regulamentação dos rótulos dos alimentos. Dias depois o tema esteve entre os editoriais da Folha, num tom que me soou despropositado. Atentava para a questão não tomar contornos alarmistas. Acho que de tão importante o tema exige ser tratado com coragem. Não ser alarmista nesse caso seria - em última análise - tomar cuidado com o mercado que, como sabemos, costuma ser impiedoso com nossa saúde. Qual o mal em ser veemente ao cuidar de uma questão como essa? Abaixo os links para o artigo de Claudia Collucci, para o Editorial no qual a Folha diz o que pensa e, por último, uma matéria veiculada hoje que dá a dimensão do que está em jogo.  

O Brasil terá o arrojo do Chile

Saúde e liberdade

Mudanças de hábito abala gigantes dos alimentos

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

A ruína do esporte brasileiro


O Parque Aquático Júlio Delamare e o Estádio de Atletismo Célio de Barros não foram demolidos mas têm sucumbido diante do descaso com nosso patrimônio.  Lembro que anos atrás - durante entrevista ao Roda Viva - perguntado sobre o  tema o nadador, César Cielo, disse que a piscina do Delamare era uma preciosidade. Do Célio de Barros bastaria dizer que foi palco para atletas como Ademar Ferreira da Silva, por exemplo. Muito triste. Segue abaixo matéria sobre a situação atual desses dois lugares. Nos outros dois links: como a situação foi prevista e uma visão urbanística da importância dessas duas praças esportivas. 


A triste rotina dos esquecidos Célio de Barros e Júlio Delamare

Vamos retroceder 15 anos sem Célio de Barros

Patrimônio desportivo e educacional brasileiro

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Futebol tecno, lógico !

 
O bom senso manda relevar aquele futebol nada empolgante que seu time possivelmente andou mostrando até agora. Não seria justo, e muito menos proveitoso, exigir algo que saltasse aos olhos quando a temporada nem bem começou. Concordo com o raciocínio, mas não me furto a observar que ele seria bem mais consistente se ao longo dos últimos anos depois de algum tempo nossos times de elite tivessem exibido uma melhora significativa. O que não tem sido o caso. 

Um argumento pode até não justificar o outro mas pedir que o torcedor deixe de ser passional, imediatista até, seria a última fronteira para fazer do jogo de bola algo frio. Ainda bem que tá pra nascer tecnologia capaz de substituir o ranger dos dentes, os dedos cruzados, as figas, os socos no ar, os palavrões repentinos, aquela superstição de lógica esquisita. Estamos nesse aspecto na contramão do que anda ocorrendo com o jogo propriamente dito. É incrível. No ato de torcer continuamos sendo quase demodês, pré-modernos. O que é de uma beleza redentora. 

Digo isso pois li outro dia uma manchete que dizia que o técnico Roger Machado anda vivendo dias de Disney no Palmeiras. Acabara de convencer o clube a comprar uma nova ferramenta para seu Centro de Inteligência. Com ela será possível, dizem os entendidos, calcular métricas e variáveis relativas ao tempo de recuperação da bola. Munido do aparato o treinador saberá quanto tempo o atleta comandado por ele leva para combater o adversário, quanto tempo o time fica com a bola em cada setor do campo e, detalhe interessante: quanto tempo cada jogador fica com a bola. 

É a tecnologia desmascarando um dos tipos mais famosos entre a boleirada, aquele que costuma se esconder do jogo. Isso sem falar no monitoramento por GPS, no uso de drones - para olhar o próprio time e não o dos outros é bom que se deixe claro. Detalhes que vão  dando à imprensa munição para fazer de Roger Machado uma figura simbólica desse futebol tecnológico. Mas eu, aqui do meu canto, gostei mesmo foi de ler que depois de tudo isso o técnico palmeirense pra poder mostrar aos atletas todas as descobertas e conclusões pega mesmo é a velha lousa e leva pro meio do campo. 

E aí a ciência e a tecnologia, creio, são devidamente traduzidas para o boleirês. Que me perdoem os mais modernos. Da ciência sempre fui um admirador, sempre achei que bateu um bolão. Mas com a tecnologia o papo é outro, olho pra ela desconfiado, como quem está de cara com alguém, ou algo, que pode num instante lhe colocar a bola entre as pernas, entende?  

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

"Tem que ter uma cabeça muito boa pra aguentar"



Palavras do goleiro do Palmeiras, Fernando Prass, ao comentar a condição atual de reserva no primeiro Cartão Verde, ao vivo, da temporada. Clique e assista.

Cartão Verde 08/02/2018

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Nossos carnavais



Estamos à beira da folia como vocês sabem. Folia, em tempos passados era uma maneira carinhosa de se referir ao carnaval. Este por sua vez, lembro muito bem também, era palavra usada no mau sentido quando se queria dizer que algo estava uma bagunça, uma esculhambação. De onde concluo que o que estamos vivendo mais ou menos desde 1500 não passa de um longo carnaval. É ou não é? Nunca tive vocação pra folião mas confesso na juventude ter me entregado aos prazeres de um ou outro reinado de Momo. Hoje em dia no máximo arrisco colocar um dedo e outro pra cima em cadência num domingo de carnaval ali na barraca de praia do Aurélio. 

Lamento toda a descaracterização dessa nossa grande festa popular e o fato de termos de lidar cada vez mais com as mazelas nascidas da promiscua mistura entre carnaval e futebol. Uma mostra já nos foi dada dias atrás quando foliões são paulinos e palmeirenses se encontraram num trem da CPTM em São Paulo levando pânico aos que lá estavam. E como deve ser do conhecimento de vocês, os grandes times da capital paulista têm escolas de samba a lhes representar no grande desfile. Logo, os organizadores precisaram pensar estratégias no intuito de evitar que rivais se encontrem numa mesma noite, sob pena de ter na avenida um espetáculo indesejado. É nisso que temos nos tornado, um povo com certa dificuldade para lidar com quem gosta de um time que não é o nosso, um partido que não é o nosso, uma escola que não é a nossa. 

As eleições dos clubes estão aí pra provar. Se alguém duvida é só lembrar que no último sábado, depois de eleito, o novo presidente do Corinthians precisou se esconder num banheiro feminino para não apanhar. Situação, claro, que está longe de ser privilégio corintiano. Perverso é que sem poder contar com um bom esconderijo e com uma turma devotada de seguranças repórteres acabaram agredidos. O eleito, Andrés Sanchez, deputado federal, personifica muito bem outra mistura que em nada nos tem enobrecido: a do futebol com a política. 

E por falar em carnaval, a palavra também já foi muito usada pra falar de algo - ou alguém - que quer aparecer, ficar em evidência. Qualquer semelhança com socialites é mera coincidência. Lembrei disso por causa de todo o carnaval que andam fazendo com essa questão do árbitro de vídeo. Resolver que é bom, nada. O carnaval seguirá. E triste dos que pensam que bastará um recurso eletrônico pra nos livrar de sair de certos jogos nos sentindo como se estivéssemos vivendo a ressaca de uma quarta-feira de cinzas.    

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Na hora de pagar a conta...todo mundo se escondeu !


Foto: arquivo Lance


Em resumo, a implementação do árbitro de vídeo custaria, ou custará, 20 milhões. Uma conta que nem a CBF e nem os clubes da Série A querem pagar.  Assim, no Brasileirão ficará tudo como está. A questão foi decidida em Conselho Técnico realizado na tarde desta segunda-feira. Agora, vender mando de campo na Série A está liberado. É o futebol brasileiro deixando transparecer toda a sua vocação para a modernidade, para a equidade.




sábado, 3 de fevereiro de 2018

Que tal fazer algo que dignifique seu time?


Agredir jornalista , sabemos todos, não é exemplo.


Repórter é agredido após eleição no Corinthians


Como acabo de escrever no Twitter, aos companheiros vítimas dessa selvageria,
digo o seguinte: Força, cabeça erguida, que só imagina que esse ofício é cheio de 
glamour aqueles que não o conhecem. 




quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018