sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Os novos comandantes

De todas as perguntas que ouvi nos últimos dias, a que sugeria resposta mais rica em detalhes era a que pedia para comparar a chegada de Mano Menezes, Luxemburgo e Leão aos seus novos clubes. No caso dos dois últimos, nem tão novos assim. Qual teria sido a melhor escolha?

A história fez de Mano Menezes um personagem sob medida para as necessidades do time do Parque São Jorge. Apesar da envergadura profissional Luxemburgo e Leão não escaparam, durante as apresentações, de perguntas sobre o relacionamento com algumas estrelas como Edmundo e Fábio Costa. Por hora, o gaúcho que acaba de chegar do Grêmio não precisa se preocupar com isso. À frente de um time ofuscado, Mano Menezes brilha sozinho.

Com relação a Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão, as contratações se revelaram uma boa oportunidade para alimentar, de maneira saudável, a rivalidade que ronda os dois treinadores, e que a mídia não cansa de abastecer.

De volta ao comando do time da Vila, Leão terá uma ótima chance de se impor pelos resultados. Luxemburgo deixou o Santos ostentando dois títulos estaduais e um vice-campeonato brasileiro, um desempenho que está longe de ser insuperável e, inevitavelmente, será usado para medir o sucesso do ex-goleiro, campeão brasileiro com o time santista em 2002, e responsável pelo amadurecimento profissional de dois dos principais jogadores revelados pelo Santos nos últimos anos, Diego e Robinho.

Luxemburgo, por sua vez, mostrou muita lucidez na chegada à Academia, ao afirmar, sobre o fato de querer ser mais do que treinador, que conhece "algumas coisas que são importantes para a empresa", e que "as pessoas não acham bom isso".

Realmente, tenho visto esse sentimento em muitos torcedores. Há no ar um certo receio de que ele domine tudo, o que não deixa de ser um reconhecimento de eficácia. As palavras do lateral sugerem que ele não só entende do riscado (quem seria capaz de duvidar?) como também parece estar ciente desse sentimento que o torcedor tem cultivado.

Ainda que Santos e Palmeiras tenham optado pela repetição, e não por um caminho novo, a troca mostrou que o faro de Luxemburgo para os negócios segue apurado. O treinador desembarcou na Academia em um momento crucial. O Palmeiras acaba de anunciar a transformação do Palestra Itália em uma Arena multiuso, além da milionária parceria com a Traffic, de J.Hawilla. Luxemburgo foi a cereja no bolo dos investidores, e terá, é óbvio, o direito de se servir dele. Quanto às comparações, creio, não cabem. Cada um tem sua história e seus desafios.

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