quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O grande jogo

Quatro anos depois, um ciclo inteiro, a FIFA decidiu liberar os 100 milhões de dólares do fundo do legado da Copa que aqui foi realizada. Parece muito dinheiro, e é. Mas perto dos cinco bilhões que dizem que a entidade faturou ganha ares de mixaria. Sem contar que meu jeito desconfiado sempre me faz crer que se disseram ter faturado cinco bi é porque devem ter faturado bem mais. Está pra nascer entre os endinheirados quem goste de ter suas cifras noticiadas com precisão cirúrgica. Mas o encontro entre os poderosos realizado na sexta passada micou.

Os europeus  não toparam a ideia de um Mundial de Clubes mais robusto, nem aderiram à tal Liga das Nações, que teria um ar de Mini Copa. E olha que a bufunfa envolvida na proposta como já citei aqui tem tamanho sedutor, vinte e cinco bilhões de dólares. Noventa e quatro bilhões, se traduzida para nossa surrada moedinha. No caso do Mundial de Clubes os cartolas do velho continente enxergaram uma certa ameaça à Liga dos Campeões. Pra seduzir os dirigentes dos principais clubes. Gente graúda do Barcelona , Real Madrid , Bayern de Munique e outras vedetes, Gianni Infantino, o presidente da FIFA, teria até prometido a participação deles nas primeiras edições do torneio mesmo que não conseguissem chegar lá através de critérios técnicos.  Isso é que é fair-play, não é?  Um jeito, digamos, esperto de seduzir os patrocinadores e se livrar das surpresas que o futebol costuma decretar.  

No caso da Liga das Nações a origem do dinheiro teria causado preocupação. Embora exista dinheiro japonês na parada há também grana saudita. E como se sabe a situação anda pesando por lá depois da morte de um jornalista dentro da embaixada do país na Turquia. Sendo mais realista do que cruel vos digo o seguinte. Basta uma pesquisa rápida pra se certificar de que o mundo do futebol nunca ligou muito para o origem do dinheiro que lhe sustenta. O que eles não gostam é de ficar dando bandeira, ainda mais depois de tudo que o futebol mundial, a dona FIFA e suas Confederações viveram nos últimos tempos.  De decidido mesmo só que a sede do Mundial de Futebol de Areia será o Paraguai e o Mundial de Futsal de 2020 na Lituânia.  

Sabe como é, se faz necessário alargar as fronteiras, uma vez que a África já foi devidamente explorada. Por aqui essa centena de milhões de dólares seriam suficientes pra se construir campos em determinadas regiões, unindo de alguma forma a prática do esporte à educação.  Mas duvido que seja possível constatar algum dia que por ter sediado uma Copa nosso futebol evoluiu.

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