quinta-feira, 24 de novembro de 2022

O jogo é hoje !





Não estranhe. O nobre leitor já deve ter percebido ou sentido que esta não é mesmo uma quinta-feira como as outras. É dia de o Brasil estrear na Copa. O que me faz desejar que tenha dado de cara com estas linhas antes de a bola rolar. Talvez assim façam mais sentido. Não que deixarão de fazer depois disso. Mas por certo encerrados os noventa e poucos minutos que o time brasileiro passará diante dos sérvios no estádio de Lusail certamente temas outros se revelarão mais eficazes para animar as conversas. Trata-se de um dia em que qualquer mania relacionada ao jogo de bola será mais facilmente aceita. Logo, esquisitos desse meu Brasil, coloquem já um sorriso no rosto e tratem de colocar em prática tudo o que costuma amparar sua fé quando o assunto é um jogo de bola. 

Que o time brasileiro tenha se livrado da Neymar dependência não duvido, mas que o técnico Tite tenha passado a pensar o time sem ele, por sua vez, duvido um tanto. Como acho que uma coisa é ter coragem pra convocar o Daniel Alves, outra bem diferente seria ter coragem para colocá-lo de titular logo de cara. Agora se tem uma coisa que pode ser definitiva para o sucesso do longevo treinador brasileiro será mostrar uma dose respeitável dela. Nunca deixei de reconhecer a competitividade da Seleção Brasileira. Mas não custa lembrar que a história nos mostra que alcançar a condição de campeão do mundo sempre exigiu dos candidatos ir além disso.  Assim como sempre reconheci nos argentinos uma escola de futebol que exige respeito. Rivalidade é uma coisa. Fechar os olhos para qualidades óbvias cegueira, ou em última instância burrice. 

E digo isso mesmo depois de ter visto a zebra histórica que atropelou os hermanos. Minha memória não é um luxo mas lembro bem do que foram capazes de fazer quando enfrentaram em 2014 na final aquela Alemanha que tinha atropelado o time dono da casa. Sabe qual é, né?  Endureceram o jogo, digo que estiveram perto de vencer e, como costumo brincar com os amigos, se isso tivesse acontecido até hoje teríamos argentinos vivendo nas areias de Copacabana só pra seguir tirando onda. Portanto, só os deixo de levar em conta depois de eliminados. Ah, e alegrem-se apesar de o mundo andar como anda. Além do mais, trata-se não só da Copa mais cara da história como, possivelmente, a mais dispendiosa para o torcedor.

 Como bem ressaltou uma manchete dias atrás teremos lá distâncias menores do que as que envolvem a segunda divisão do nosso Distrito Federal.  O que, em tese, possibilitaria aos apaixonados acompanhar mais de um jogo por dia. Três até. O detalhe é que pra tal empreitada seria necessário ter renda levemente parecida com a de um Emir. Lembrem-se , não dá pra ter tudo nesta vida. Lembrem-se também que se estivessem vendo nossa Seleção in loco veriam a bola rolar tendo de se contentar com uma cerveja sem álcool. O que, equivale dizer, é quase um futebol sem bola pra muitos. Também não terás de pagar quase cenzão numa breja. Corra lá na geladeira que você preparou e abra o sorriso diante de tamanha fartura. Enfim, a Copa chegou sugerindo que hoje a labuta mal passará da hora do almoço. Isso se o dia realmente começar.          

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