quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Dorival Júnior no Cartão Verde



O treinador do São Paulo será o nosso convidado desta quinta-feira. Passa lá pra bater um papo com a gente. O programa é exibido toda quinta, ao vivo, a partir das 22h30.  

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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A cura pela literatura ( um convite )


terça-feira, 28 de novembro de 2017

O futebol como retrato de um país

Photo Premium/ Folha Press

O que dizer de um país em que torcedores inconformados com uma derrota ou um rebaixamento derrubam parte de um alambrado e colocam um time inteiro da primeira divisão pra correr? Confesso que, às vezes, me pego surpreendido por cenas como as que foram vistas no Moisés Lucarelli no último domingo não desaguarem numa tragédia de proporções imensas. Afinal, os atos que provocaram tudo são de uma selvageria inconcebível. De uma inconsequência terrível. E saber que ninguém pagará por colocar tantas vidas em risco é de doer. Ver nas arquibancadas crianças com os olhos ardendo de gás pimenta é triste demais. 
 
A impunidade é como um parasita que vai exaurindo nosso país. Fosse apenas o futebol sua vítima por certo estaríamos bem melhores. Meio otimista, meio realista, vira e mexe me flagro numa descrença monstruosa com o homem e o com o destino que ele vai dando ao mundo. Essas delações, por exemplo. Vão me dando a impressão de que no fundo, no fundo, feitas todas as contas, o crime por aqui compensa. Ora, ladrões não podem ter em juízes algo que se pareça com um padre, um confessor. Diante do qual assumem seus pecados para em seguida ouvir quanto devem pagar. Em espécie ou penitência. Penitência muitas vezes breve como um punhado de orações. 
 
O que estamos vendo é uma sociedade inteira se brutalizar. Não terá sido por acaso que a temporada do nosso futebol, esta que vai chegando ao fim, se revelou farta de casos de torcidas tentando intimidar não apenas jogadores, elencos inteiros. E assim, domingo após domingo, os mais atentos vão percebendo que o jogo de bola é só uma janela que costuma se abrir vez ou outra revelando o teatro absurdo que estamos vivendo. 

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Duas notícias de quase agora


O interessante é notar o "elo" que se descobre quando se lê as duas. Em resumo, na da FOLHA você ficará sabendo que o novo diretor da Polícia Federal desfrutou de mimos dados pela CBF. Na do Estadão que, segundo o site francês Mediapart, o FBI emitiu mandado de prisão internacional contra o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, suspeito de ter sido o intermediário no pagamento e distribuição de dinheiro do Catar para outros dirigentes da FIFA, e que a justiça brasileira estaria investigando o caso e o papel do brasileiro na transferência de recursos a partir de Mônaco.   


Novo diretor da PF tem elos com Sarney, Gilmar e CBF

Teixeira é suspeito de ter enviado dinheiro de propina do Catar a outros cartolas

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Se é pra mudar... aos atletas deve ser dado mais do que o mínimo !




Leia abaixo trecho da Carta publicada pelo Ministério do Esporte. Num primeiro momento pode soar sensível ao inaceitável ocorrido na votação do Novo Estatuto do Comitê Olímpico Brasileiro. Mas, pensando bem, " o mínimo" foi justamente o que deram aos atletas. E isso não basta pra mudar!


"...o Ministério do Esporte entende que é essencial uma maior participação dos atletas na representatividade das associações. E essa participação tem que se dar de forma efetiva, e não meramente burocrática.
Não se concebe mais um órgão importante de direção esportiva não atentar para princípios de governança, transparência e representatividade. Os atletas podem e querem contribuir para melhorar o esporte brasileiro. E o Ministério do Esporte apoia esse direito.

Nos próximos dias, adotaremos medidas para que essa participação dos atletas ocorra de fato e de direito. Caso não haja um mínimo de representatividade que garanta a participação deles, o Ministério do Esporte não poderá certificar as entidades esportivas, que deixarão de receber os recursos públicos, como, aliás, manda a lei."


Leia no link a íntegra da carta:

Carille, Jair Ventura...Roger Machado












Carille foi surpreendente. Mas, Jair Ventura, do Botafogo, merece menção honrosa. Por mais que o time dele não tenha conseguido manter o gás nessa reta final de Brasileirão. E os torcedores que se encarregaram de tumultuar o ambiente por lá dias atrás jogaram contra. Uma pena. Time e comissão técnica merecem ter o trabalho reconhecido. Os dois com seus trabalhos, sob certa ótica, ampliaram um pouco o horizonte do nosso futebol que anda sem brilho. 

E já que estamos falando em treinadores...

Sobre Roger Machado, achei interessante notar como o anuncio da contratação dele pelo Palmeiras  imediatamente neutralizou a euforia em torno do trabalho que desenvolveu nas últimas temporadas. Teria sido muito saudável se sobre essa escolha não pairasse a sombra de um convite anterior feito a outro treinador. De qualquer modo me parece uma boa aposta. Roger tem uma grande semelhança com esse Palmeiras de agora: soa tão promissor quanto o largo investimento feito no futebol do clube.


quinta-feira, 23 de novembro de 2017

A força da grana


Atentem. O que vai aqui é uma constatação, não um julgamento. A veia mercantilista do nosso futebol está escancarada. Digo isso porque por mais que tenha se transformado num business, pra usar uma palavra da moda, não faz muito tempo ainda era possível notar certo pudor no mundo da bola. Nem que fosse  só pra inglês ver. Lembro bem que há alguns anos vira e mexe era notícia o esforço que o staff da seleção brasileira fazia quando os jogadores estavam reunidos para blindar os tais  do assédio dos empresários. Em época de Copa, então, nem se fala. 

Eis que dia desses passando os olhos pelas notícias leio que "na Europa o diretor de futebol do Palmeiras aproveitou o ambiente da seleção para encontrar empresários e discutir o futuro de seu plantel". Pode ser que o dirigente se justifique dizendo que o repórter carregou na tinta, ou até que o articulista aqui é um romântico, inocente, que insiste em não perceber que a essa altura se faz impossível separar uma coisa da outra. Fato é que dias depois o que virou notícia foi o esforço que o Palmeiras andava fazendo para evitar que o nome de um possível reforço do exterior vazasse, e que as conversas nesse sentido tinham se iniciado em Londres. 

Não estamos em uma Copa, mas estamos perto dela. E, seja como for, imagino que o ideal seria estabelecer regras nesse sentido. Se os empresários querem estar perto de seus atletas, tudo bem. Mas certo rigor durante o pouco tempo em que eles ficam juntos talvez os convencesse de que não seria tão produtivo, nem possível, exercer esse cuidado, esse cerco. Posso até ser inocente, mas não a ponto de achar que exibir certa intimidade com o poder não pese na hora de faturar, de fechar negócios. Aliás, um dia se quiserem mesmo corrigir o rumo do futebol será inevitável que se repense esse poder que a grana passou a ter sobre o jogo de bola. 

Quem duvida deve olhar o que o dito mercado fez com a nossa música, onde a cena - isso é muito fácil notar - foi dominada por verdadeiros pernas de pau. No futebol tá igual, o dinheiro, o lucro, têm falado muito mais alto do que o talento. E tá pra nascer o barão da bola que não se encarregue de fazer essa roda girar. Tudo sso torna óbvio, pra mim, o discurso do francês, Éric Cantona, que disse não entender porque Neymar foi jogar na França no auge dos seus vinte e cinco anos,  tendo um lugar garantido na Seleção e no Barcelona. Ganhar a Champions para Cantona, que sempre pensou muito bem o jogo de bola, é meio como condenar o talento de Neymar a treze jogos. Não é esse o ponto de vista que tenho de futebol e da paixão, disse o francês. E eu concordo totalmente com ele. 

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

O amigo do Rei... e as nossas leis


Para se defender da suposta acusação da compra de voto para a escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016, o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, listou quarenta testemunhas. Entre elas, o Rei da Holanda e Pelé.  Mas não só. Estão na lista também o Príncipe Albert 2 de Mônaco e o presidente do COI, Thomaz Bach.  O juiz que cuida do caso pode aceitar, ou não, que sejam ouvidos.  E eu fico me perguntando o que a família olímpica, sempre tão lembrada por Nuzman na época dos Jogos, não deve estar achando de tudo isso.

Metade dos arrolados vive no exterior o que, claro,  só alongará o processo. Mas eu queria chamar a atenção para um outro detalhe citado pela defesa, que se mostrou  convencida de que "... quando o magistrado se detiver na história pessoal do deferente certamente perceberá o absurdo, a concepção cerebrina das imputações lançadas em detrimento" do acusado. Falo do pedido para que a ação penal seja extinta por considerar a suspeita de propina no COI um caso de corrupção privada, não previsto na lei brasileira.

Daí que não custa lembrar que há pouco mais de dez dias a defesa de José Maria Marin, que está sendo julgado nos EUA, pediu para que a lei do Brasil fosse considerada. Algo que outros dirigentes em situação parecida já tinham tentado, alegando que em seus países alguns dos atos dos quais são acusados não seriam crimes. Mas, lá nos Estates, os promotores cortaram logo o papo. Ora, diante disso soa óbvia a necessidade de rever nossas leis, ou corremos sério de vê-las usadas como escudo.

Mais estarrecedor, no entanto, é constatar que por aqui ex-Presidente, Governadores, Senadores e outros poderosos não conseguiram escapar das garras da justiça, enquanto os barões da bola seguem intocados. Ricardo Teixeira, réu nos EUA, investigado na Espanha e homem forte do futebol brasileiro por mais de duas décadas, pode ter esbanjado cinismo mas não errou ao dizer que "não há lugar mais seguro para estar do que o Brasil".        
Carlso Arthur Nuzzaman

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Diga-me com quem andas...


Mujahid Safodien/ AFP

Hoje o ditador do Zimbábue, Robert Mugabe, é notícia no mundo. Sete anos atrás, empolgado com a visita da Seleção Brasileira ao país dele para um amistoso, concedeu uma entrevista de menos de dois minutos ao repórter da FOLHA, Fábio Zanini. Foi quando o ditador deixava o Estádio Nacional de Harare, palco da partida. O Brasil venceu por três a zero mas os donos da casa, talvez no estilo Mugabe, não aliviaram nas divididas não. Foi o tempo suficiente para responder  secamente seis perguntas. Separei aqui a primeira e a última. Mas sugiro aos interessados acessar o link abaixo e ler tudo. Pois nada como uma notícia vista sob à luz da história. As questões:

Folha - O sr. gostou do desempenho do seu time?Robert Mugabe - Sim, claro! Nós demos a eles [Brasil] bastante trabalho.

Essa partida é um endosso ao seu governo?Claro, ajuda muito a imagem do Zimbábue. Pelo menos é o que eu espero   


Para ditador, jogo é honra, e Lula, aliado.

sábado, 18 de novembro de 2017

O Rei tá impossível!


Ontem o vi numa esquina da Paulista... hoje no SESC da 24 de maio! 


Série "Pelé beijoqueiro" - artista Luis Bueno


sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O flerte do Rei numa esquina da Paulista !

Série "Pelé beijoqueiro" - artista Luis Bueno

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Briosa, 100 anos


Sou do tempo do Kichute. Do Conga. Do bamba monobloco. Embora no final da década de 70 as peladas fossem travadas mesmo, na maior parte das vezes, de pés no chão. Nada sei destes dias em que a meninada se deixa seduzir por times de outros continentes sabe-se lá porque razão. Pra mim desde sempre a ligação com o futebol precisou de algo palpável. Ia ao futebol como quem frequenta uma igreja, vai a uma determinada sala de cinema ou tem seu botequim preferido. Neto de português que sou normal que acabasse nos domínios de Ulrico Mursa. Foram muitas as tardes e manhãs passadas por lá. 

Nutro por esta Portuguesa Santista que está prestes a fazer cem anos um carinho que não encontra paralelo - e jamais encontrará - em nenhum outro canto do universo futebolístico. Não tenho idade pra falar sobre a conquista da Fita Azul que tanto enobreceu sua história. Mas lembro bem do dia em que, repórter novato, recebi a missão de entrevistar o lendário Filpo Nuñez, comandante daquele esquadrão, que participava de uma festa no clube. Uma conversa que durou mais de hora e da qual hoje, pelo que me disseram, estão guardados apenas pequenos trechos. Os olhos claros e já de brilho cansado de Filpo me olhavam com paciência, mas devem ter visto nos meus a chance de revisitar um passado que o orgulhava e o papo seguiu como se fossemos íntimos. 

Também lembro muito bem de uma certa campanha que levaria o clube a ascender de divisão. O artilheiro do time era o Bahia, tinha jogado no México, figuraça, se não me engano estava com trinta e sete anos, e na reta final da temporada corria como um velocista. Lembro de tê-lo visto fazendo gol quase aos quarenta do segundo tempo dando pique de meio campo. Só vendo pra crer. Assim como jamais vou esquecer a imagem do meu pai, que se foi há tempos, e do meu tio Darci, que em determinado momento da vida morou ali perto, sorrindo em suas arquibancadas ao viver essas alegrias triviais que um time de futebol pode nos dar. 

Por isso vislumbro no vermelho de sua bandeira o sangue português que me corre nas veias. E no verde as memórias que de tão puras insistem em florescer em nós. Alegro-me imensamente de ver a Portuguesa Santista neste dias que correm tendo sua história contada em livro, em documentário. Tratada com reverência. Sei que o futuro é uma ameaça ao humildemente belo Ulrico Mursa. Mas enquanto o velho estádio da Pinheiro Machado estiver de pé atravessar o seu portal de entrada será como voltar no tempo para reencontrar a beleza de um futebol que já não temos mais. 

terça-feira, 14 de novembro de 2017

O "grosso" é um patrimônio do futebol


É só um devaneio. Mas, pense comigo, talvez o grande poder que o futebol tem de nos seduzir resida justamente no fato de que é totalmente inviável desvendá-lo . Em seu universo a palavra improvável carrega dose singular de possibilidade. E aí se esconde nobre curtição. Todos nós já provamos dela em maior ou menor escala. Ao mesmo tempo esse caos permite todo tipo de esperança. Mesmo o Íbis e sua torcida que tiveram a genial sacada de capitalizar em cima do infortúnio e fazer dele uma grande marca em segredo absoluto devem alimentar no mais profundo rincão de suas mentes a esperança de que um dia a eles seja dado o olimpo do ludopédio. 

Minha gente se a essa altura vocês estão olhando torto pra essa minha reflexão atentem para o Brasileirão que estamos testemunhando. Um dos mantras do jogo, pobre mantra aliás, não tem sido dizer que o futebol está nivelado? Não é assim que os entendidos costumam elucidar o triunfo de um pequeno atolado na zona de rebaixamento contra um grande candidatíssimo ao título? Que era uma vez o tempo dos esquadrões imbatíveis. Ora, se é assim alguém poderia me explicar porque é que o Corinthians no primeiro turno reinou com um aproveitamento pra lá dos oitenta por cento? Coisa com a qual nem o mais ególatra dos treinadores seria capaz de sonhar. Mas essa é só uma questão provocadora no meio de tantas. 

E por falar em possibilidade não é que, Kazim, o afro-inglês naturalizado turco (haja globalização), de longe o mais contestado jogador do elenco corintiano, tratou de garantir uma página pra ele na história do hepta brasileiro que o clube está acabando de escrever? Com todo respeito ao atacante. Vejo-me obrigado a dizer que ao marcar contra o Avaí prestou grande serviço. Nos fez lembrar que desde sempre o grosso foi um patrimônio do futebol brasileiro. Alguém a quem, apesar dos pesares, também foi dada a nobreza de enlouquecer a torcida. 

Sugiro, com a melhor das intenções - até pra que ele não entenda mal o que vai escrito aqui - marcar uma cerveja com o velho Dadá Maravilha, que nunca negou sua veia torta, e que é de longe o atacante que melhor conviveu com essa sombra que a ausência de uma técnica refinada costuma projetar sobre um boleiro. Não deve ser por acaso que Kazim é descrito pelos companheiros como um baita boa praça, o que sempre foi dito do velho Dadá também. E mais, se o atacante corintiano tem algum grilo com essa condição, dar de cara com aquele sorriso cativante e ouvir do homem que pairava no ar qual beija-flor que não existe gol feio coisa e tal, pode lhe servir como terapia. E das boas!

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Jogo é jogo

Gonzalo Fuentes/ Reuters

Já dizia o monumental Didi, bicampeão do mundo com a seleção brasileira, que treino é treino, jogo é jogo. Pois, então. Diante dessa divisão talvez fosse o caso de se perguntar pra que lado tendem os amistosos. Seria ele um jogo com alma de treino, ou um treino com alma de jogo? Pelos relatos que já ouvi, o que define isso é a situação em que o embate se dá. 


Rivellino, por exemplo, gosta muito de lembrar de um amistoso que a seleção brasileira fez pouco antes de embarcar para o México, onde escreveria algumas das mais belas páginas do futebol mundial. Na época alguém teve a feliz ideia de marcar a despedida do Brasil fazendo em um Maracanã com portões abertos uma partida entre o time A e o time B comandados pelo técnico Zagallo. 



Riva naquele momento integrava o time de baixo. Por mais que dizer isso soe totalmente herético nos dias de hoje. Conta o eterno Rei do Parque que antes de entrar em campo os supostos reservas olharam uns para os outros e tomaram a decisão de não dar mole não. Endureceram tanto que acabaram vencendo os titulares por quatro a um. É fato que por trás da negação à condição de sparing em pleno Maraca se escondia também uma chance de ouro pra mostrar serviço. Mas o melhor dessa história, o mais interessante, é notar o tamanho do orgulho que transparece nas palavras do tricampeão do mundo toda vez que ele conta o causo. 



Nem o Japão que o Brasil enfrentará amanhã pela manhã e nem mesmo a Inglaterra, adversário da próxima terça, dão pistas de que podem fazer essas partidas inesquecíveis. Mas jogadores que neste momento seguem por fora na disputa por um lugar no time devem ter motivos de sobra pra lembra-las daqui quarenta anos. Nem digo que é o caso de se dizer que este ou aquele não estará na Copa, mas sim o de saber que papel terão quando ela chegar. 



Dizem que Tite quer ver o time com Fernandinho e Casemiro juntos por mais tempo. Confesso que o futebol do Fernandinho sempre me soou um pouco pesado. Mas se o Guardiola já disse que o homem pode jogar em até dez posições e que se tivesse três Fernandinhos poderia garantir que faturaria um campeonato inglês, só me resta anunciar a rendição. No mais, Renato Augusto já não impressiona tanto como no início do trabalho com o atual treinador. As laterais parecem ter donos, mas depois deles não sei não. Mesmo nomes como Willian e, principalmente, Phillipe Coutinho, que me dá a impressão de tornar seu futebol evidente no momento certo, têm bons motivos pra encarar até os treinos como se fossem jogos. Mas, verdade seja dita, quem sou eu pra desdizer Didi ? 

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Aforismo



Futebol: 
quanto mais você conhece mais difícil fica de gostar.









quarta-feira, 1 de novembro de 2017

De volta para o passado


Sempre ouvi dizer que não devemos voltar a um lugar onde fomos felizes. Não é difícil entender a razão. E imagino que muitos que ousaram duvidar do dito se encontram hoje arrependidos. Mas o futebol, pelo visto, faz pouco caso disso. E os que o jogam também. No início desta semana li que o Santos não havia desistido de Diego e Robinho. Mas manchetes, como se sabe, muitas vezes desdenham da viabilidade da promessa que trazem consigo. E nesse caso mais complicado do que isso é crer na boa intenção dos que deixaram que ela nascesse. Afinal, depois de ter tido o coração maltratado nas últimas rodadas a notícia da volta da vitoriosa dupla santista de outros tempos pode funcionar como um remédio para as dores que os torcedores do time da Vila andam sentindo. E os interessados na volta dos ídolos - ou simplesmente na manchete sobre  -  estão cientes desse poder curativo.

Apostar em nomes que desfrutam de prestígio junto à torcida é estratégia das mais utilizadas pelos nossos cartolas. E está longe de ser uma exclusividade do time santista. Há um sem fim de exemplos nesse sentido. Kaká é um deles. Desde que se desligou do Orlando City os jornais sugerem quase que diariamente que num futuro breve o craque pode voltar ao tricolor. A medida de verdade e de interesse que se esconde nessa possibilidade é algo que nunca saberemos com exatidão. O que sinto, muitas vezes, é que a insistência é tamanha que se o especulado não se concretiza é como se o clube estivesse fechando as portas para um ídolo. E a questão não é essa todos sabemos.

Talvez fosse o caso da torcida evitar amores platônicos para não se ver à mercê de interesses outros. Mas por aqui parece que só não se sonha com aqueles que viraram realmente estrelas de primeira grandeza, e que sabidamente já não se sentiriam seduzidos pelo que o nosso futebol pode humildemente lhes oferecer. Não que não se deva acreditar na identificação de um jogador com um clube e sua torcida. Seria o fim do fim do romantismo, que um dia foi o principal tempero do jogo de bola. Hernanes está aí com seu bom futebol, sua vontade e sua dedicação para provar que é um caminho possível. Mas devemos admitir que essa não é uma relação que se valide apenas com entrega. E os que voltam deveriam ter sempre em mente, não o que vão ganhar, mas também tudo o que têm a perder. São os que mais se arriscam ao fazer pouco do dito que diz que não se deve voltar a um lugar em que se foi feliz.