O momento de decisão colocará uma dose de Brasileirão na sua sexta-feira. E a decisão da qual eu falo é a eleição, não vá se confundir. O São Paulo estará em campo amanhã às sete e meia da noite, no Barradão, correndo contra o relógio pra mostrar ao seu torcedor que se o título tinha mesmo um quê de sonho a vaga na Libertadores ainda não lhe escapou das mãos. Garantir-se no torneio continental será uma espécie de tabua de salvação, um antídoto para não se afogar em águas revoltas e, de quebra, se livrar daquele tipo de torcedor que gosta de dar a certas metas o peso de uma obrigação. Do outro lado estará o Vitória que eu diria tem como principal trunfo seu treinador. Carpegiani é o tipo de comandante que sabe muito bem como dar alma a um time. E nada mais capaz de complicar a vida de alguém do que um oponente que pode contar com esse tipo de virtude.
Quando os dois estiverem saindo de campo Vasco e Internacional estarão entrando no gramado de São Januário. E depois do empate colorado no Beira-Rio não soa exagerado dizer que o time vascaíno, se quiser sair melhor do que entrou, precisará fazer uma exibição quase redentora depois de ter naufragado na última rodada na Ilha do retiro. O Santos, nas mãos do técnico Cuca, ganhou horizontes e pelo que se desenhou até aqui fará um duelo um tanto particular com o Atlético Mineiro pelo direito de jogar a Libertadores do ano que vem. E se tem alguém que pode provar o potencial do atual técnico santista é justamente o time mineiro que com ele chegou onde jamais havia chegado. Como não é exagero dizer que o time da Vila anda melhor do que o clube. Mas permanência de Cuca, que ao que tem sido visto aumentaria as chances de um sucesso futuro, desafia o presidente santista, até o momento mais hábil em aumentar do que em diminuir a temperatura ambiente. No sábado o Santos recebe o Fluminense, na Vila Belmiro, e depois de fazer sua parte terá de esperar a noite de segunda, quando nosso país já terá um novo presidente, para saber a quantas ficará essa queda de braço. O Atlético Mineiro fará, em Fortaleza, contra o Ceará, a partida que fechará a rodada.
Da parte dos dois imagino que caiba muito bem aí uma torcida para o Grêmio continuar se distraindo com a Libertadores depois de ter conseguido um grande resultado anteontem no Monumental de Nuñez diante um River Plate pintado pela crônica como um bicho papão. O que dá ao jogo entre Grêmio e Sport um ar de obstáculo. Malandro, Renato Gaúcho sabe que é bom não dar bobeira e exigir de um provável time reserva que faça do encontro com o time pernambucano o jogo de suas vidas. Mas a cereja do bolo será o aguardado Flamengo e Palmeiras que se dará no Maracanã. Um tira teima interessante entre o líder e o vice-líder. Que façam um jogo a altura do que a partida representa, espero. Ao Flamengo a vitória dará um certo ar de renascimento e ao Palmeiras uma aura de ainda mais imbatível na luta pelo título. Sinceramente, até entendo a grita de Felipão e companhia, mas se alguma ausência lhe tirar o Palmeiras do caminho, não creio que terá sido a Deyverson, Lucas Lima ou Mayke, a de Bruno Henrique, talvez
* artigo escrito para o jornal " A Tribuna", Santos
* artigo escrito para o jornal " A Tribuna", Santos