tag:blogger.com,1999:blog-54608347058189343752024-03-18T00:01:39.344-03:00| Blog do Vladir |Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.comBlogger947125truetag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-13420541923576001132024-03-14T13:17:00.001-03:002024-03-14T13:17:36.808-03:00O futebol do nosso jeito<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0iVHK5P8F06K2BYAh5tD-KmnIJ-UNU6EDplP8NJU962GyXgRH013u_im7bjEEzRY9eExGYoSEpsyreU12KfJUNdrZxCcORvweWIhQcfsDXM9h3-l5Dk7KERHWP_9WYxVOjDrZTjiXNXWCK2Cw0GHKALXMcrsZf7TwjRag5eMLo-7uLRHD8Bn9sViA2D2-/s850/confuvasc.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="530" data-original-width="850" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0iVHK5P8F06K2BYAh5tD-KmnIJ-UNU6EDplP8NJU962GyXgRH013u_im7bjEEzRY9eExGYoSEpsyreU12KfJUNdrZxCcORvweWIhQcfsDXM9h3-l5Dk7KERHWP_9WYxVOjDrZTjiXNXWCK2Cw0GHKALXMcrsZf7TwjRag5eMLo-7uLRHD8Bn9sViA2D2-/s320/confuvasc.webp" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Que o nosso futebol não prima pela plástica deixou de ser novidade faz tempo. Não sei se seria correto justificar essa realidade apontando uma pobreza técnica. Por falar nisso, </span><span style="background-color: white;">acho interessante termos visto nos últimos tempos os times brasileiros sendo inundados de estrangeiros, em sua maioria sul-americanos, </span><span style="background-color: white;">e quase nada ser dito sobre os efeitos colaterais que isso poderá produzir. É de se supor que com o futebol brasileiro fazendo valer sua supremacia financeira sobre os outros times do continente uma melhora substancial na qualidade do jogo venha a ocorrer. Alimento sobre a questão teorias mais profundas, que versam sobre os desdobramentos que isso pode ter no que chamamos de nosso jeito de jogar. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Considero improvável que tudo isso se dê sem provocar uma certa fusão de estilos. Gostaria de acreditar que o futebol brasileiro é dono de uma personalidade forte, capaz de moldar tudo isso a seu modo. Mas não sei se é o caso. Ainda mais neste momento da história em que tanto se fala que se acabamos desse jeito é por ter deixado de lado nossa verdadeira escola de bola para seguir outras. Talvez o que possa ser dito </span><span style="background-color: white;">sem medo de errar é que o jogo por aqui produz cada vez menos encantamento. E se há nessa constatação algo de técnico, há sem sombra de dúvida também algo que passa pela educação, pela civilidade. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">E aí vou me dar o direito de filosofar mais ainda dizendo que esse viés seria facilmente explicável ao aceitarmos que o futebol foi desde sempre o espelho da nossa sociedade. Hoje em dia a sensação que tenho é a de que essa falta de educação, de civilidade, salta aos olhos no nosso cotidiano. No trânsito cada vez mais agressivo, nos motoqueiros ignorando na cara dura as leis de trânsito, nas pessoas não fazendo a mínima questão de exercer a gentileza. Em última instância também é de uma cara de pau tremenda a cera que os goleiros andam desenhando em campo. Os artifícios todos pra se tirar proveito de certas situações de jogo. Uma realidade na qual o entrevero recente entre os dirigentes são paulinos e palmeirenses só se fez uma espécie de apogeu dessa falta total de respeito. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Não bastasse as conversas sobre futebol de uns tempos pra cá terem se reduzido aos mandos e desmandos do VAR, agora se colocou no bafafá do jogo de bola a falta de educação dos dirigentes. E por tudo o que temos visto sou levado a crer que no fundo, no fundo, eles até acabam por enxergar no que lamentamos uma oportunidade para ganharem voz, para ganharem mídia. E, em geral, esse tipo de comportamento, que não deveria existir, perversamente tem se derramado justamente sobre os clássicos, sobre os jogos mais importantes. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Em outras palavras, acabam minando as páginas que deveriam ser as mais admiradas, as que deveriam proporcionar a quem gasta seu tempo e dinheiro esse tal encantamento que se faz cada vez mais raro. Uma semana atrás exatamente estava vendo o jogo do Vasco com o Água Santa que, em pleno estádio de São Januário, depois de levar dois gols tinha conseguido a virada aos quarenta e dois do segundo tempo, para em seguida ver o Vasco empatar nos acréscimos. Ou seja, o futebol ia mostrando ali sua veia cativante, surpreendente. Mas aí se estabelece uma enorme confusão. E fica lá o jogo de bola reduzido a algo de se lamentar. Como tem acontecido tantas vezes. </span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-72504819335717759342024-03-07T13:16:00.001-03:002024-03-07T13:16:26.725-03:00Duas cenas do nosso futebol<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGD4YRo1JHdqxGBbwVsy45ApGaqYy06CnRZsj4PmwGifTUL8ilpcNAV2dbq3AlMcGj1zt8PiOaRqrH6181-a3kJbAg5vwpYDGn_xRovadIro9XLkqL961SAROJgoW_x3cRBS3XPh2RMknnWtrE30AUE_7Gnj_p8HZOBJpwaaHkdkXd4t3Cnn4YrLDqQxHW/s800/olaria.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="533" data-original-width="800" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGD4YRo1JHdqxGBbwVsy45ApGaqYy06CnRZsj4PmwGifTUL8ilpcNAV2dbq3AlMcGj1zt8PiOaRqrH6181-a3kJbAg5vwpYDGn_xRovadIro9XLkqL961SAROJgoW_x3cRBS3XPh2RMknnWtrE30AUE_7Gnj_p8HZOBJpwaaHkdkXd4t3Cnn4YrLDqQxHW/s320/olaria.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Vinicius Gentil/Olaria AC</td></tr></tbody></table><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Antes de chegarmos ao requinte desta nossa era do chamado futebol nutella muita água passou por debaixo da Ponte. Muito gente suou , arriscou as canelas e ficou pelo caminho literalmente para que alguns poucos hoje, com a bola nos pés, pudessem desfrutar do status de celebridade. Que como temos visto tem feito muitas vítimas. Mas o futebol resiste e duas páginas escritas na semana passada me fizeram crer que o futebol raiz ainda tem viço. </span><span style="background-color: white;">Seja lá o que futebol raiz queira dizer. As duas foram, de certa forma, um drible na obviedade de que o jogo de bola só pode nos fazer feliz quando nos oferta a pseudo-anfetamina da vitória. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Uma dessas páginas foi escrita no estádio Ulrico Mursa de tanta tradição, com a Portuguesa Santista voltando a fazer um jogo de torneio nacional depois de dezoito anos. Espaço de tempo que sempre foi visto como suficiente pra que alguém tome juízo. Mas essa é outra questão. A outra página se deu no estádio da Rua Bariri, no Rio de Janeiro, campo do Olaria. Diga-se de passagem, dois estádios que honram a tradição permitindo que o jogo de bola se desenrole em cenário que vai se fazendo cada vez mais raro: um gramado natural. Talvez seja exagero dizer que tanto a Briosa quanto o Olaria foram vitimados pelo regulamento estapafúrdio da Copa do Brasil.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Mas se reclamassem que tiveram de jogar sob a sombra da injustiça, não lhes tiraria a razão. Pra quem não sabe a primeira fase do torneio reza que o time melhor posicionado no ranking tenha o direito do empate. Posso imaginar que algum iluminado tenha levado em conta que conceder o direito a uma disputa por penaltis aos teoricamente mais fracos - e já donos do mando - poderia favorecer o anti-jogo por parte dos anfitriões. Seja como for, a meu ver, essa desigualdade aniquila a equidade. No caso do jogo do Olaria com o São Bernardo se viu o placar apontando zero a zero até os quarenta e sete do segundo tempo. </span></span><span style="background-color: white; font-family: inherit;">Não é de se estranhar que precisando vencer o time da casa tenha se exposto mais no fim e levado o gol. Afinal, era a única saída. </span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN1AxjN_JTEjyr1NxxC9LYjHhtWWrv82DHkp5NlNUEnrTxQhyphenhyphenXCCRgi421BFqHJb1gtLN2TYfmmUv1dzKeuf2xFLNG3dI28LrL2ymffcHU7fcI7k2BX8bwFIPX2NiY5oS0-iDO7tYLiCqzn17UXWXQ3y0AoiTuLjxi3L5sJGc2WTgiKEzPLnxnDK_Q2lzs/s760/brio2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="550" data-original-width="760" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN1AxjN_JTEjyr1NxxC9LYjHhtWWrv82DHkp5NlNUEnrTxQhyphenhyphenXCCRgi421BFqHJb1gtLN2TYfmmUv1dzKeuf2xFLNG3dI28LrL2ymffcHU7fcI7k2BX8bwFIPX2NiY5oS0-iDO7tYLiCqzn17UXWXQ3y0AoiTuLjxi3L5sJGc2WTgiKEzPLnxnDK_Q2lzs/s320/brio2.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="background-color: white; font-family: inherit;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: inherit;">Em Ulrico Mursa o enredo do jogo foi outro. O Caxias fez um a zero pouco antes do final do primeiro tempo. E diante disso normal que o segundo tempo tenha se desenrolado com muitas faltas, com os visitantes apostando em se defender mais do que atacar. E fazendo uso da enrolação que no futebol costuma se chamar de cera. A Briosa e o Olaria acabaram eliminados. Ficou a sombra desse regulamento maluco provocado certamente pela falta de datas do nosso calendário futebolístico. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Mas em Olaria nada foi motivo para colocar a torcida pra baixo. Mesmo sabendo do favoritismo do adversário, o dia de debutante do clube na Copa do Brasil agitou as ruas do bairro. Fez brilhar a história de um clube que tem cento e oito anos. E quando o juiz apitou o fim da partida não se viu desânimo. Foram ouvidos aplausos. Não vi como se deu o final do jogo em Ulrico Mursa mas posso imaginar que , de certa forma, estavam as duas torcidas irmanadas na sensação de que o futuro pode lhes reservar boas alegrias. Momentos que só foram possíveis por causa das Copas que mantém os times ativos durante o segundo semestre. No caso do Olaria a Copa Rio. E no da Portuguesa Santista a Copa Paulista, vencida pelo clube pela primeira vez no ano passado. E que vão mostrando que nem só de nutella vive o nosso futebol.</span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-36238134298919215722024-02-29T12:37:00.002-03:002024-02-29T12:51:36.517-03:00Retranqueiro: ser ou não ser?<p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"></span></p><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"><br /><br /></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="background-color: white;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK0wuUxCoUEtKyxJAIRd3kS94cvskRIYVDCa21amqAvzoe3sBV9bWUm5rzjzCb2vJIzXfBysddResh3iw45pgP-s1l21JvBojpx98UI1W338dmAagzA7QBxJAXVzaTQemQ6bgBoRy7KxnMQK4FIIvXQFTh9nFzYjRwWUrIUeLgPdNtVPLOXmwivdBREjve/s439/retra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="299" data-original-width="439" height="218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK0wuUxCoUEtKyxJAIRd3kS94cvskRIYVDCa21amqAvzoe3sBV9bWUm5rzjzCb2vJIzXfBysddResh3iw45pgP-s1l21JvBojpx98UI1W338dmAagzA7QBxJAXVzaTQemQ6bgBoRy7KxnMQK4FIIvXQFTh9nFzYjRwWUrIUeLgPdNtVPLOXmwivdBREjve/s320/retra.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="background-color: white;"><br /></span><p></p><p style="text-align: start;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Já tive a oportunidade de dizer aqui em outro momento que a retranca com o passar dos anos foi ganhando ares de maldita. Pode-se desfiar uma longa teoria a respeito. A minha tiro do modo como a tal foi sendo encarada ao longo dos anos. Ouso dizer que em outros tempos era vista como um dogma do futebol do qual não se ouvia falar mal. Hoje em dia a coisa está longe de ser assim. Que o diga o laureado técnico Tite. A coisa tanto o cerca que dias atrás ele falou sobre o assunto. Na verdade rebateu com veemência que o queiram ver como retranqueiro. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">A coisa tem muitas nuances. Há retrancas que não anulam a vontade de gol de um time. Há outras que os reduzem a ela. Diante disso, talvez seja pertinente lembrar o que escreveu certa vez Fernando Pessoa. Afirmou o poeta que há arte até no fazer embrulhos. Não foi por acaso que o assunto veio à tona. O Flamengo de Tite nesta temporada anda fazendo gols em número considerável enquanto sua meta até a declaração citada tinha sofrido um único gol. Não me caem bem certos termos para definir a fixação de um time, ou de alguém, para com o setor defensivo. Chega a me dar arrepios ouvir alguém dizer que fulano fechou a casinha, ou que estacionou um ônibus na área pra evitar levar gols. Se não tens muita intimidade com o jogo não se espante. São coisas ouvidas quando não se tem dúvidas sobre ser ou não ser retranqueiro. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Os argumentos de Tite para se descolar dessa condição foram fortes. Disse que carrega o estigma do gaúcho. E isso por si só permitiria que desfiássemos outra longa teoria. Disse que saiu do Rio Grande do Sul fazendo três a zero no Grêmio de Ronaldinho. Disse que a história dele tem título com o Grêmio fazendo três a um no Corinthians entrando com bola e tudo no terceiro gol. Lembrou ter sido campeão mundial de clubes diante do Chelsea criando oportunidades e - usando um termo muito boleiro - indo pra dentro. Embalado no assunto, recordou que pegou o Corinthians pra cair e que precisou ser competitivo com um time que tinha quatorze garotos. Que pegou o Palmeiras na mesma situação, ameaçado de rebaixamento e precisando de uma reformulação extraordinária. E que deu conta disso tudo. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">A mim não resta dúvida da sua capacidade profissional. Foi por mérito que ele agora tem nas mãos o melhor elenco do país. E quero crer que saberá tirar proveito disso. Estava coberto de razão quando disse que é preciso ter cuidado com os rótulos. Acho tudo muito pertinente. Mas devo dizer que quando falava do assunto com um amigo o senti um tanto impaciente. Não demorou muito e, enquanto eu ainda falava, ele me cortou bruscamente e disse: é eu sei, mas e as duas Copas que ele têm nas costas? Argumento afiadíssimo. E que me fez lembrar de Luigi Pirandello. O romancista italiano fez questão de alertar seus leitores , com veemência também, que a gente não é o que pensa que é, nós somos o que o mundo vê. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">O que, ao mesmo tempo, me deixou com a sensação de que este assunto é mesmo bom. Permitiu citar Pessoa e Pirandello num mesmo artigo! Que tabelinha essa! Tite não dirá jamais que a defesa é o cerne de sua estratégia. O que parece óbvio olhando a trajetória dele. Eu, de minha parte, vos digo que nada tenho contra a retranca. Por estilo, prefiro sempre a ofensividade. Só peço aos que decidiram a abraçar que a exerçam, mas com elegância, na medida do possível. Como, talvez, seja o caso de Tite.</span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-47235768069346811292024-02-22T12:27:00.001-03:002024-02-22T12:27:31.750-03:00A voz do Doutor<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHpm2NP2Cfkq8EcMpTos-onX3p6shEVqYiWbhKIqQCwiMT3aeWSiL9vCku6yaJDHeIe7xm2B_B5OT80tGx58ncVpm8wsdd5XUggt_LxrYcFly-WLxUGaRtICUHHEduZv5AbdHmQMSku4lwXWM9kJPow2SpD-2ijQEenqA8dPGEXaYW7hk4SBr9dOYZ9C_s/s1600/o%20time.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1063" data-original-width="1600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHpm2NP2Cfkq8EcMpTos-onX3p6shEVqYiWbhKIqQCwiMT3aeWSiL9vCku6yaJDHeIe7xm2B_B5OT80tGx58ncVpm8wsdd5XUggt_LxrYcFly-WLxUGaRtICUHHEduZv5AbdHmQMSku4lwXWM9kJPow2SpD-2ijQEenqA8dPGEXaYW7hk4SBr9dOYZ9C_s/s320/o%20time.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Na última segunda Sócrates Brasileiro teria feito setenta anos. No meio de toda a saudade provocada pela data me peguei com a cabeça nas nuvens. </span><span style="background-color: white;">Fiquei imaginando como seria se o Doutor estivesse aqui. E que vontade de que ele estivesse. O que me fez flertar com muitas dúvidas. </span><span style="background-color: white;">Mas o que ao mesmo tempo provocou </span>em mim uma certeza: a de que se o Magrão estivesse entre nós haveria festa. E das boas. Talvez fosse celebrada na paulistana Ria Livraria, na Vila Madalena, que o tempo tratou de fazer a mais legítima substituta da velha Mercearia São Pedro, onde tive o privilégio de passar muitas noites com esse lendário camisa oito cercado de amigos. E é daí que trago tal certeza. O Doutor adorava celebrar a vida, que acabou lhe sendo breve. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Ele partiu. O país se dividiu. A democracia passou a ser atacada. A correr perigo. A democracia da qual ele, de certa forma, passou a ser sinônimo. A democracia que ele tratou de plantar com seus iguais no árido chão que sustenta nosso futebol. E foi disso tudo que as dúvidas que andei alimentando nasceram. Pois me peguei imaginando, não é de agora, como nosso velho Magrão teria encarado as últimas páginas da nossa história. O que teria dito. De que forma teria defendido sua maneira humana de encarar o mundo. A quantas andaria a paciência dele com esse nosso jogo de bola. O que diria dos livros sendo alterados em nome de novos ditames. Como teria seguido na sua brava resistência. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Pra mim Sócrates é meio Belchior, dessas figuras que o tempo só vai agigantando. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Sabendo do papel que o Doutor chamou para ele, não foram poucas as vezes em que me peguei admirando sua figura e pensando comigo em segredo que aquele cara devia ter voz, muita voz. Devia ser ouvido. Por isso pra mim havia ali, além do prazer da companhia, o alento de saber que o programa que fazíamos juntos cumpria essa função, como cumpria a revista na qual ele publicava seus <span class="highlight" id="0.4631808189101947" name="searchHitInReadingPane" style="background-color: #ffee94;">artigo</span>s semanais. E era interessante notar como as pessoas paravam para ouvir o Magrão. Presenciei isso muitas vezes, mesmo estando na mesa de um bar onde todo mundo costuma falar ao mesmo tempo. Mas aí ele embalava num assunto qualquer e, aos poucos, as pessoas à sua volta iam prestando atenção, prestando atenção, até que em dado momento todos eram só ouvidos. E era possível notar, então, um quase silêncio pra lá de reverente. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">E isso quando ele tramava um papo qualquer, não quando ele sacava da memória uma história vivida nos gramados - ou em seus arredores - por esse mundão afora. Aí seria covardia. Seria fácil explicar qualquer encantamento. Entre os amantes do futebol bem jogado acho que tá pra nascer alguém que não gostaria de ter escutado uma história de bola contada por Sócrates Brasileiro, ainda mais em tom um tanto íntimo. O Doutor virou nome de prêmio social da revista France Football, nome de esplanada em Ribeirão Preto, cidade que fez dele. A data de seus setenta anos rendeu manchetes. Sua figura foi reverenciada. Partilhei a saudade com alguns de seus velhos amigos que me foram deixados de herança e hoje também são meus. E ao lembrar disso enquanto batucava estas linhas devo ter deixado escapar um sorriso porque meus devaneios acabaram por me convencer de que o Magrão segue na área e ainda tem voz. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12pt;"><br /></span></p><p><span style="font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12pt;">*Artigo escrito para o jornal "A Tribuna" , de Santos /SP</span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-24628382290821770922024-02-15T13:06:00.002-03:002024-02-15T13:06:44.351-03:00O futebol é ilusão<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjShSV4SfPfafu3yjkpjoqaWO8Wo_gkTWZhETmkagSOPXYKk0rtGm3LDL3LSSHcZiBorw_Dt9JCUOK3I_oC6UqOB0M-VRv9VN99hHW_u_XTto77w2AKwPnCJGOndZ7y6YhB9KSa9wD1bP9WSvVt2sCg3ngzztysk0sCvXOqfD04TezZTC1GxlqAI1bbp-eK/s281/ilusao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="180" data-original-width="281" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjShSV4SfPfafu3yjkpjoqaWO8Wo_gkTWZhETmkagSOPXYKk0rtGm3LDL3LSSHcZiBorw_Dt9JCUOK3I_oC6UqOB0M-VRv9VN99hHW_u_XTto77w2AKwPnCJGOndZ7y6YhB9KSa9wD1bP9WSvVt2sCg3ngzztysk0sCvXOqfD04TezZTC1GxlqAI1bbp-eK/s1600/ilusao.jpg" width="281" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Uma das coisas que mais me intrigam é porque mesmo tendo praticado tantos esportes quando garoto nunca pensei em fazer dele profissão. </span><span style="background-color: white;">No cerne de tudo estava o divertimento, e só. Era assim quando acordava de madrugada para ir com um amigo de classe às aulas de remo. Foi assim quando a molecada descobriu o surfe e cedo ia em bando para a praia. Era assim nos tempos da natação. E tudo isso, claro, me veio depois de ter descoberto o prazer de jogar bola. Essa questão voltou à minha cabeça insistentemente quando comecei a trabalhar como repórter. Ia cobrir um treino e ficava , muitas vezes, curtindo uma inveja boa de quem estava ali trabalhando e ao mesmo tempo cuidando do corpo - e por tabela da cabeça. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">O vôlei foi dos esportes mais longevos na minha vida. Vieram os campeonatos, a possibilidade de disputar uma edição dos jogos abertos. </span><span style="background-color: white;">Mas era como se tudo se encerrasse ali. Pensando bem pode haver uma explicação muito simples pra tudo isso: a ausência de um talento desses que costumam mudar o destino das pessoas. Já contei aqui que a única vez que flertei com essa possibilidade foi depois de meu pai ter visto meus cotovelos inchados de tanto fazer defesas nas peladas que travávamos no chão duro da garagem do prédio em que morávamos. Deu-me uma bronca e em seguida me perguntou porque não ia jogar bola na praia. E avisou que se era assim iríamos arrumar um time - e consequentemente um campo - pra eu treinar. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Foi uma das mais breves possibilidades da minha vida. No sábado, quando chegamos ao treino, enquanto meu pai conversava com o treinador e explicava a situação vi o garoto que jogava no gol fazer três defesas incríveis. E todo o devaneio a respeito de um caminho repleto de glórias como arqueiro evaporou. Andei lembrando disso tudo dias atrás adivinhem por que? Dei de cara com uma manchete, oras. Sim, estou obcecado por elas. A dita versava sobre a trajetória do atacante Yuri Mamute, que muito jovem foi alçado à essa condição tão perigosa de craque prestes a ser revelado para o mundo. Tinha dezesseis anos quando viu cair sobre ele esse fardo de ser uma grande promessa do nosso futebol. Com toda a tentação que realidades assim certamente escondem. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">E a vida seguiu com todos os requintes precoces que costumam por à prova uma maturidade que inexiste.</span><span style="background-color: white;"> Yuri foi convocado para umas das nossas seleções de base. Foi campeão. Laureado como o melhor jogador de um dos torneios mais prestigiosos do mundo na categoria. Coisas que deveriam bastar para tirar alguém do lugar comum. Mas apesar de tudo isso, ele diz com todas as letras que se desiludiu. Hoje cita as oportunidades que não teve, que o futebol ainda assim não lhe deu. No meio do caminho deu de cara com algo infinitamente mais presente no futebol do que o sucesso: a contusão. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Foi parar no futebol grego, no Japão. Voltou ao Brasil. Hoje está no Joinville. Onde tem vivido a alegria de fazer gols. Essa coisa tão desejada e que em se tratando do jogo de bola sempre foi o melhor dos combustíveis. Consagrado, ou não, ter o esporte em nossas vidas, quero crer, já é um tipo de vitória. E que os que sonham com ele e não ficariam satisfeitos com algo menor do que a glória levem em conta o que ele tem de sublime, mas que levem em conta também o que ele tem de dor. E aí já não importa que seja verdadeira, ou não, a frase dita por Mamute que me fez de novo aqui escravo de uma manchete. A frase era: O futebol é ilusão. Mas qual de nós viveria sem ela? </span><span style="background-color: white;"> </span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-54187942462978227822024-02-08T11:48:00.005-03:002024-02-08T11:48:51.756-03:00A dúvida da dívida<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn81Edkgps3FKOiifkGdG0fNeT61f5lcZ7LkGO04yXs1ZvcLUMhc2_41IyTBCAdj9K860nvFDPYDxfMZL0T-8YGM3zoycV7p6Bq3oLi1cEEo8fo6F4sZk5xrFicYN2-Vy6XR3MMcDOd0MqSr2gnYGZXUiQtaKJYAXiFv_2HfIuBuJEvlt51wo-y-XzTzn0/s400/manchetes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="261" data-original-width="400" height="209" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn81Edkgps3FKOiifkGdG0fNeT61f5lcZ7LkGO04yXs1ZvcLUMhc2_41IyTBCAdj9K860nvFDPYDxfMZL0T-8YGM3zoycV7p6Bq3oLi1cEEo8fo6F4sZk5xrFicYN2-Vy6XR3MMcDOd0MqSr2gnYGZXUiQtaKJYAXiFv_2HfIuBuJEvlt51wo-y-XzTzn0/s320/manchetes.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Vou seguir nossa conversa partindo de uma manchete novamente. Boa demais para deixar passar sem uma reflexão. Creio que vocês irão entender. Já vimos de tudo no futebol. </span><span style="background-color: white;">Times que não têm dinheiro fazendo contratações bombásticas. Time sendo campeão quando os balanços sugerem a bancarrota. Enfim, vigora no mundo da bola um quê de tudo é possível. E verdadeiramente é. Não fosse assim não teríamos visto como já vimos, e muito, times se impondo no cenário nacional com grandes títulos, grandes esquadrões, grandes faturamentos e tudo isso virando pó pouco tempos depois. Qualquer semelhança com o Santos não terá sido mera coincidência. Um ciclo perverso que sempre jogou a favor do faturamento.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Costumo brincar com meus amigos, toda vez que damos de cara com algo nessa linha, dizendo o seguinte: quem gosta de futebol somos nós, eles gostam de dinheiro. Veja, do ponto de vista dos negócios do mundo da bola tanto faz se um time está sendo montado ou desmontado. O que importa é o dinheiro girando, as comissões. Se puder desmontar e montar de novo, então, talvez seja melhor ainda. E se não fosse assim - com essa economia que desafia a lógica - as dívidas já teriam inviabilizado a história de praticamente todos os nossos clubes. Mas há sempre uma mão a lhes salvar, um mirabolante plano de refinanciamento bancado pelo governo - leia-se com a nossa grana - cuja eficácia até aqui foi sempre uma espécie de naufrágio. Não há freios. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Vivemos agora a era das SAFs. Mas as manchetes, estas mesmo de onde tenho extraído o caldo da nossa prosa, estão fartas de exemplos que jogam na nossa cara que ser empresa nunca foi sinônimo de beatitude. Vira e mexe um balanço contábil estremece o mercado com rombos bilionários que experts em auditoria não conseguiram farejar. Vai explicar. Por essas e outras costumo brincar com meus amigos dizendo também a eles que tenho a impressão que se um dia o mundo acabar poderá não ter sido em virtude de uma poderosa bomba, ou algo que o valha, mas por causa da economia com essa lógica absurda que passou a ser o cerne dela. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Posso até admitir que muito foi feito no sentido de não deixar os cartolas impunes. Reconheço o empenho em se criar mecanismos que passassem a permitir que a lei fosse atrás deles e que passassem a responder com os patrimônios particulares uma vez constatada a falcatrua. A pergunta é: sabes de algum que no final das contas se viu na condição de ter de entregar o que tinha? Mas não digo que não andamos. O que digo é que até o final da semana passada duvidava, ou melhor, jamais imaginei que um dia daria de cara com uma manchete como aquela. Que dizia que o Bahia, graças a um aporte feito pelo seu agora parceiro grupo City, tinha quitado setenta e nove por cento das suas dívidas. Se quitarão estas para no futuro fazer outras é o que veremos. Afirmei aqui tempos atrás, que olhando a tabela do Brasileirão era possível ver que uma maneira diferente de gerir o futebol andava dando as caras e colocando entre os times ditos grandes outros mais modestos que outrora não teriam esse fôlego. Não apostaria que o mundo do futebol será saneado, mas sou obrigado a dar o braço a torcer que não esperava isso dele. </span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-53566644317733513042024-02-01T13:24:00.000-03:002024-02-01T13:24:02.674-03:00Andar com fé<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIIc-kn6GgBzJhQMIb99EVlmCisZJyZuYVjDVtPvAJThfbDO8fkYIEF9_CIHIGm9TLetYWn0U4PHplDFM4055mQjmky0a0dyEa_-KNgMZSI_n8qlX9ti8KVsuEpaUOa8cG_N_MCqoeNTlyAbAmRdXGpZ16VR0jF8bFiQBeKEq3ptWv65IZjhzqboIZVEQK/s768/apostas2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="511" data-original-width="768" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIIc-kn6GgBzJhQMIb99EVlmCisZJyZuYVjDVtPvAJThfbDO8fkYIEF9_CIHIGm9TLetYWn0U4PHplDFM4055mQjmky0a0dyEa_-KNgMZSI_n8qlX9ti8KVsuEpaUOa8cG_N_MCqoeNTlyAbAmRdXGpZ16VR0jF8bFiQBeKEq3ptWv65IZjhzqboIZVEQK/s320/apostas2.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Se tem uma coisa que me chamou a atenção nesse breve tempo em que deixamos de nos encontrar é como a tal Mega-Sena da virada </span><span style="background-color: white;">vai ano após ano ganhando destaque nessa fronteira entre os anos. Dizem que sonhar não custa nada, mas sonhar com essas tais centenas de milhões de reais sem ter feito uma aposta não é sonho é sandice. Donde concluo que esse sonho tem seu preço. Aliás, que muitos topam pagar como podemos concluir pelo tamanho da bolada. Nossa realidade cruel, não dá pra negar, certamente contribui deveras pra esse quadro. A loteria , creio, cumpre o papel de uma espécie de último recurso em busca da felicidade ou, mais humildemente, em busca de uma vida digna. Por mais que nunca nos tenha faltado aviso de que a felicidade não se compra. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Enfim, muito foi noticiado. O adeus ao velho lobo, Zagallo. O adeus ao cultuado Beckenbauer. A chegada de Dorival Júnior ao comando da Seleção Brasileira. Eu disse pra vocês que só acreditava na chegada de Ancelotti quando o visse de agasalho dando treino na Granja Comari, não disse? Essa sempre me pareceu uma cena difícil de se materializar. E pelo andar da carruagem jamais se materializará. Mas falando nas manchetes que ocuparam esta nossa lacuna, nenhuma me desafiou mais do que aquela que dizia que os brasileiros tinham gasto mais de 50 bilhões de reais em apostas on-line em 2023. Pensando bem não deveria, afinal, somos o povo que consagrou a aposta como uma espécie de fé. E que discorde aquele que nunca fez uma fézinha. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">E se digo que a notícia me desafiou é porque se trata de um número colossal. E talvez a maior parte das pessoas não tenha ideia do que ele representa. Como ainda não temos os números fechados de 2023 levemos em conta o exercício anterior. </span>Em 2022 todas as loterias oficiais do país juntas foram responsáveis por uma arrecadação de 23,2 bilhões de reais. Menos da metade do faturamento das apostas on-line. E, vejam, foram números muito significativos que representaram a maior arrecadação da história. E justamente no ano em que a loteria pública brasileira completava sessenta anos de existência. Mais espantoso ainda se faz a realidade se levarmos em conta que até outro dia praticamente nem se falava em apostas on-line. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Volto a insistir no papel que a nossa realidade social tem nisso tudo porque esse recorde histórico significou também um aumento de vinte e cinco por cento em relação ao ano anterior. Um crescimento vertiginoso para algo tão estabelecido. E pensar que chegamos a esse cenário com todas essas empresas de apostas operando fora do nosso país. A regulamentação só agora está virando uma realidade e, ouso dizer, uma realidade ainda não totalmente estabelecida. Quase metade desse recorde histórico foi obra da Mega-Sena que em apenas um mês faturou mais do que o ECAD, nossa entidade responsável pela arrecadação e distribuição de direitos autorais de músicos e músicas. O que não deveria espantar já que somos um povo que gasta treze vezes mais com apostas lotéricas do que indo ao cinema. Mas por falar em música, não custa lembrar que quando Gilberto Gil canta que anda com fé, pois a fé não costuma falhar, está falando de algo mais transcendental do que uma aposta. Apostas, quase sempre, falham.</span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-29674117749754329862023-12-21T13:02:00.002-03:002023-12-21T13:02:25.660-03:00O Flu e outros campeões<p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjweX_l22YmksLGXuk6lv63AJE-puEMTzhfCvJWD9b4j_dCoiRg0IC1Z0aLWWPz6I77iamQt373ECM_Gx-IjdP3dmpiySRcMuRr2OqkmHMlyDT3xVpsFUNE6mUIEnJ8Mv8m7n33Z127SBZcJdTa9kzxNlBOOg3jBx2JFNrIDsbzyrApZuAFeHWXdDsN9oBl/s1300/diniz11.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="1300" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjweX_l22YmksLGXuk6lv63AJE-puEMTzhfCvJWD9b4j_dCoiRg0IC1Z0aLWWPz6I77iamQt373ECM_Gx-IjdP3dmpiySRcMuRr2OqkmHMlyDT3xVpsFUNE6mUIEnJ8Mv8m7n33Z127SBZcJdTa9kzxNlBOOg3jBx2JFNrIDsbzyrApZuAFeHWXdDsN9oBl/s320/diniz11.jpeg" width="320" /></a></div><br /><span style="background-color: white; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">A temporada terá chegado ao fim pra valer quando o Fluminense amanhã sair de cena. Por mais que o fim do Brasileirão deixe no ar um sentimento de circo sendo desmontado. E não resta dúvida de que o time de Fernando Diniz deu enorme contribuição para ela com seu inédito título da Libertadores e a boa vitória sobre o Al Ahly que lhe colocou na final do Mundial de Clubes. O jogo de bola nos dias atuais , infelizmente, nos impõe um exercício de humildade. Ou, melhor dizendo, nos obriga a nos encerrar na própria realidade. Confrontar o nosso futebol com o europeu, não é de hoje, pode revelar um abismo de difícil transposição. Sabemos disso, mas sabemos também que o jogo adora driblar a razão ou qualquer coisa que o valha e acabamos por alimentar - meio que por instinto - a possibilidade de ver o improvável. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">É bem capaz que você tenha ouvido muitas vezes pregadores não tricolores dizerem que Diniz precisava de um grande título para ancorá-lo. Pois agora ele o tem. O que talvez já não tenha é o cargo de treinador da Seleção Brasileira uma vez que a CBF neste momento teve seu presidente destituído pela justiça comum e o interventor em exercício corre contra o relógio para convocar eleições. Diante dessa realidade o trato com Carlo Ancelotti, desde sempre de ares tão etéreos, pode ter evaporado, como se evaporou praticamente metade do tempo que se tinha para fazer nossa Seleção ser o outra na próxima Copa. </span><span style="background-color: white; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12pt;">A Diniz diria que, por mais que chegar lá ainda soe como reconhecimento, a Seleção tem pouco a lhe oferecer neste momento. O que é ao mesmo tempo uma prova de que ela já não é o que foi um dia. </span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZOMzoIRuJrPafozu6UaisRvWg5z49848JDOJTB92R0QD5x7cPJKaPzvVHcKCq-ZTPsG38zPv2l3nGuQkasq-PPpZ31gmUru57tXjNB-4FdSkUFx5_HKRJw1nX71SsGaiOqy-GSTOwlVxbeSU-Amx7oQWsYsMn9KbRAfdE-DEr6foX6f6VTFohUS3dhH9Z/s1024/palm23.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="410" data-original-width="1024" height="128" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZOMzoIRuJrPafozu6UaisRvWg5z49848JDOJTB92R0QD5x7cPJKaPzvVHcKCq-ZTPsG38zPv2l3nGuQkasq-PPpZ31gmUru57tXjNB-4FdSkUFx5_HKRJw1nX71SsGaiOqy-GSTOwlVxbeSU-Amx7oQWsYsMn9KbRAfdE-DEr6foX6f6VTFohUS3dhH9Z/s320/palm23.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="background-color: white; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12pt;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12pt;">Tratar de fazer a carreira em clubes ainda mais sólida é o que verdadeiramente pode lhe ampliar os horizontes. Cito o título conquistado mas sigo acreditando que a maior contribuição de Diniz segue sendo a originalidade. Esse jeito que nos obriga a pensar o jogo. Insistir em ser diferente desde sempre guarda uma dose de coragem. E por falar na temporada, maduro, o Palmeiras soube fazê-la um tanto dele também. Talvez nem todos vejam valor nisso, mas considero títulos seguidos algo notável. E aí está o time da Academia de Futebol na nobre condição de bicampeão brasileiro. Se muitos argumentos o futebol trata de desfazer diria que a trajetória de Abel Ferreira nos faz ver que pode ser mesmo essencial manter um treinador. Mas é fato que acreditaria mais nessa virtude tivesse o treinador vivido ao longo do tempo percalços desses que valem por uma frigideira. Não foi o caso. Abel, ainda que tenha se visto às voltas com momentos mais desafiadores esteve sempre escudado , se não pelos resultados, pelas conquistas que obteve. Tantas que lhe valeram como uma blindagem. </span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikg5HYbgfzKaxy5H-yV63BrPXZmL4zBnYlvPPimJabFSnPL0qxtVXnsyg8PiEjfxNXfQXV7phF70ifLQX-AawsW1qT3TjhGkeN7gvvhxln10TuQl87xCaV9G6ep1-enIixc_zCnUB-QMc1Hxd__zstYKQHaecKFhp02CLjxqFwSbq6Gn2zAj59TujxjPYG/s2560/spcopabr.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="2560" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikg5HYbgfzKaxy5H-yV63BrPXZmL4zBnYlvPPimJabFSnPL0qxtVXnsyg8PiEjfxNXfQXV7phF70ifLQX-AawsW1qT3TjhGkeN7gvvhxln10TuQl87xCaV9G6ep1-enIixc_zCnUB-QMc1Hxd__zstYKQHaecKFhp02CLjxqFwSbq6Gn2zAj59TujxjPYG/s320/spcopabr.webp" width="320" /></a></div><br /><span style="background-color: white; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12pt;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12pt;">E resultado, já que o assunto é a temporada, alcançou também o São Paulo, campeão da Copa do Brasil deste ano. Bater o Flamengo na final já teria sido de aplaudir. Mas o tricolor assinado por Dorival Júnior chegou lá depois de ter deixado pelo caminho dois rivais gigantes: Palmeiras e Corinthians. O que seria justificativa para qualquer euforia. O alto número de lesões, é fato, talvez tenha nos impedido de ver o que poderia o elenco tricolor que muitas vezes em campo me pareceu se contentar com o domínio do jogo sem fazer muita questão do gol. Mas é só uma impressão. Está aí. Na condição de campeão. E pelo visto de bem com a torcida que se encarregou de dar ao time do Morumbi uma média de público invejável. O que nunca será pouco.</span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-16397910590708622252023-12-15T11:39:00.004-03:002023-12-15T11:39:34.282-03:00O futuro santista<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz4PpU2RmSY3IF7VDgG1L_ZmCOXf_4WeHoZ1P_VbADZYfw4J9bpyT1pHi6ZCKehUv4D5HieIlqak6fYwM_d77Tx_pwkS00NK6KqTRWPffzpujjfkfCeoEdQTgCubRM1FVaJXB2jurBA6rqgYbQ8WqpwOFOc54AG61S3PHY2_DXSj3iHlDvzKMZCScrUD4o/s2400/santosreb2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="2400" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz4PpU2RmSY3IF7VDgG1L_ZmCOXf_4WeHoZ1P_VbADZYfw4J9bpyT1pHi6ZCKehUv4D5HieIlqak6fYwM_d77Tx_pwkS00NK6KqTRWPffzpujjfkfCeoEdQTgCubRM1FVaJXB2jurBA6rqgYbQ8WqpwOFOc54AG61S3PHY2_DXSj3iHlDvzKMZCScrUD4o/s320/santosreb2.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Não bastasse a vergonha do rebaixamento os santistas tiveram de lidar também com a vergonha por alguns não saberem lidar com essa condição. </span><span style="background-color: white;">Vale dizer que isso não é exclusividade dos santistas. Historicamente os rebaixamentos têm deixado essa marca. Ainda estão frescas na minha memória a batalha campal que se deu no estádio Couto Pereira, por exemplo, no final da temporada de 2009 quando o time dono da casa caiu. O que se deu depois também não foi novidade. Multas e perdas de mandos de campo, que num primeiro momento soavam muito bem impostas, sendo descaradamente abrandadas até quase deixar de existir. Um rebaixamento pode não ser o fim do mundo mas que os santistas não se iludam. Ou achem que o exemplo de outros grandes clubes que caíram pode lhe servir. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Não é bem assim. A musculatura financeira e social os distinguem. O rebaixamento do Corinthians, não custa lembrar, passado o impacto inicial virou praticamente um case de marketing para o clube. E, arrisco dizer, até para a crônica esportiva. Todos os jogos eram acompanhados com grande interesse. Mobilizavam um contingente considerável de torcedores que fizeram questão de acompanhar cada jogo onde quer que fosse. Não que eu duvide do que pode o torcedor santista. E quero lhe crer tão fiel quanto outros. Mas a realidade tem tudo para ser mais solitária. Uma vez que não deverá despertar todo esse interesse da mídia. Realidade que exigirá que o elegido para cuidar deste futuro santista tão incerto neste momento o pense com os pés no chão. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Vejam. Respeitoso com o Santos seria não pensar em SAF. Afinal, que bom negócio pode ser feito quando uma das partes está nas cordas? Contratações badaladas que costumam fazer mais bem a imagem dos cartolas do que ao clube não virão ao caso. O inédito descenso não</span><span style="background-color: white;"> foi uma cena fácil. E chegou a pesaru sobre ela algo de fajuto. Essa palavra outrora tão usada mas que parece condenada a um eterno banco de reservas depois do advento do fake. Mas a mim fajuto soa mais preciso. Não duvido do sentimento de quem estava ali em campo. Mas conversei muito a respeito com outras pessoas. E a impressão que ficou é que, de certo modo, esse era um final tão previsível que mesmo a desolação dos atletas ainda no gramado diante do ocorrido soava esquisita, quase forçada. </span><span style="background-color: white;">Pareceu uma reação não de quem é abatido mas de quem precisa se mostrar assim. É fato que uns devem ter sentido o momento mais do que outros. E também é possível que outros ainda tenham sofrido muito. O técnico Marcelo Fernandes certamente está entre eles. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Em tempo algum se poderá dizer que o rebaixamento foi uma surpresa. Não, não houve clube no futebol brasileiro para quem situação como esta pareceu só uma questão de tempo. Os indícios da queda foram visíveis nas últimas temporadas. Mas o futebol tem lá seus caprichos e revestiu isso tudo de momentos que lidos com euforia e oportunismo fizeram a derrocada ser apontada como coisa de pessimistas. Um caldo fatal engrossado por seguidas administrações que nem perto do aceitável passaram. Nada pode ser mais triste do que chegar a esse momento e precisar reconhecer que ele foi merecido. E qualquer pessoa de bom senso diante de tudo o que se viu nesta temporada não irá discordar de tal veredito. Que o Santos volte o mais rápido possível a espelhar o brilho que a história lhe deu, infelizmente, não a história recente. </span></span></p><p style="margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: inherit;"> </span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-44216148786663058222023-12-07T13:36:00.005-03:002023-12-07T13:36:47.463-03:00O naufrágio botafoguense<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqQ8mBH8vUzKpfG-Q_0NtMzDWULhu2qd-7gQ90V4mbWTtvShxfKS0_ouE_p4sm7LqAcYod-2IcE3l8n_GWVs-A61XXajhrJYmX5x9ekIYtxbsZyxCrJYQ-fO69zh7nV6NwqkKB7WWIsyqkt4eLuHk1RN5rGFIufipR8wkwdCXbj4wce4aWsspk1czaS3-Q/s774/botacai2.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="501" data-original-width="774" height="207" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqQ8mBH8vUzKpfG-Q_0NtMzDWULhu2qd-7gQ90V4mbWTtvShxfKS0_ouE_p4sm7LqAcYod-2IcE3l8n_GWVs-A61XXajhrJYmX5x9ekIYtxbsZyxCrJYQ-fO69zh7nV6NwqkKB7WWIsyqkt4eLuHk1RN5rGFIufipR8wkwdCXbj4wce4aWsspk1czaS3-Q/s320/botacai2.webp" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">O vivido pelo Botafogo é de uma complexidade Shakesperiana, como disse certa vez o genial Nelson Rodrigues a respeito da mais simples pelada. </span><span style="background-color: white;">Gostei de ver dia desses o historiador, Luiz Antônio Simas, fazer uma muito pertinente observação a respeito da frase que, de tão precisa, ficou famosa quando se trata do time da estrela solitária. Tenho certeza de que o nobre leitor já a deve ter ouvido. É aquela que diz: Há coisas que só acontecem ao Botafogo. Uma tentativa de explicar o inexplicável. E como a história recente do Botafogo tem sido mais de percalços do que de glórias passou-se a ter a impressão de que ela foi cunhada para momentos tristes. Não é o caso. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">A frase original, do também genial, Paulo Mendes Campos, aliás, tinha cunho pessoal como cabe bem às crônicas. Dizia: Há coisas que só acontecem ao Botafogo e a mim. Ou seja, como bem lembrou Simas, trata-se de uma ode ao triunfo não ao fracasso. A crônica intitulada " O Botafogo e eu" foi publicada três dias depois de o Botafogo conquistar o Campeonato Carioca de 1957 vencendo o Fluminense por seis a dois diante das quase cem mil pessoas que estavam no Maracanã. Cinco gols de Paulo Valentim, que terminou o torneio como artilheiro, um de Garrincha. Isso diante de um Flu que tinha Castilho no gol, Telê, Escurinho. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Na mesma crônica Mendes Campos diz que o Botafogo não se dá bem com os limites do sistema tático e diz que o time teria de ser como ele, dramaticamente inventado na hora. Vai saber o que seria capaz de livrar o Botafogo dessa sina de ser, digamos, tão original. E a essa altura uma vitória sobre o Internacional só tornaria a coisa ainda mais intrigante. O que temos acompanhando praticamente esgotou o arsenal do batalhão de comentaristas que dia a pós dia encara as trincheiras da crônica esportiva no afã de tentar traduzir o jogo de bola de alguma forma. Se não pelo viés da realidade, pelo imaginativo. Mas nem assim sobrou munição. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Tanto que outro dia vi um ex-boleiro, agora comentarista, pedir licença para dizer que quando jogava e o time começava a viver coisa parecida o jeito era reunir o elenco e perguntar se alguém ali estava em dívida com coisas que pudessem ser ditas do além. E pediam pra que se um deles se considerasse nesta condição - mesmo sem ter de confessar isso ou falar a respeito - que desse um jeito de cuidar da questão. Nesse sentido é interessante notar que na mesma crônica encontramos uma frase que diz o seguinte: O Botafogo põe a gravata e vai à macumba cuidar de seu destino. E na sequência, pra não deixar que tudo perca seu ar testemunhal, Mendes Campos tece esta maravilha: eu meto o calção de banho e vou à praia discutir com Deus. Lindo, não? </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Vejam, o futebol é tão dado a essas coisas que ainda no ano passado a diretoria de patrimônio do Vasco precisou vir a publico esclarecer que não passava de boato a notícia de que teria sido descoberto um sapo enterrado em São Januário durante a instalação do busto em homenagem a Roberto Dinamite. Uma história que remete aos anos 1930. Esse Botafogo talvez espelhe só o bom e velho futebol nos mostrando que ele é que é de outro mundo. Ou talvez, como também escreveu Mendes Campos, o Botafogo seja um menino perdido na poética dramaticidade do futebol.</span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-13620594527407292752023-11-30T12:51:00.002-03:002023-11-30T12:56:31.984-03:00As pérolas e a vaia<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSl0m2DYaY7RbFpgGqqJt2-noOmq5KxAOqynC9LAAkrjPM4UIwy0KG3C2Nw2a2qdlQNGmmnVPXajr2e2egPtsczjYeKiRQvjQffUZKeXZc6fCpkGx5zeoO5WRsqcyXz6YCrrMkDk0ym_8JznRpiQ-NqjA_kQjo0__9vbeda0F5eg4grpiiKhVysF8DiBgW/s730/vaia.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="452" data-original-width="730" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSl0m2DYaY7RbFpgGqqJt2-noOmq5KxAOqynC9LAAkrjPM4UIwy0KG3C2Nw2a2qdlQNGmmnVPXajr2e2egPtsczjYeKiRQvjQffUZKeXZc6fCpkGx5zeoO5WRsqcyXz6YCrrMkDk0ym_8JznRpiQ-NqjA_kQjo0__9vbeda0F5eg4grpiiKhVysF8DiBgW/s320/vaia.jpeg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><span face="Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span face="Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white;">Podem falar o que for mas o futebol é uma fonte inesgotável de divertimento. Nem sempre pelo que se dá entre as quatro linhas. </span><span face="Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white;">Nos últimos dias, em meio a debacle da nossa Seleção, não faltaram bons exemplos do que digo. Lembremos algumas frases ditas no calor do momento, por exemplo. A de Gabriel Jesus dizendo que o gol não era o forte dele. Por mais que o futebol atual e seus esquemas táticos tenham ditado outras funções a um camisa nove não deixa de ser lapidar. Ou a dita pelo lateral Emerson Royal, classificando o esquema do treinador do escrete nacional de algo muito difícil de ser executado. E o cara joga em uma Liga famosa pela excelência técnica. Ou a de Mourinho sobre Ancelloti afirmando que só um louco deixa o Real Madrid. E a do Ancelotti ontem dizendo que concorda com o que disse o português. Boas demais, não? </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span face="Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; font-family: inherit;">Outra coisa que me chamou a atenção: a vaia. Algo que a nossa Seleção parece ter despertado. E ouvida também ao fim do empate do Botafogo com o Santos. Vaias são sempre cruéis, não há dúvida. Não por acaso soaram pela primeira vez durante as execuções na Grécia antiga onde o espectador passou a usá-la quando achava que o que estava vendo não merecia aplausos. De onde é possível concluir que o torcedor brasileiro tem sido até muito condescendente com o futebol que anda vendo. Em geral quando a vaia pinta na área o circo já pegou fogo. </span></p><p style="text-align: justify;"><span face="Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; font-family: inherit;">Prova disso é que uma das vezes em que um jogador conseguiu a façanha de transformar uma vaia em aplauso fez do momento uma página inesquecível. Caso de Julinho Botelho em maio de 1959, quando a Seleção Brasileira entrou em campo para comemorar a conquista da Copa no ano anterior e os alto falantes do Maracanã anunciaram que ele ocuparia o lugar de Garrincha barrado por estar acima do peso, dizem. A estrondosa vaia teria sido ouvida pelo ponta direita ainda no vestiário e ele ao ouvi-la teria prometido a Nilton Santos jogar muito. E jogou. Com dois minutos de jogo fez o primeiro gol do Brasil no amistoso contra a Inglaterra, deu passe para o segundo, seguiu brilhando e saiu de campo aplaudido de pé. Até hoje há quem diga que se tratou de uma das maiores apresentações individuais da história do nosso futebol. </span></p><p style="text-align: justify;"><span face="Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; font-family: inherit;">O que quase ninguém lembra é que Julinho, que tinha estado com a Seleção no Mundial anterior era pra estar também em 1958. Ocorre que depois de ir muito bem em 54 acabou negociado com a Fiorentina time com o qual conquistaria um inédito Campeonato Italiano. Naquela altura Julinho tinha fama e a experiência de três temporadas passadas na Europa. Teria ocupado o lugar de Garrincha. Isso mesmo! Pois o titular era Joel, do Flamengo. Talvez os mais novos nem acreditem. Mas não teço aqui uma peça de ficção. Julinho recusou o convite! Alegou que não seria justo jogar uma Copa no lugar de alguém que estava no Brasil. E, ao contrário do que se ouve muito por aí, durante a Copa os manda chuvas do elenco não pediram pra que Garrincha fosse escalado. </span></p><p style="text-align: justify;"><span face="Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; font-family: inherit;">Relatos em livros, como o de Ruy Castro, sustentam que no primeiro jogo era preciso um ponta que atuasse recuado. Não era o caso do Mané. E na segunda partida, por mais que tenha sido avisado que não deveria segurar a bola porque o tal de Stanley, o lateral inglês, era violento e desleal, Joel deu mole. Levou uma botinada e ficou às voltas com o departamento médico. E se Garrincha acabou escalado contra os temidos - e até favoritos -soviéticos foi porque a estratégia brasileira era ser ofensivo desde o início. É, já não se ousa mais como antigamente. Mas a vaia e o aplauso continuam tendo rigorosamente a mesma alma.</span><span face="Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; font-size: 16px;"> </span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-46970860815457099862023-11-23T15:02:00.001-03:002023-11-23T15:02:27.985-03:00Ah, moleque!<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj81Rl4SG5FKtovdk41GEziS1HiF90_mTI7PfR0LP51tYHA7FZ28pOThC2YjKcYReL_PqYddEYdHoNzKzKbj8PLij13aipOnxND8MYCU-LM5GgcIyv4mmkmIkkDY9K93SKsVQn2jDBXo7_oN8wnUE7RQKlLxsSqpOFSUbm-Zi6uam4xY_df54MMC9LJqz-E/s450/endrick1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="450" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj81Rl4SG5FKtovdk41GEziS1HiF90_mTI7PfR0LP51tYHA7FZ28pOThC2YjKcYReL_PqYddEYdHoNzKzKbj8PLij13aipOnxND8MYCU-LM5GgcIyv4mmkmIkkDY9K93SKsVQn2jDBXo7_oN8wnUE7RQKlLxsSqpOFSUbm-Zi6uam4xY_df54MMC9LJqz-E/s320/endrick1.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Depois de ter visto as cenas lamentáveis na arquibancada do Maracanã na terça vou preferir falar do que pode dar vida ao jogo de bola. A molecada. O futebol nos homens é uma outra coisa. É profissão. É um tudo ou nada. É um balé de movimentos premeditados. Algo que raramente se satisfaz com o ato de se divertir. Isso explica muito da graça cativante que se descortina quando damos de cara com algum moleque desafiando tudo isso. Já vimos tantos. Não esquecemos nunca a precocidade daquele que se fez o Rei. E que continua, até hoje, sendo o mais novo a entrar em campo pela Seleção e a marcar um gol vestindo a camisa dela. Chego a pensar que um dos segredos de Pelé foi justamente o de conseguir preservar em si a capacidade de jogar futebol como quem brinca. Persistiu nele algo de moleque. Algo que, olhando bem, o maior de todos os camisas dez deixava transparecer no sorriso. </span><span style="background-color: white;">Uma aura que se renova agora na figura de Endrick que acaba de debutar na Seleção. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">A jóia palmeirense recém envolvida em polpuda transação irá se juntar a outros meninos, alguns já nem tão meninos assim, que o mercado se encarregou de levar pra longe de nós. Será uma questão de tempo para que outros sigam pela mesma trilha drenando do nosso futebol essa força capaz de lhe dar outra vida. Os homens de negócio do mundo da bola, preocupados que estão com as cifras, não os buscam exatamente pelo que jogam. Os buscam pelo que podem vir a render. E nesse sentido quanto mais cedo melhor. Não tardará e jogadores como o santista Marcos Leonardo seguirão pelo mesmo caminho. E assim vamos ficando cada vez mais sem esse combustível essencial da juventude. Imaginem o nosso futebol se Vini Jr estivesse aqui... Vitor Roque...Rodrygo. Um fluxo que não só não nos deixa remoçar como nos envelhece. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-VVskCv5vpZzBCtH2KBqO23dttzPBC0E5SNSVAeb3miUKDxoeH8BrAZ_VoEDRhNdfflowd-sULfkv1R9hjcq6znWEVhXPpckIQ6sPKyJ7sN4nwMmjlRG_2nVGnUGYn3PKRME7oyPRG-2_hIt3qX8Z-_hjhg110Pwg77PjmhGAATQhyphenhyphenyqr9zKY2KtBgcKs/s845/zico11.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="475" data-original-width="845" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-VVskCv5vpZzBCtH2KBqO23dttzPBC0E5SNSVAeb3miUKDxoeH8BrAZ_VoEDRhNdfflowd-sULfkv1R9hjcq6znWEVhXPpckIQ6sPKyJ7sN4nwMmjlRG_2nVGnUGYn3PKRME7oyPRG-2_hIt3qX8Z-_hjhg110Pwg77PjmhGAATQhyphenhyphenyqr9zKY2KtBgcKs/s320/zico11.jpeg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: inherit;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">A última janela de transações internacionais reforçou esse viés. Um sem fim de jogadores já bem rodados têm desembarcado aqui. E ainda que ostentem trajetórias de se admirar - o que está muito longe de ser o caso da maioria - de uma forma ou de outra fazem nosso futebol perder o viço. Se trata de uma equação inevitável. Só mesmo a inocência dos jovens para driblar o ar sério e modorrento que tanto insiste em ser a cara do nosso futebol atual. Quero crer que muitos por aí, como eu, andam saudosos de um sentimento que se perdeu. Aquela ansiedade boa que se sentia quando um jogo ia começar e trazíamos conosco a certeza de que lá estaria alguém que poderia nos deslumbrar. Lembro de viver muito essa sensação nos tempos do Zico. Como era bom poder esperar isso do futebol. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Mas hoje alguém começa a nos dar esse prazer e o tal do mercado logo aparece na área com sua mão impiedosa levando o talento pra um lugar em que nossa conexão com ele já não pode ser tão íntima. Sem dizer que na maior parte das vezes quando se fala de um jovem talento se fala também do cuidado que é preciso ter com ele. Que tem de ser colocado pra jogar com cuidado, que não se pode queimar etapas. Mas, estranhamente, ao mesmo tempo eles já assinaram contratos para amarrá-los, já viram as empresas esportivas lhes seduzirem com seu mundo de sonhos e suas chuteiras exclusivas. Tem de colocar é a molecada pra jogar. Ainda mais quando a juventude chega pedindo passagem. </span></span><span style="background-color: white; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;"> </span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-50976781234987470252023-11-16T13:12:00.004-03:002023-11-16T13:12:42.509-03:00Nosso Brasileirão surreal<p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxAQh6QYOeGjLdWmwzGd_tNuPBjGxeNdRT1vLUUHtEOrj8zSx6nRRi3ogI-DFJCAW38G43URct3oSIJ2uE5MBeNdylFc5Gxp4A0vozGGCeFI2BxiULsI-pZYIZjsfBtYsj3ZpPNtMjmFb7f-G3cys2EnpOpnaWGsuesZ-0p4TpSOJ0JBPOo_lzUyoYstV5/s842/frida.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="842" data-original-width="800" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxAQh6QYOeGjLdWmwzGd_tNuPBjGxeNdRT1vLUUHtEOrj8zSx6nRRi3ogI-DFJCAW38G43URct3oSIJ2uE5MBeNdylFc5Gxp4A0vozGGCeFI2BxiULsI-pZYIZjsfBtYsj3ZpPNtMjmFb7f-G3cys2EnpOpnaWGsuesZ-0p4TpSOJ0JBPOo_lzUyoYstV5/s320/frida.webp" width="304" /></a></div><br /><span style="color: #0f1419; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #0f1419; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;">O Botafogo tá na fogueira. Não há como mascarar essa verdade. A mim soou d</span><span style="color: #0f1419; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;">esde o início que tam</span><span style="color: #0f1419; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;">anha frente era cruel demais de administrar. Tivesse o time botafoguense desenhado uma liderança normal a realidade seria outra. Mas a bola , a sorte e os gols de Tiquinho Soares o colocaram em total evidência. O fizeram desenhar o melhor primeiro turno da era dos pontos corridos. Impor aos que precisaram se contentar em persegui-lo uma distância que chegou a treze pontos. Algo que em dado momento soou gigante. </span><span style="color: #0f1419; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;">E agora está aí deixando o pessoal da crônica com cara de quem não acredita no que vê. Está pra nascer quem consiga explicar do que o futebol é capaz. Interpretar esse maluquice a que o time da estrela solitária tem condenado seus torcedores. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #0f1419; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;">O modo como começou o jogo contra o Vasco dias atrás. Valente, dando pinta de que poderia voltar a ser o que vinha sendo, que não sentiria a bigorna sobre as costas que acabou sendo o encontro com o Palmeiras. O tipo de enredo que costuma minar qualquer confiança. </span><span style="color: #0f1419; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;">Pra desespero dos que foram convencidos a sonhar com o título brasileiro desde praticamente o início a partir de agora, sob comando de Tiago Nunes, </span><span style="color: #0f1419; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;">será torcer para que a realidade não venha realmente a ser tão perversa quanto a curva de aproveitamento sugere. No momento em que escrevo ouço gente aqui afirmando que não se trata de uma questão técnica mas psicológica. Cheguei a crer que Lúcio Flávio ter sido alçado à condição de comandante atendendo ao clamor do elenco que via nele o cara pra tocar o barco um antídoto pra isso. Mas a tempestade se fez. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #0f1419; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;">Os capítulos que se seguiram ajudaram a manter a veia surreal de tudo o que estamos vendo se dar. O Bragantino que no momento em que passou a ser visto como sério candidato não conseguiu segurar a onda também. O Palmeiras que foi ao Maracanã renascido para encarar aquele que a história recente fez seu maior rival e de lá saiu fazendo o torcedor alviverde, tão acostumado a grandes conquistas, duvidar um tanto dessa alentadora sobrevida. Crença resgatada pouco depois na vitória sobre o Inter que lhe fez chegar a liderança. Mas aproveitemos o caldo que a história vai nos dando. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #0f1419; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;">Na ausência do brilho técnico, de jogos memoráveis, de times que dão gosto de ver, já não podemos dizer que nosso futebol anda totalmente sem graça. Por mais que essa graça tenha um quê da emoção que costuma nos ser oferecida num jogo de bingo. Daquelas que todos começam a se olhar quando vários jogadores estão esperando uma última pedra. Ou estaria exagerando? O que me leva a aceitar a afirmação feita dia desses pelo glorificado Carlo Ancelotti que - dizem - colocará em breve todo seu conhecimento a favor da Seleção Brasileira. Disse ele que ganhar é a única maneira para se avaliar um técnico. Que tenham isso em mente Abel Ferreira, Tite, Pedro Caixinha, e todos os que por ventura tenham condições de chegar lá. Ainda que eu creia que eles saibam de cor e acreditem cegamente nessa teoria.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #0f1419; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;">Eu, de minha parte, acho que a coisa não é tão simples assim, mas sabidamente tenho perfil de quem enxerga tudo de forma mais complexa. Sou , por isso, instado a acreditar mais no que disse certa vez Frida Kahlo, ao sugerir uma fórmula para se tornar invencível. Rir. Isso mesmo, rir. Disse ela: rir, não como os que sempre ganham. Mas como aqueles que não se rendem. O que me fez ver que esse pode ser um jeito bom de encarar as imensas decepções e glórias que este Brasileirão está prestes a ofertar. </span></p><div><span style="color: #0f1419; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;"><br /></span></div>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-33017403194607949312023-11-09T20:44:00.002-03:002023-11-09T20:44:43.858-03:00O jeitinho argentino<p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh_PMJC5P-nTaXqLMNkv9gD1f6dS6Wy9brUK3WpjYIJdcTx4GeA6_G9J2FTkOzwb8CVMgSqrfwo6_vNLHKJ1DlwwhLymZWB1sRFyksKoBJGXDwK9JSyxdEn16er60jxZ8cfr6jRqi3g5O7mOwvwRxi28YbFRgBdoi4lfe4rtDnViXvtEqtjx-EK1fREtBP/s4256/argtorc2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2832" data-original-width="4256" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh_PMJC5P-nTaXqLMNkv9gD1f6dS6Wy9brUK3WpjYIJdcTx4GeA6_G9J2FTkOzwb8CVMgSqrfwo6_vNLHKJ1DlwwhLymZWB1sRFyksKoBJGXDwK9JSyxdEn16er60jxZ8cfr6jRqi3g5O7mOwvwRxi28YbFRgBdoi4lfe4rtDnViXvtEqtjx-EK1fREtBP/s320/argtorc2.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: inherit;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Costumo brincar com meus amigos dizendo que se a Argentina tivesse vencido a Copa de 2014 muitos dos hermanos estariam em Copacabana comemorando até hoje. Se tivessem vencido a Libertadores no sábado idem. Gosto de imaginar a cena. Um tipo com jeitão portenho, uma já surrada camisa da seleção, pele vermelha do sol, deixando transparecer intimidade total com a praia e, claro, pronto pra falar de futebol com quem chegasse perto disposto a isso. É uma licença poética , mas que diz muito sobre do que são capazes. Algo que, de certa forma, elucida o jeito deles de torcer. Infinitamente mais vibrante do que o nosso. Tão vibrante que aos poucos foram me convencendo de que podem nos ensinar muito a respeito. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">E, olha, como costumo brincar também, venderam caro aquela Copa para os alemães. Não fosse o tal de Gotze achar aquele gol na prorrogação, sei não. A recente decisão que fez deles campeões mundiais também foi um espelho disso. A França mesmo oscilando e não mantendo a pegada que tanto impressionou no início do Mundial era páreo duro. E mesmo fazendo uso de todos os recursos possíveis, inclusindo aí um afiado Mbappé, acabou sucumbindo diante dos argentinos. Por essas e outras vejo neles algo que parece nos faltar faz tempo. Poderia dizer que é uma competitividade, mas não é só isso. É uma questão anímica. Um certo dom para dar alma às grandes batalhas e a certas páginas que o futebol desenha. Fazendo muitas vezes, no meu modo de ver, essa coisa de dizer que somos o país de futebol soar prepotente. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">E talvez seja por isso que pra nós uma final contra um time argentino jamais soará como uma final qualquer. E isso nunca se reduzirá ao velho discurso da rivalidade que, como já disse, muitos exploraram sem pudor na ânsia de esquentar transmissões. Assim como costumamos dizer que esse ou aquele escrete argentino não anda com o time afinado como teve em outros tempos. Seja como for na hora em que a bola rola a garganta dá um nó porque sabemos que, seja como for, nada tornará a missão mais fácil. No mais, somos muito parecidos. Irmanados que estamos nesta nossa América. Ameaçados pela inflação. Desiludidos com a constatação de que nossos países poderiam muito mais. Igualados também pela sombra de uma certa extrema direita que nos torna outro tanto iguais. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Sem contar que a final da Libertadores nos mostrou ainda uma outra semelhança: um certo despreparo para lidar com o futebol quando ele vira um grande evento. Mas bagunça na hora de decidir um título continental é coisa que manchou tempos atrás o futebol europeu também. Mas por estas bandas, não sei, a coisa se mistura a um certo descaso. Enfim, ficamos parecidos, inclusive, quando o futebol revela seu lado mais perverso, mais bárbaro. A essa altura pode soar descabida essa espécie de ode aos argentinos, depois de torcer para que a maneira de pensar o futebol defendida por Diniz triunfasse. E se triunfou justamente sobre eles, isso sem dúvida alguma amplificou a graça da coisa. E provou também que nos momentos em que o futebol revela seu lado nobre os argentinos podem muito. Disse Diniz horas depois do triunfo sobre o Boca - ao se vestir novamente de técnico da Seleção Brasileira - que talvez esteja na hora de admirar mais quem é bom do que quem ganha. Mas aí, nesse caso, lhes digo eu: não é pra tanto. </span></span><span style="background-color: white; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;"> </span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-38894309054376051502023-11-04T13:22:00.006-03:002023-11-04T13:22:55.583-03:00Vojvoda, o original<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBKJBjmOARDaC_BzvrX75zjVlONr7KGf2GvdoxtQTj2uXRWmWWx1nLtNJib_XdkQ28UZkOoyjfqXg1wvbuOROiplfX58VzkCPbQH6z1dZIo0793tH77HO7zXKAykru54OUpl6fZT9UQ_qOmQepznWOO3PE4-hETxRgGUteeM_5BxDBW68koPZA_WfbOQjm/s900/vojvoda.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="506" data-original-width="900" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBKJBjmOARDaC_BzvrX75zjVlONr7KGf2GvdoxtQTj2uXRWmWWx1nLtNJib_XdkQ28UZkOoyjfqXg1wvbuOROiplfX58VzkCPbQH6z1dZIo0793tH77HO7zXKAykru54OUpl6fZT9UQ_qOmQepznWOO3PE4-hETxRgGUteeM_5BxDBW68koPZA_WfbOQjm/s320/vojvoda.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Sei que vivemos em um país em que os títulos são decisivos para que alguém seja reconhecido como o tal. E quando não são os títulos é a grana. </span><span style="background-color: white;">E quando não é a grana agora pode ser o número de seguidores. Por mais que eu seja de um tempo em que soaria pra lá de estranho se você viesse a dizer que alguém tinha seguidores. Mas deixemos as questões temporais de lado. Pois se tem uma coisa que desafia o tempo são personagens originais. Falo num nível que faz certos homens ganharem um quê de inoxidáveis. E o que vou por fim citar aqui me faz recordar muito do Seo Antenor. Nos finais de semana quando a molecada se encontrava no velho campinho que ficava entre a estrada de ferro e a pedreira ele sempre estava lá. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">E, meio sem que se soubesse como, depois de escolhido os times ele sempre se achegava ao escrete com o qual se sentia mais afinado e começava a dar instruções. Falava baixo, quase como se tivesse contando segredos. Mas aquilo caia tão bem nos ouvidos da molecada que não me lembro de alguém que não tenha se desdobrado pra tentar fazer a coisa minimamente do jeito que Antenor propunha. E o que era mais intrigante é que o homem não tinha pinta de boleiro. Não contava histórias de outros tempos. Durante a semana era visto executando tarefas banais como cuidar dos passarinhos ou da jardim da sua pequena casa. E quando não estava fazendo nada era visto sentado com a mulher numa cadeira de praia em frente ao portão de casa. Jamais na padaria onde a conversa dos mais velhos sobre futebol poderia facialmente ser confundida com uma algazarra. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Vez por outra chegava ao campinho mais cedo do que todo mundo. Tirava um tufo de mato do pé da trave. Depois caminhava de cabeça baixa, parando aqui e ali para puxar com um dos pés um pouco de terra na tentativa de tapar ou reduzir buracos que podiam vitimar a garotada. E é em Juan Pablo</span><span style="background-color: white;"> </span><span class="highlight" id="0.9594200500847048" name="searchHitInReadingPane" style="background-color: #ffee94;">Vojvoda</span><span style="background-color: white;">, o técnico do Fortaleza, que vejo um pouco do Seo Antenor. Não tem pinta de boleiro. Quando o ouço falar é quase sempre com ar sóbrio. Lembro que quando começou a fazer certo sucesso foi flagrado pela imprensa saindo não sei se de casa ou do clube para ir ver uma pelada que estava sendo travada ali nas redondezas. Aos poucos foi construindo uma história de respeito. E depois de conquistar as últimas três edições do estadual acaba de levar o Fortaleza a uma decisão de torneio continental. Mas isso é detalhe se quisermos driblar essa história de enaltecer os homens por seus títulos. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span class="highlight" id="0.832399716574342" name="searchHitInReadingPane" style="background-color: #ffee94;">Vojvoda</span><span style="background-color: white;"> </span><span style="background-color: white;">, por uma dessas singularidades do futebol brasileiro, chegou ao posto que ocupa sem ostentar um título de expressão sequer. Tinha levado o modesto Union La Calera, do Chile, à Libertadores é verdade. E com isso já teria credencial para ser tido como um personagem original. Mas foi além, fez com o time dele uma campanha incrível no Brasileirão de 2021 quando o Fortaleza figurou entre os quatro melhores do principal torneio de futebol do país. E mais, em evidência total, resistiu ao assédio dos ditos grandes. E ao agir assim seguiu por um caminho que quase nenhum dos nossos professores teve coragem de trilhar, e que o tem levado cada vez mais longe. Por isso </span><span class="highlight" id="0.5463400684971702" name="searchHitInReadingPane" style="background-color: #ffee94;">Vojvoda</span><span style="background-color: white;">, assim como fazia o velho Antenor, me dá a impressão de não estar muito interessado em copiar fórmulas. O que convenhamos sempre foi tática das mais nobres. E pra poucos. </span></span><span style="background-color: white; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12pt;"> </span></p><p align="left" style="font-family: Arial; font-size: 11pt; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="font-size: 11pt;"></span></span> </p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-63566347728864230102023-10-26T17:56:00.001-03:002023-10-26T17:56:25.430-03:00De olho na tabela !<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMTItQK4xlW_Qi_XATUnUgsxrHCPMsg30-MtHGhg28VgdVg_PbqPYhmR7YWXD67tKO-bzc1GQ3_DNFnQY18k5f-ct4UVD3pTtpB1Gg_vXfb3f2dI6lzw4s3ho_1cRow_opFKq6xg6qkGF7wK5JDdtkJoN-2VhCEQI02zUFpP-r-cZrWz7IP-cLBaXsmdnK/s1200/tabela1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMTItQK4xlW_Qi_XATUnUgsxrHCPMsg30-MtHGhg28VgdVg_PbqPYhmR7YWXD67tKO-bzc1GQ3_DNFnQY18k5f-ct4UVD3pTtpB1Gg_vXfb3f2dI6lzw4s3ho_1cRow_opFKq6xg6qkGF7wK5JDdtkJoN-2VhCEQI02zUFpP-r-cZrWz7IP-cLBaXsmdnK/s320/tabela1.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Não sei se você é desses que gosta de analisar uma tabela, ou se só a procura quando quer tirar alguma dúvida. Ou pra se certificar sobre</span><span style="background-color: white;"> qual o tamanho da sombra que a zona do descenso anda projetando no escrete </span><span style="background-color: white;">que ama.</span><span style="background-color: white;"> Ou, mais poeticamente, sobre quem precisa derramar aquela velha e boa secada, sem a qual o jogo de bola ganharia ares de orquestra de câma</span><span style="background-color: white;">r</span><span style="background-color: white;">a. Eu sempre tive uma queda por elas. Já disse aqui que q</span><span style="background-color: white;">uan</span><span style="background-color: white;">do menino junto </span><span style="background-color: white;">c</span><span style="background-color: white;">om meu</span><span style="background-color: white;"> </span><span style="background-color: white;">i</span><span style="background-color: white;">rmão</span><span style="background-color: white;"> di</span><span style="background-color: white;">spu</span><span style="background-color: white;">tá</span><span style="background-color: white;">vamos longos campeonatos de futebol de botão com cada um de nós cuidando de dar vida a uns dez times. E zelar pela tabela de classifi</span><span style="background-color: white;">c</span><span style="background-color: white;">açã</span><span style="background-color: white;">o</span><span style="background-color: white;"> colocava a brincadeira em outro patamar. E agora que a atual edição do Brasileirão vai caminhando pro fim as resenhas vão se apoiando cada vez mais na tabela. E a deste ano em especial anda sendo de um magnetismo absurdo em seus extremos. Em outras palavras, na parte alta e na parte baixa. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">E olha que o Botafogo tem feito de tudo pra jogar uma água nessa fogueira. Vejam vocês, mesmo levando em conta que possa não vir a ser o campeão, seria necessária uma dose cavalar de pessimismo pra não dizer que uma das vagas diretas na Libertadores do ano que vem ficará com ele. Restam , então, outras três. E pra elas o que a tabela mostra é uma fartura de interessados. Tite chegou ao Flamengo e disse com todas as letras que a missão dele no Flamengo de cara é fazer o rubro-negro ficar com uma delas. O Palmeiras por sua vez, mesmo não tendo um ano tão medonho como seu rival carioca também precisa de uma. Pois se terminar o ano sem uma delas só amplificaria o descontentamento da torcida e escancararia o quanto o planejamento esteve longe do ideal. E diante disso nem supostas contratações sendo providenciadas surtirão tanto efeito. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Ocorre que mesmo sendo possível acomodar essas exigências com a boa campanha do Bragantino há muitos interessados em melar essa lógica. O Grêmio tá no páreo, o Athlético Paranaense. E dependendo do desfecho da rodada que começou ontem e segue hoje e do desfecho dos torneios continentais Fortaleza e Fluminense poderão acabar por ter o Brasileirão como grande meta pra salvar o ano. Mas é a parte de baixo que dá pano pra uma reflexão ainda mais provocadora, por assim dizer. Levando em conta os que estão na zona de rebaixamento e os que estão a poucos pontos dela é possível ver muitos campões brasileiros. Campeões continentais e, pasmem, até mesmo campeões mundiais de clubes.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Mas como dizer que o campeonato brasileiro está entre os melhores do mundo a essa altura pode provocar risos, muitos acabam por apontar essa riqueza de patentes como prova de que se não se trata do melhor se trata do mais disputado. Quem imaginaria um Real Madrid, ou um Bayer de Munique vivendo essa experiência desabonadora? De minha parte prefiro crer que o que a tabela escancara é prova cabal de como são mal administrados muitos dos principais clubes do nosso país. Pra quem ainda ficar com dúvida sugiro pegar trechos do debate travado entre os candidatos a presidência do Corinthians promovido pela TV Gazeta dias atrás em que o despreparo para tão impoluto cargo se fez flagrante. Não que seja diferente em outros grandes clubes. Outra lição que tiro disso tudo também é como acabamos por nos divertir com o que deveria nos envergonhar. </span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-70473982244743569662023-10-19T19:41:00.001-03:002023-10-19T19:41:26.493-03:00O homem por trás do jogo<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK2P2_AQmJzaJZ2Ct5o8xQaavxCEqyIwuoSwDck0kRw0nxM3v-KhrSCdtGHrShzxpeKIgsq8hR6CqV_CHGIyg-8N7eciYhG0TAZvsa52ZDJXCWT6cy-5uY7xqeX5Jmzqqhv83ctQgzZwyblIG7t41-naU8sSA6W8dvydBJRgdsFOCB77mOM-qeHI2WuRDM/s1400/cilinho3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="894" data-original-width="1400" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK2P2_AQmJzaJZ2Ct5o8xQaavxCEqyIwuoSwDck0kRw0nxM3v-KhrSCdtGHrShzxpeKIgsq8hR6CqV_CHGIyg-8N7eciYhG0TAZvsa52ZDJXCWT6cy-5uY7xqeX5Jmzqqhv83ctQgzZwyblIG7t41-naU8sSA6W8dvydBJRgdsFOCB77mOM-qeHI2WuRDM/s320/cilinho3.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Nunca vou esquecer o que me falou certa vez o amigo Xico Sá sobre a maneira pra lá de original que ele sempre teve de encarar o futebol. </span><span style="background-color: white;">Disse ele no fundo de uma madrugada: Vladir, o que interessa é o homem por trás do jogo. </span>Definição tão precisa que já recorri a ela várias vezes no afã de tentar explicar em que ponto tento colocar o meu olhar também boa parte das vezes em que o ofício me exige decifrar o jogo. Mas interessante é notar como este viés costuma passar longe do mundo da bola. Ao longo da carreira conheci profissionais no futebol que se mostraram muito humanos, mas que se mostraram preocupados com o homem, muito poucos. Cilinho foi um desses. Ficou até famoso por isso. Como alguém preocupado com o desenvolvimento intelectual dos jogadores que comandava. Tinha notadamente o olhar bem pra lá das quatro linhas. Perfil que o fez entrar para a história com esse rótulo. Exibia também vocação para a boêmia. Mas isso é detalhe. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Foi um dos melhores em seu tempo. Foi dele a criação do time do São Paulo que acabaria reconhecido como os "Menudos do Morumbi", menção a uma jovem banda porto riquenha que fazia muito sucesso na época. Outro nessa rara linha é Fernando Diniz, sobre quem muito tem sido dito. Dias atrás mesmo, quando o time dele garantiu a classificação para a final da Libertadores batendo o Internacional de virada, dei de cara com uma matéria que enaltecia todo o cuidado que o treinador tinha dispensado ao jovem John Kennedy, um dos personagens centrais da histórica vitória no Beira Rio. Diniz, visivelmente emocionado falou sobre o camisa nove. E a matéria resgatava ainda uma bonita frase dele dita no ano passado quando Kennedy andava às voltas com problemas extra-campo. Preciso acolher a pessoa como um todo não só o jogador, afirmou então.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Também é interessante notar que tanto em um caso quanto no outro há certa afinidade. Em uma rápida pesquisa sobre Cilinho, vejam só, acabei me deparando com uma manchete que o definia como um "formador de homens". E não pensem que a coisa para por aí. A maneira de encarar o futebol também guarda semelhanças. Cilinho fazia questão de dizer que tinha compromisso com o futebol ofensivo. E se o time dos Menudos entrou para a história pela conquista de um título paulista entrou também pela forma como jogava. Cilinho, o homem que dava livros aos seus jogadores, gostava de dizer também que gostava de dar a eles liberdade. A impressão que tenho é que o pragmatismo de Diniz o impede de ser, digamos, liberal como Cilinho. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Mas nos dois casos foi preciso que o caminho deles cruzasse com cartolas dispostos a lhes dar amparo. Sabemos todos, vimos nos últimos dias, que esse modo de pensar o jogo muitas vezes não acaba em vitórias. Outra diferença entre os dois é o fato de Diniz ter chegado ao comando da Seleção Brasileira e Cilinho não. Embora tenha estado quase lá. Dizem que foram oito encontros entre ele e a cúpula da CBF. Queriam testá-lo num Pré-Olímpico. Ele não aceitou. Tinha outras exigências, queria cuidar do trabalho de base. A coisa miou. Diniz, pelo visto não fez tantas exigências e paga neste momento preço altíssimo por ter topado comandar a Seleção. Enfim, duas histórias que dão amparo a essa filosofia boleiro-humanista, ao mostrar que não é só do lado de fora das quatro linhas que existe quem considere o homem por trás do jogo uma grande questão. </span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-6173614058131094432023-10-18T12:17:00.003-03:002023-10-18T12:17:41.990-03:00Do que é feito o futebol<p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3ZRke896Uz0sj3xwXsPDvsExZipZl-LHphfsp5o-5a_R4gmjfvQwvFpvx1tYesFpLZLXWVeqqnKRvmnjIb8FWyA2KzWEb6Kqy91Cns4UZeTZfN8SV94r8LAPkd8welf564mYt4ixU0RswTEM1wwigKOo39OfUIPNmwQX73p4QoI8NgkrDX1Z9oI94ENPb/s774/mfer.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="619" data-original-width="774" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3ZRke896Uz0sj3xwXsPDvsExZipZl-LHphfsp5o-5a_R4gmjfvQwvFpvx1tYesFpLZLXWVeqqnKRvmnjIb8FWyA2KzWEb6Kqy91Cns4UZeTZfN8SV94r8LAPkd8welf564mYt4ixU0RswTEM1wwigKOo39OfUIPNmwQX73p4QoI8NgkrDX1Z9oI94ENPb/s320/mfer.webp" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: inherit;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Era uma tarde chuvosa. Dessas que costumam deixar a cidade mais silenciosa e por isso a algazarra se fez ainda mais fácil de notar. Foi o árbitro apitar o final do clássico contra o Palmeiras e os gritos ecoaram por todos os cantos. Nem todos politicamente corretos, mas deixando transparecer sentimentos desses que costumam ficar presos na garganta. Uma euforia dessas que a gente costuma ver quando um time conquista um título. Fato é que que naquela tarde os santistas, talvez sem perceber, podem ter sido brindados com sensação tão valiosa quanto. Afinal, vai saber do que é feito o futebol. Cansamos de ouvir por aí muitas vezes que ganhar um clássico é como ganhar um campeonato. Pode não se tratar só de figura de linguagem. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Mas é dessa essência do jogo que quero falar. Quatro rodadas atrás, ou mais precisamente antes de Marcelo Fernandes assumir o comando técnico, o Santos era um time sem alma. E isso, ouso dizer, era mais assustador do que a falta de resultados. E em matéria de futebol faz tempo que os insucessos são instintivamente relacionados com a falta de dinheiro. Na temporada que estamos acompanhando mesmo, Flamengo e Palmeiras são cobrados e vistos com indignação porque apesar do astronômico faturamento não brilham, não vencem. Por isso Marcelo Fernandes representa neste momento também um triunfo sobre todo esse discurso. Conseguir fazer pairar no ar a possibilidade de que o futebol a essa altura não esteja subjugado a grana é muita coisa. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Só ele saberá a receita exata na qual apostou. Mas sou levado a crer que nela deve haver ingredientes como paixão ao ofício, determinação, confiança e mais um sem fim de coisas que jamais irão constar em planilhas contábeis. Lembro bem de ver o zagueiro Marcelo Fernandes em campo. Na época eu era um repórter em início de carreira mas que vivia colado no time santista. Se eu escrevesse aqui que era um craque estaria carregando na tinta. Mas Marcelo sempre foi em campo o que é hoje. Um cara que vibra, que dá a vida pelo time, que jogava pro time. E que soube desde sempre que o futebol é feito de outras coisas que não exatamente o requinte. Arrisco dizer mais, talvez tenha desenhado uma trajetória que o convenceu desses valores ao suar na várzea e mais tarde ter ido viver o futebol nem sempre em times fartos de glamour. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Que os santistas não se iludam. O Bragantino será adversário dos mais duros. O internacional idem. E nisso está a beleza do que tem sido visto. Tempos atrás o Santos estaria entrando em campo já um pouco batido. Não é mais o caso. E tão importante quanto isso é não esquecer, sejam quais forem as alegrias que o destino reserve aos santistas, que o clube foi levado até à beira do abismo por quem o comanda. </span><span style="background-color: white;">Há maneiras e maneiras de perder um jogo</span><span style="background-color: white;">. O Santos andava perdendo d</span><span style="background-color: white;">a mais lastimável. </span></span><span style="background-color: white; font-family: inherit;">E blindado aqui dessas euforias que podem se revelar traiçoeiras eu vos digo que se Marcelo Fernandes e aqueles que com ele chegaram - o experiente preparador físico, Carlito Macedo - conseguirem fazer o Santos seguir onde sempre esteve terão feito um trabalho memorável. Poderão legitimamente comemorar como quem ganha um título. E mesmo sem vaga na Libertadores, ou seja lá o que for, sou levado a acreditar que estarão felizes, se sentindo cumpridores do dever porque no fundo sabem, nunca esqueceram, do que é feito o futebol.</span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-75259537100998129222023-10-05T13:33:00.001-03:002023-10-05T13:33:45.786-03:00É o Tite, mano !<p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS7BnDP7p1yxuTgu2X37oWMyiGWVxw1wx7mv7Zlyw9_KtlFaPg5OP0UTj4Aa5cbxEs-l9qgigpm-SJnnw_o3AEnAWwrx1LQLa2BpX0IKCUV7dr5_W2PdT7bRCryXpMwWcVFPV6-feJjyNXeTC9_4uieIKT_anal4drF1voDNYBxdtJziXAs-Fdp9zCn6Eg/s700/tite%2022.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="700" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS7BnDP7p1yxuTgu2X37oWMyiGWVxw1wx7mv7Zlyw9_KtlFaPg5OP0UTj4Aa5cbxEs-l9qgigpm-SJnnw_o3AEnAWwrx1LQLa2BpX0IKCUV7dr5_W2PdT7bRCryXpMwWcVFPV6-feJjyNXeTC9_4uieIKT_anal4drF1voDNYBxdtJziXAs-Fdp9zCn6Eg/s320/tite%2022.webp" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: inherit;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Somos reféns da própria história. Não há como fugir disso. Voltamos a amores. Voltamos a lugares. E ao agir assim desafiamos o que disse certa vez um literato que fez questão de avisar que não deveríamos voltar jamais a um lugar em que fomos felizes, sob risco de não encontrar por lá o que tivemos da outra vez. Mas voltar a algo que deu certo é coisa que ao longo do tempo tem pautado a história dos clubes brasileiros. Filosofando aqui sou levado a crer que por se tratar justamente de algo tão cercado de paixão. Algo do qual o homem costuma ser tão escravo quanto é da própria história. A novela que vimos nos últimos dias envolvendo os treinadores Mano Menezes e Tite evidenciou essa realidade. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">O primeiro comandou o Corinthians num dos momentos mais emblemáticos de toda a história alvinegra. A queda para a Série B, verdadeira tragédia no momento em que se deu, viria a se transformar em uma espécie de catalisador que fez a fiel torcida mostrar toda a sua força. E à frente dessa recondução triunfal à elite do futebol brasileiro estava o gaúcho Mano Menezes credenciado por já ter vivido com o Grêmio esse tipo de epopeia. O título paulista e o da Copa do Brasil conquistados na sequência sedimentariam de vez a imagem dele no imaginário dos corintianos. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Tite, por sua vez, que é gaúcho como Mano e tem praticamente a mesma idade, chegou ao Corinthians na condição de velho conhecido. Já tinha passado por lá no início dos anos dois mil e ao voltar, ao contrário de Mano, trazia no currículo um título nacional de primeira divisão e até um título sul-americano. </span><span style="background-color: white;">Mas com o Corinthians alcançou e deu ao clube outra dimensão. Fez do time do Parque São Jorge campeão da Libertadores e campeão Mundial de clubes. E só quem é capaz de compreender o que significava para um time como o Corinthians a ausência desses títulos será capaz de compreender o que significa e significou a conquista deles. Não é por acaso que Tite virou uma espécie de deus do time alvinegro. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Ele, e Mano, tiveram passagens tão fortes pelo clube que nem mesmo as que foram desenhadas pelos dois tempos depois, ao voltar, sem qualquer grande êxito, mudaram o rumo das coisas. Nada me tira da cabeça que pelo momento em que se deu a demissão de Luxemburgo, e por outras informações que circularam, a ideia da direção corintiana era trazer Tite de volta. O desenrolar da história a fez se contentar com Mano. E do mesmo modo que o Flamengo - que dizem tem tudo encaminhado com Tite - não é o Corinthians. Mano Menezes não é o Tite. E mais do que preferir esse ou aquele o que a torcida do Corinthians deve cobrar é que esse abismo que hoje existe entre os dois clubes , no mínimo, diminua consideravelmente. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">O Corinthians tem história, torcida, triunfos pra isso. A falta, é obvia, é de competência administrativa. Normal que o torcedor tenha sua preferência. Como é preciso admitir que as passagens dos dois acabaram os levando à Seleção Brasileira e isso é prova de alguma excelência. E se Mano não teve a longevidade de Tite não custa lembrar que acabou demitido quando o trabalho dele na Seleção passava a ser amplamente respeitado pela crônica esportiva. Tite, por sua vez, dirão os críticos, esteve em duas Copas e saiu das duas muito criticado. Mas aí eu diria , sem titubear: mas é o Tite, mano! </span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-43359357451507738702023-09-28T11:48:00.005-03:002023-09-28T11:48:49.771-03:00O ocaso do Migué<p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8L4wcwGcfvxvpWjZ_e1M0Hzvxv9qIAmC8lVmtsCvWzuDp6tRY3RQx023u0l7NS1ZO438eQC6B3OMHU2AmdOnlB8emoZFcytLmIiIj6nVmzGro9amxTc5ec0qEXGmYrJ-Q5w84s1Vnv9sjmMzfg23u-v00ToCrbvBGOEjFON8m2sdzXHhGQcYxIqArohJr/s150/migu%C3%A9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="150" data-original-width="150" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8L4wcwGcfvxvpWjZ_e1M0Hzvxv9qIAmC8lVmtsCvWzuDp6tRY3RQx023u0l7NS1ZO438eQC6B3OMHU2AmdOnlB8emoZFcytLmIiIj6nVmzGro9amxTc5ec0qEXGmYrJ-Q5w84s1Vnv9sjmMzfg23u-v00ToCrbvBGOEjFON8m2sdzXHhGQcYxIqArohJr/s1600/migu%C3%A9.jpg" width="150" /></a></div><br /><span style="font-family: inherit;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Devo ser mesmo um romântico em matéria de futebol. Digo isso porque um dos mais acalorados papos sobre futebol que travei nos últimos dias versava sobre o que pode um time de futebol além do planejamento. Cornetava o Flamengo que na primeira partida da decisão da Copa do Brasil mal conseguiu fazer cocegas no São Paulo. Meu interlocutor defendia com unhas e dentes a tese de que essa falta de combatividade tinha sido fruto da disposição tática dos jogadores em campo, enfim, da maneira que o treinador tinha decidido armar o time. Não que eu inocentasse o técnico mas tinha pra mim que naquilo tudo havia uma questão individual. Uma falta de disposição para, uma vez naufragado o esquema, tentar buscar uma maneira alternativa de equilibrar o jogo. O que de uma maneira rasa seria apostar um pouco no bom e velho resolver na raça. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Não ignoro as imensas dificuldades que costumam brotar de escolhas táticas que não vingam. O que estava querendo defender é que para além do quatro quatro dois - ou algo que o valha - existirá sempre a questão anímica. Para ser mais direto, sem ânimo sempre foi difícil chegar a algum lugar. Imagine então quando se trata desse futebol físico dos dias de hoje. Essa filosofada a respeito me fez pensar também que um treinador sensível, diante de um quadro desses, poderia muito bem, humildemente, optar por uma estratégia que tornasse o time menos exposto, e em última instância exigisse uma dose menor de atitude. Não consigo entender que durante noventa minutos um time não seja capaz, minimamente, de morder um pouco o adversário. Se é que me entendem. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"> Quando alguém toma conta de uma partida a coisa complica. É fato. Mas quero crer que uma boa leitura de jogo, um bom tempo de bola aqui e ali irão permitir umas beliscadas no adversário. E não estou falando em com isso chegar a um jogo igual. E é óbvio que para ter algum efeito esse tipo de reação não pode partir de um único jogador. Embora toda contribuição seja bem vinda e possa dar algum fruto. Agora, se quem está em campo não quer jogar é outra história. Só fico me perguntando se quem acompanha o futebol pelas entranhas, os analistas de desempenho, munidos de todo o aparato digital que têm à disposição não enxergam os abismos que toda a falta de ânimo pode provocar. Foi-se o tempo em que os espertos podiam dar o popular migué. Podiam ficar nessa de ser chinelinho. </span><span style="background-color: white;">Os mapas de calor estão aí pra desmascarar aqueles que em campo podem se fazer uma fria para os ditos companheiros. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">E pelo que li esta semana a FIFA acaba de aprovar a chuteira inteligente. É, meus amigos, o avanço tecnológico é como a burrice, não tem limites. Esse novo aparato, pasmem, servirá para medir o desempenho dos membros inferiores. Olha que perigo! O invento servirá, por exemplo, para analisar tempo de bola, velocidade do chute, distância percorrida, aceleração e até analisar as mudanças de direção. Não pensem por isso que esse mundo favorece mesmo a informação. Hoje em dia os clubes se negam até mesmo a fornecer a lista de relacionados para um jogo. Uma </span><span style="background-color: white;">c</span><span style="background-color: white;">oisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Mas, voltando a questão do ânimo, da disposição, é bom que os malandros de bola fiquem espertos porque do jeito que a coisa vai irão de ter de correr nem que seja pra dar um migué nas máquinas. </span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-32411552191470692062023-09-21T12:49:00.001-03:002023-09-21T12:49:14.255-03:00O valente Sampaoli<p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTrUN1W-HZJkxK1H8bM33Gaa0l8IlXaZSygdZm1xCYLl14WBL-kXqeCQ0vWIuk3G9JaGvjVZnmqomgjmRt39SpK4u9tF9kerayX1xVFNoRt8iHyYpWqeIBc9xIHT-NBAHwwv1XSA6OsHhAfTAMJ6B0soVHr0UQ4zmH2zOdFrZG2ibaPA_LekpAR4102QPy/s1450/sampaoli%20f.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="966" data-original-width="1450" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTrUN1W-HZJkxK1H8bM33Gaa0l8IlXaZSygdZm1xCYLl14WBL-kXqeCQ0vWIuk3G9JaGvjVZnmqomgjmRt39SpK4u9tF9kerayX1xVFNoRt8iHyYpWqeIBc9xIHT-NBAHwwv1XSA6OsHhAfTAMJ6B0soVHr0UQ4zmH2zOdFrZG2ibaPA_LekpAR4102QPy/s320/sampaoli%20f.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: inherit;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Para além das grandes questões que cercam o futebol não há como não se render a um bom personagem. O que não quer dizer que um personagem dito bom venha a ser um sujeito gente fina. A sedução de um personagem se dá de forma mais complexa do que isso. O que me leva a crer que mesmo o futebol com todo seu apelo e encanto seria menor na ausência deles. Não colocaria, no entanto, Jorge Sampaoli na galeria dos grandes personagens. Mas há nele um traço que me desperta interesse. É um personagem intrigante. Ainda não tenho claro se é um treinador acima da média, ou alguém que se colocou nesse universo com certa pompa depois de ter sido exímio em extrair todos os dividendos de momentos como a conquista da Copa América com a seleção chilena quase uma década atrás. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">E por transitar nesse mundo em que os resultados servem como uma espécie de maquiagem fantástica imagino que a essa altura os santistas o tenham em melhor conta do que os flamenguistas. Não é pra menos. O que Sampaoli fez à frente do time santista é algo difícil de esquecer. E imagino que muitos dos que não nutrem simpatia por ele ao lembrar disso evitam ser cruéis a ponto de dizer que se trata de uma farsa. O que não é o caso, longe disso. Mas talvez também não seja o caso de tratá-lo como um extra classe, termo sisudo muito usado por boleiros. Meu olhar de torcedor - no início um pouco levado pelo bom astral de momentos como aquele em que Sampaoli chamou pra ver um treino do time santista alguns meninos que acompanhavam tudo de cima de uma árvore - aos poucos foi descobrindo nele um certo ar fechado, de valentia. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Para a formação dessa imagem contribuíram imensamente os relatos de que ele queria mesmo é saber da comissão dele, evitando outros profissionais. Alguns com lugar de honra na história do clube. Mas o que soava como exagero acabou corroborado pelos acontecimentos envolvendo a comissão dele no Flamengo. Agora mesmo antes de começar a escrever estas linhas tinha dado de cara com manchetes nada abonadoras. Pudera. Às vésperas de decidir a Copa do Brasil levou a campo um time pródigo de invenciones que unidas ao placar de três a zero a favor do adversário se fizeram de difícil defesa. E insisitiu nelas na hora de passar a decidir o título. Também tinha lido a declaração de Suso, jogador do Sevilla, da Espanha, que apontou Sampaoli simplesmente como o pior treinador que já teve. </span><span style="background-color: white;">Não sei se é crível, mas depois de tantas páginas vividas no futebol brasileiro, somos levados a supor que o chileno Vidal e o atacante Marinho pensam na mesma linha. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Desde que chegou ao Brasil Sampaoli fez com que a imprensa tomasse ciência de que não dava entrevistas exclusivas. Protocolo que mais tarde viria a quebrar, para atender interesses que eram só dele. Sobre a valentia, um dia me contaram - e isso claro pode ser apenas intriga de um desafeto - que certa vez foi visto desviando a rota de uma caminhada que fazia na praia de Santos ao perceber que ela desaguaria na mesma que vinha traçando o lendário Serginho Chulapa. Adoro personagens e adoro lendas. Se é um treinador de primeira classe sigo sem saber. Mais fácil tem sido constatar que quer mesmo é se cercar dos seus. Coisa que se segue sendo levada adiante é porque quem o contrata não tem a valentia de encarar valentes nem mesmo quando os está pagando. E assim vão se formando personagens não exatamente grandes, mas intrigantes.</span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-7331191906748082682023-09-14T12:57:00.001-03:002023-09-14T12:57:38.091-03:00O jogo político<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggPcM59k7LvU1koUxfqzrIl4Kzype28bSvbV9r3MHc0XLRr-jFbla-X1arq2NCeWuPO0zcNuYH_JxcgIP0M4BVa9u3ViBfoSgq8_EcbdBGduUc1NntVjZJQUqBeenPZMplf55m-zH6ry4d8Aek5tRWVORmswDbARPqJYvRai5megzv8YFWwlFR4JZsQR6h/s888/posse-ministros.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="473" data-original-width="888" height="170" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggPcM59k7LvU1koUxfqzrIl4Kzype28bSvbV9r3MHc0XLRr-jFbla-X1arq2NCeWuPO0zcNuYH_JxcgIP0M4BVa9u3ViBfoSgq8_EcbdBGduUc1NntVjZJQUqBeenPZMplf55m-zH6ry4d8Aek5tRWVORmswDbARPqJYvRai5megzv8YFWwlFR4JZsQR6h/s320/posse-ministros.webp" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Na maior parte do tempo procuro ser polido. Mesmo quando tomado de indignação. É uma fração dos meus princípios que nem sempre fazem sentido. Ou melhor, parecem fazer cada vez menos. Acompanhar nos últimos dias a fritura que desembocou na retirada de Ana Moser do Ministério do Esporte foi de doer. Faz algumas décadas que ando perto demais do esporte para não ter convicção de que ele é muito mais do que esse circo do qual faço parte. O esporte é muito mais do que as cifras que fazem muitos dos nossos semelhantes se sentirem deuses ou acharem que podem tudo. O esporte é muito mais do que toda a vaidade que pode se esconder atrás de marcas e medalhas e minha vivência me sugere que Ana Moser sabe muito bem disso. </span><span style="background-color: white;">O esporte é sinônimo de saúde, de educação, de inclusão. E se for para ir mais fundo diria que é um grande instrumento para que as pessoas se conheçam melhor. É difícil tendo vivido no meio desse universo imaginar figura mais legítima do que Ana Moser para extrair do esporte tudo o que ele pode dar. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Ela, que lembro bem, mal tinha parado de jogar e já tinha implantado bem no seio de uma das maiores comunidades de São Paulo um projeto esportivo de cunho social. Isso quando projetos do tipo eram raros. Por isso não me espantei quando dias antes de passar a testemunhar toda essa fritura deixei escapar um sorriso sincero e de satisfação ao dar de cara com a notícia de que ela estava, junto com o SESI, inaugurando um grande plano envolvendo o futebol feminino. </span><span style="background-color: white;">Plano que irá criar vários núcleos pelo país dando a oportunidade de que o esporte passe a fazer parte da vida de muitas crianças e adolescentes. E se sorri , e estou certo de que sorri, foi por trazer comigo a certeza de que é esse o caminho. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Certeza que vi ainda mais robusta em mim quando há cerca de um mês, depois de me inscrever para nadar num espaço público de São Paulo, me deparei às sete horas da manhã com uma fila imensa. Uma fila de interessados em ocupar algumas poucas vagas que estavam sendo disponibilizadas no Centro Desportivo Baby Barioni. O nome é uma homenagem ao criador dos Jogos Abertos do Interior e pioneiro do basquete paulista. Um centro de muita tradição mas que esteve fechado desde 2014 e acabou entregue depois de quase uma década, em dezembro passado. Naquela manhã, naquela fila, me peguei dividido entre a tristeza e a alegria. O tratamento dispensado aos candidatos esteve longe de ser adequado, o que redundou em frustração para a maioria absoluta dos que resistiram por mais de duas horas. Muitos nem ficaram. Desistiram ao se deparar com o tamanho dela. E se digo que também experimentei alguma alegria foi por perceber de algum modo que o que era em mim teoria fazia sentido. Aquela pequena multidão disposta a nadar, a praticar exercícios. Gente de todas as idades. Uma situação que escancarou também a falta de espaços desse tipo. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Fico imaginando o impacto que isso poderia ter nos índices que medem a saúde da população. De minha parte gostaria de estar ali pela atmosfera do lugar, por sua história. Ao contrário de muitos poderia pagar uma academia. E o que vi ali sei que Ana Moser viu muito antes de mim. Uma pasta dessa importância feita moeda de troca. Não por acaso a cerimônia de posse do novo Ministro foi feita ontem a portas fechadas. E ninguém se envergonha. Ninguém se levanta. Os espertos de sempre se justificam dizendo sem corar que é do jogo. E a gente feito gado, nós, a nação, os filhos dela, que poderiam crescer mais saudáveis, mais educados, vão levando outra bola nas costas. </span> </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Foto: Ricardo Stuckert</span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-46306424147049826442023-09-13T17:53:00.004-03:002023-09-13T17:53:32.607-03:00O desafio de jogar fora de casa<p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgth_BY60kgZ_tetSeFjopuuq4YpqjnvBdwYsEXXE3I3_FByXGs91rHiYdPwRnxlPlUiA6sH8J2zjTf3p3vt_FuSdoJ8yQOGpO0WmiSO0sghQDzembdspevGJLh19gCEFf9VDA5LihhKrGOva3cTRy566vbT2dNDY6ykmDUX5d4X0NEF9kHkxmxD5wSRtiG/s650/contra2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="457" data-original-width="650" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgth_BY60kgZ_tetSeFjopuuq4YpqjnvBdwYsEXXE3I3_FByXGs91rHiYdPwRnxlPlUiA6sH8J2zjTf3p3vt_FuSdoJ8yQOGpO0WmiSO0sghQDzembdspevGJLh19gCEFf9VDA5LihhKrGOva3cTRy566vbT2dNDY6ykmDUX5d4X0NEF9kHkxmxD5wSRtiG/s320/contra2.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: inherit;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">É bem capaz de o nobre leitor, que quando moleque andou aprontando das suas com a bola no pé, lembre com riqueza de detalhes o que era jogar na casa do adversário. Na minha época quase sempre isso significava encarar a molecada da rua de trás, ou algum outro time formado nas redondezas e que não tivesse entre os seus a patota que costumava formar quase todo dia no prédio ou na praia pra uma pelada. Era coisa simples mas que dava ao jogo de bola um ar diferente. Coisa que a molecada resumia em "jogar um contra". O termo é interessante porque deixa transparecer que os amigos de todo dia não se enquadravam exatamente na condição de adversários mesmo que estivessem do outro lado. Ninguém dizia que ia jogar um contra se do outro lado estivessem os colegas de rotina. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Em outras palavras, quando se tratava de um contra a coisa pesava. Entrava no caldeirão do jogo de bola, a honra, a possibilidade de entradas desleais. A intimidação pode não ser bonita como um drible mas em campo costuma ser recurso muito eficaz. Digo tudo isso para fazê-los atentar para o fato de que jogar fora é um desafio mesmo para profissionais. Talvez o viés que mais aproxime o futebol celebridade do futebol descompromissado da infância. Os são paulinos já tiveram muitas chances pra notar a dificuldade da coisa. O tricolor paulista até agora não sabe o que é ganhar fora de casa neste Brasileirão. Nem quando Dorival Júnior chegou com todo o gás conseguiu fazer o time dele protagonizar tal façanha. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">E dizer façanha não é exagero. Vejam. Das vinte e duas rodadas disputadas até agora o mais normal tem sido que os visitantes triunfem em dois de cada dez jogos. Vinte por cento. É muito pouco. Em uma única rodada esse índice alcançou a metade das partidas. Foi na décima primeira. E notem. Das cinco vitórias fora quatro se deram pelo placar mínimo. A exceção foi o Corinthians que conseguiu fazer dois gols no Santos. Entre essas vitórias pelo placar mínimo está uma do Botafogo. Analisar esse tipo de dado dá pista sobre o que tem feito o líder do Brasileirão andar muito na frente. O Botafogo ostenta no cartel cinco vitórias longe de casa. O Palmeiras tem três. Mas o Flamengo mesmo com toda a ebulição que se vê pros lados da Gávea acaba de chegar a cinco também. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Entre todas as rodadas a única em que nenhum visitante conseguiu vencer foi a penúltima. Talvez a necessidade de pontos que vai alimentando a esperança de salvação de uns e os sonhos de outros vá tornando jogar em domínios adversários mais complicado ainda. Destaquei o percentual que mais vezes se repetiu ao longo do torneio, mas devo dizer que em seis oportunidades o número de triunfos fora chegou a três. O que pela ótica matemática, com alguma licença poética, pode significar um empate técnico com a porcentagem que mais se deu. A dos tais vinte por cento. Uma outra maneira de ver os números sugere que a porcentagem anda mesmo por aí, já que dos duzentos e dezessete jogos disputados até aqui cinquenta tiveram vitórias de visitantes. Ou pouco mais de vinte três por cento. Três jogos ainda estão pra ser jogados. </span><span style="background-color: white;">E já que me entreguei a esse devaneio matemático aproveito para lembrá-los que se uma única vez esse coeficiente chegou a cinco, apenas duas esteve em quatro. A conclusão fica por conta de vocês. De nada tenho certeza, só de que jogar "um contra" era bom demais e dava </span><span style="background-color: white;">ao jogo outra dimensão. </span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-86875637001131787092023-09-01T13:03:00.002-03:002023-09-01T13:03:06.974-03:00Torcer tem seu preço<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqPc9yrusOvw44lalvY3_CVQkcAad3kCP-88pR6iSxmgv0VkOUm9lk5v8kCFPLowwzfKIcdFesL6PjDGj1pqCSm5Bvtife07uUup8GWqXP_ZNJEiQVOk7FHqYosCx3-bPO0Df3ITei7wFZvhsw-3U7fca8UMqdXhKBC55oohF_x3JcfpsjQj3ErDHH36q4/s843/bota%201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="474" data-original-width="843" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqPc9yrusOvw44lalvY3_CVQkcAad3kCP-88pR6iSxmgv0VkOUm9lk5v8kCFPLowwzfKIcdFesL6PjDGj1pqCSm5Bvtife07uUup8GWqXP_ZNJEiQVOk7FHqYosCx3-bPO0Df3ITei7wFZvhsw-3U7fca8UMqdXhKBC55oohF_x3JcfpsjQj3ErDHH36q4/s320/bota%201.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;"><br /><span style="background-color: white;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Há uma coisa que se sobressai sobre todas as outras em matéria de futebol nesta temporada: o Botafogo. O time carioca com sua campanha de arrepiar tem desafiado os descrentes. O que andou fazendo até aqui deveria servir para que os adversários em campo e nas arquibancadas o respeitassem, mas sabemos todos que o jogo de bola é de uma crueldade tremenda. Se deixar escapar o título será lembrado pra sempre por isso. </span><span style="background-color: white;">O primeiro turno quase irretocável de nada servirá. Só os mais apurados historiadores do futuro talvez venham a lhe fazer justiça. Contribuições, como disse, são muitas. Os gols de Tiquinho Soares... </span><span style="background-color: white;">O magnetismo exercido sobre a torcida, que aos poucos foi se traduzindo num estádio botafoguense cada vez mais pulsante. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">O Botafogo este ano instituiu a classificação por comparação. A cada rodada mais do que comentar se ele venceu ou não, o que tem sido feito é olhar para os que estão na tabela abaixo dele e ver se conseguiram se aproximar. Durante muitas rodadas o resultado destas contas tem sido a constatação da incompetência por parte dos perseguidores. É preciso que se diga também que não menos surpreendente foi constatar que mesmo a saída de Luís Castro do comando técnico do time não teve maiores consequências. Algo que muitos davam como certo, como davam também que a liderança do Bota não iria durar. Alguns podem disso concluir que, como se costuma dizer, técnico não ganha jogo. Bruno Lage, o atual comandante, terá não só de ganhar alguns mas administrar essa desconfiança que se traduz em terrível pressão. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">No jogo de ida contra o Defensa y Justicia pela Sul-Americana foi possível notar certo conflito entre Lage e a torcida que fez questão de mostrar seu descontentamento com certas escolhas do treinador. Mas aí veio o jogo contra o Bahia e tudo arrefeceu. Por falar em escolhas, vale destacar a temporada que vem fazendo o goleiro Lucas Perri, no torneio continental trocado por Gatito Fernándes. Na minha modesta opinião Gatito está longe de ser um arqueiro qualquer, mas vendo o que tenho visto estou convencido de que neste momento Perri está operando milagres. Em outras palavras, não discuto o uso de um time reserva... mas o goleiro talvez. Enfim, não sabemos o que será desse Botafogo, mas seja qual for o desenlace que o Brasileirão nos reserve - talvez fosse o caso de escrever lhe reserve - a contribuição do time da estrela solitária é enorme. Tão grande que sejam quais forem os resultados a graça da coisa ainda seguirá sendo obra dele, o time a ser batido. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Aos botafoguenses sugiro não ficar digerindo rancores. Não entrar nessa de pegar no pé do treinador. Brilhar além fronteiras teria sido bom, sonhar com títulos continentais. A Copa Sul-Americana agora é passado. Não deixar escapar esse Brasileirão será muito maior. E se o poderio de ataque dá a impressão de já ter sido melhor, a defesa segue com números respeitáveis. E Diego Costa aí está. Além do mais, Tiquinho tá voltando. Imaginem o tamanho da onda que os botafoguenses não poderão tirar de todo mundo. Já que o triunfo no Brasileirão será , de certa forma, o triunfo sobre a toda a secação que ao longo de trinta e oito rodadas terá sido exercida pelos interessados em uma possível derrocada. E digo mais, tenho um amigo botafoguense e não pensem que ele não está sofrendo. Torcer tem seu preço.</span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5460834705818934375.post-43808210604633011222023-08-25T13:06:00.001-03:002023-08-25T13:06:40.537-03:00Jogando com o otimismo<p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrV2t_1cvq7JsjA7lNhE6Cb3x8myiKvZyhrZtNuNOD8vTbLpfVu9GJA7D4nJ0kbyk8yv3QwSweLnkq554Av1b6P37yg_IJS85j18SY3QunuLN0UIAGZANC3QEjhvxFLcKLaTCu8XkWuyo1u3Fesvve47xsgjYUTku6JRbYvtr4fq6Gnt5AorDt5T86-2OM/s1200/torcida7.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="628" data-original-width="1200" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrV2t_1cvq7JsjA7lNhE6Cb3x8myiKvZyhrZtNuNOD8vTbLpfVu9GJA7D4nJ0kbyk8yv3QwSweLnkq554Av1b6P37yg_IJS85j18SY3QunuLN0UIAGZANC3QEjhvxFLcKLaTCu8XkWuyo1u3Fesvve47xsgjYUTku6JRbYvtr4fq6Gnt5AorDt5T86-2OM/s320/torcida7.webp" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: inherit;"> Foto: Canva pro</span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">O mundo anda tão louco que não se deve deixar de considerar táticas que o vejam pelo vértice mais otimista. Pode parecer coisa de gado. Mas creiam, é uma estratégia. Meio como um três zagueiros pra encarar o amargor planetário. Se plasticamente o jogo parece ter virado outra coisa, menos sedutora talvez, ainda damos de cara com partidas das quais queremos ser testemunhas. Mesmo que esse anseio se baseie mais na importância do que no refinamento. Prova disso é o que se deu no meio de semana passado tomado pelas semifinais da Copa do Brasil. Estádios cheios, coisa que invariavelmente nos remete ao futebol de outros tempos. E seria se a modernidade não tivesse moldado tudo nos fazendo, por exemplo, calar em suspense mesmo depois de ter dado de cara com o mais lindo dos gols. Afinal, o VAR paira acima de tudo com suas decisões que muitas vezes poderiam ser definidas como uma espécie de" te peguei". Brincadeira de mau gosto, por certo. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Talvez os homens do apito acreditem mais do que nós naquela teoria que diz que quando um estádio enche hoje em dia está repleto de turistas, torcedores de um dia, mais preocupados em desfrutar de seu espaço instagramável do que saber com riqueza de detalhes como se dá um impedimento ou algo que o valha. O tal critério se metamorfoseou numa coisa tão, mas tão subjetiva, que nem eu sei mais ao certo que teoria defender. É isso! O futebol passou a ser como uma defesa de tese, assim como a resenha, essa parte tão mais democrática do que o jogo e em que todos se enfiam. E é cada tese que vou te dizer. Sintam-se à vontade para incluir essa minha entre elas. Mas não desistam, mesmo na certeza de estar perdendo o jogo. Melhor um drible na realidade que te coloque para cima do que uma metodologia que te faça o rei da posse de bola - sem marcar gols - no meio dessa imensa zona da confusão que é o viver, como diria um certo professor especialista em retórica boleira. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Nada é o que parece por mais que seja complicado explicar isso para os rubro-negros Pedro e Varella literalmente atingidos pela bagunça instaurada no clube da Gávea. É preciso ver tudo com outros olhos, ainda que eles estejam roxos. Porque o que chamaram de bagunça foi só a blindagem do futebol levando uma bola no meio das pernas de dar gosto. É o futebol revelando como poucas vezes faz o homem por trás do jogo. O fuzuê no banco de reservas do América mineiro é outro exemplo. Não dizem, desde tempos remotos, que quando a coisa não vai bem é necessário dar uma sacudida no elenco? Então! Chega desse negócio de se incomodar por tudo. Com os jogadores que insistem em misturar certas conquistas com a devoção a Deus. Chega de se incomodar com essa coisa de alguns se sentirem os elegidos. Povos inteiros fizeram questão de se dar esse traço. E vai saber se o criador não há de ter suas preferências, como alguém que escolhe um time pra chamar de seu. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">E essa minha sugestão de esquema tático, esse otimismo, pode ser um respiro para os santistas que nos dão a impressão de quem cruza um purgatório. Mas que acabaram de viver uma tarde incrível. Histórias grandiosas nasceram de derrocadas históricas. E se quiser o destino lhes reservar uma SAF, mirem-se no Botafogo. E se nada disso lhes servir de consolo. Pensem que consertar o futebol pode ser tão difícil como consertar o mundo. E relaxe! </span></span></p>Vladir Lemos, jornalistahttp://www.blogger.com/profile/04370198680173876527noreply@blogger.com0