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Alberto Ferreira/ Agência Briosa |
No domingo a tarde já ia bem
avançada quando numa conversa de família fiquei sabendo que a Briosa tinha
vencido mais uma. Lamentei não ter me programado pra ir até Ulrico Mursa
desfrutar desse momento, dessa fase, o que me fez sentir uma
ponta de inveja do amigo Monteiro que me disseram, como bom português, fez
questão de marcar presença no embate. Fosse supersticioso diria que o homem anda
se revelando um tremendo pé quente. Mas acho mais justo creditar tudo ao bom
futebol do time comandado por Sergio Guedes.
Agora, se se o torcedor da Briosa anda que é só alegria
o do Santos anda é com a pulga atrás da orelha. E não é pra menos depois de tudo o que se viu - ou não se viu - nos jogos contra o Botafogo pelas quartas de final do Paulista. Volto
aqui a reforçar meu respeito e admiração pelo trabalho de Jair Ventura mas me
pareceu um tanto dissonante depois do primeiro jogo ouvir o técnico creditar a falta de brilho do time
santista ao cansaço ocasionado pelo fato de ter sido obrigado a jogar um bom
tempo no onze contra dez diante do Nacional pela Libertadores dias antes, e
ainda ter colocado na sacola dos argumentos o desgaste da viagem aos confins de
Ribeirão Preto, o gramado diferente daquele que o time supostamente estaria
acostumado e até a coitada da iluminação do Estádio Santa Cruz.
Não duvido da
veracidade dos argumentos mas acho que é o tipo de fala que costuma descontentar
o torcedor. Diante de tantas interpretações interessantes que já ouvi Jair fazer
sobre um jogo de futebol quero acreditar que no calor da hora acabou caindo na
cilada de um discurso fácil. Pouca gente percebe e pouco se fala nisso, mas há
um sem fim de casos nos quais o discurso do técnico acabou por minar o trabalho
do mesmo. Em geral, o pecado capital deles é estar totalmente dissociado da
realidade.
Como se não bastasse o futebol apresentado ainda pesa sobre o jovem
Jair Ventura uma expectativa imensa. O trabalho dele à frente do Botafogo no ano
passado foi incrível. Mas isso tem um preço. E além desse preço há no ar um
consenso de que se ele fez o que fez com o Botafogo com o Santos, terceiro
colocado do último Brasileirão, poderia ir ainda mais longe. Acontece que o
futebol tem lá seus caprichos e costuma desdenhar dessas conclusões. Pouca
gente nota também que mesmo com o elenco do time carioca lhe impondo limitações
Jair teve a seu favor no Botafogo dois detalhes que fazem toda a diferença nesse ramo: um
time, no todo, dar aquela liga, e ainda se ter nele jogadores atravessando
fases de se tirar o chapéu.
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