Estes dias que nos aproximam da fronteira dos anos são sempre introspectivos. Fosse para filosofar, diria que pode ser um efeito colateral, causado pelo encerramento das competições esportivas. Sem o suspense do mata-mata, sem a imponente seleção do Bernardinho em quadra, sem ginastas nos impressionando com suas piruetas, sem o escrete de Dunga a nos pregar sustos, dispensamos atenção maior aos nossos próprios desafios. E quem dirá que não é a hora certa de cuidar das próprias táticas, e bolar a estratégia mais adequada para desfrutar dos novos dias?
Há uma frase de Shakespeare que eu gosto muito - corro até o risco de já tê-la citado aqui - que diz o seguinte: "Nós sabemos o que somos, mas não sabemos o que podemos vir a ser". As manchetes esportivas que acompanhei nos últimos dias deixaram essa frase ainda mais sugestiva. Que o digam Ronaldinho Gaúcho, o calunga Robinho e Júlio Baptista.
Depois de ser eleito duas vezes melhor jogador do planeta, Ronaldinho agora é visto com desconfiança pela imprensa e pelos torcedores. Vá lá, a fase não é das melhores. Mas ele com certeza não esqueceu como é que se joga bola, e dizer que sua saída irá ajudar o Barcelona reagir, parece coisa de quem passou da medida nas comemorações do Natal.
Por outro lado, o futuro, esse senhor sempre enigmático, tem transformado destinos, o que não é novidade, eu sei.
Eis que Robinho, depois de encarar um mundo de olhares desconfiados, agora desfila com a camisa número 10 do Real Madrid na condição de comandante do time merengue. Júlio Baptista, que ajudou a esquentar a chapa de Ronaldinho, depois de marcar o gol da vitória do Real sobre o Barça, em pleno Camp Nou, é outro bom exemplo do enredo caprichoso que o futuro guarda. E esse tempo que anda a frente do presente ninguém alcança, nem mesmo tendo o fôlego privilegiado de um Júlio Baptista.
E por falar em condição física, pelo que anda sendo dito, não será ela que impedirá o atacante Ronaldo de defender o Flamengo. O namoro é antigo. Todo mundo sabe que os dirigentes do rubro-negro adoram uma transação milionária, como todo mundo sabe também que o "fenômeno" se desmancha pelo time da Gávea. A transação, se concretizada, seria sem dúvida notícia com lugar de destaque nos dias vindouros, como diriam os mais clássicos.
Peço licença, nessa derradeira crônica de 2007, para não comentar os casos em que o futuro foi de todo sombrio. Exemplos não faltam. Campeões marcados pelo doping, cartolas acusados de crimes, e por aí vai. Acredito, por uma questão de princípios, que em momentos reflexivos é preciso conservar a boa vibração. Ainda que seja impossível desvendar o futuro, ele será o resultado da nossa atitude.
Viva 2008!
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
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3 comentários:
Grande Vladir, deixo meus votos de feliz 2008 a você também.
Sou autor do livro sobre Roberto Dias - você me procurou no fim do ano passado, lembra?
Se ainda tiver interesse naquele nosso papo, estou às ordens: fa_matos@hotmail.com é o meu e-mail, e você também pode me ligar a qualquer hora.
Grande abraço!
Caro Fábio Matos,
antes de mais nada agradeço a visita ao blog.
Desejo sucesso e aproveito para dar os parabéns pela iniciativa de dedicar seu tempo e trabalho a um personagem tão importante.
Sem dúvida teremos boas oportunidades para resgatar o assunto.
Um 2008 cheio de saúde e realizações.
Abraço!
Obrigado, Vladir! Qualquer coisa, estou às ordens. Abraço
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