sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Jogando com o otimismo


                                                                      Foto: Canva pro

O mundo anda tão louco que não se deve deixar de considerar táticas que o vejam pelo vértice mais otimista. Pode parecer coisa de gado. Mas creiam, é uma estratégia. Meio como um três zagueiros pra encarar o amargor planetário. Se plasticamente o jogo parece ter virado outra coisa, menos sedutora talvez, ainda damos de cara com partidas das quais queremos ser testemunhas. Mesmo que esse anseio se baseie mais na importância do que no refinamento. Prova disso é o que se deu no meio de semana passado tomado pelas semifinais da Copa do Brasil. Estádios cheios, coisa que invariavelmente nos remete ao futebol de outros tempos. E seria se a modernidade não tivesse moldado tudo nos fazendo, por exemplo, calar em suspense mesmo depois de ter dado de cara com o mais lindo dos gols. Afinal, o VAR paira acima de tudo com suas decisões que muitas vezes poderiam ser definidas como uma espécie de" te peguei". Brincadeira de mau gosto, por certo. 

Talvez os homens do apito acreditem mais do que nós naquela teoria que diz que quando um estádio enche hoje em dia está repleto de turistas, torcedores de um dia, mais preocupados em desfrutar de seu espaço instagramável do que saber com riqueza de detalhes como se dá um impedimento ou algo que o valha. O tal critério se metamorfoseou numa coisa tão, mas tão subjetiva, que nem eu sei mais ao certo que teoria defender. É isso! O futebol passou a ser como uma defesa de tese, assim como a resenha, essa parte tão mais democrática do que o jogo e em que todos se enfiam. E é cada tese que vou te dizer.  Sintam-se à vontade para incluir essa minha entre elas. Mas não desistam, mesmo na certeza de estar perdendo o jogo. Melhor um drible na realidade que te coloque para cima do que uma metodologia que te faça o rei da posse de bola - sem marcar gols - no meio dessa imensa zona da confusão que é o viver, como diria um certo professor especialista em retórica boleira. 

Nada é o que parece por mais que seja complicado explicar isso para os rubro-negros Pedro e Varella literalmente atingidos pela bagunça instaurada no clube da Gávea. É preciso ver tudo com outros olhos, ainda que eles estejam roxos. Porque  o que chamaram de bagunça foi só a blindagem do futebol levando uma bola no meio das pernas de dar gosto. É o futebol revelando como poucas vezes faz o homem por trás do jogo. O fuzuê no banco de reservas do América mineiro é outro exemplo. Não dizem, desde tempos remotos, que quando a coisa não vai bem é necessário dar uma sacudida no elenco? Então! Chega desse negócio de se incomodar por tudo. Com os jogadores que insistem em misturar certas conquistas com a devoção a Deus. Chega de se incomodar com essa coisa de alguns se sentirem os elegidos. Povos inteiros fizeram questão de se dar esse traço. E vai saber se o criador não há de ter suas preferências, como alguém que escolhe um time pra chamar de seu. 

E essa  minha sugestão de esquema tático, esse otimismo, pode ser um respiro para os santistas que nos dão a impressão de quem cruza um purgatório. Mas que acabaram de viver uma tarde incrível. Histórias grandiosas nasceram de derrocadas históricas.  E se quiser o destino lhes reservar uma SAF, mirem-se no Botafogo. E se nada disso lhes servir de consolo. Pensem que consertar o futebol pode ser tão difícil como consertar o mundo. E relaxe! 

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