quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Te cuida, Peixe



Se tem uma coisa que o futebol brasileiro mostrou nas últimas temporadas é o poder da grana. Por mais que campeões surpreendentes sempre tenham sido coisa mais dada às Copas, por motivos óbvios.  Mas como o espectro pra tratar disso é muito amplo usemos o recorte da última meia década. Em 2017 deu Corinthians, com o Palmeiras na condição de vice. Não custa lembrar que o time alviverde tinha sido o campeão brasileiro no ano anterior. E desde lá as contas do Palmeiras e seu faturamento já andavam sendo notícia. Como é preciso dizer que o Corinthians, mesmo com times que podem ser considerados modestos sempre gastou bem, podendo ou não. O que aliás é um traço perene dos times de maior torcida no nosso país. 

Nesta temporada mesmo, o time alvinegro gastou muito. Fiz questão de dar toda essa volta para chegar na situação atual do Santos. Como já tive a oportunidade de dizer, imagino que os dirigentes do clube santista não tenham tratado como algo lamentável o décimo lugar conquistado no Brasileirão anterior. E assim isoladamente talvez não tenha sido. Mas o contexto da temporada no todo definitivamente foi. E se o clube anda vivendo tudo o que está vivendo nos últimos tempos isso deveria ter lhe servido de aviso. Não é o caso de falar da quantidade descabida de treinadores que passaram pela Vila nos últimos tempos, algo já devidamente alardeado pela crônica. 

Os que sabem da grandiosidade do Santos - talvez seja melhor dizer de sua potencialidade - eu imagino, gostariam de vê-lo inserido nesse grupo cada vez mais seleto de times que, como iniciei dizendo, gozam de um faturamento que dia após dia os torna diferentes de todos os demais. Justiça seja feita, se o faturamento do time santista não está entre aqueles que mais cresceram, teve incremento considerável. E há nisso uma relação perversa porque os times  cujos faturamentos dispararam são justamente aqueles menores que nos últimos tempos conseguiram resultados e acessos a outras divisões. Conquistas que acabaram por turbinar suas contas. 

O que se por um lado mostra que o crescimento do faturamento do clube santista  não é um insucesso , por outro sugere que seria inteligente tentar entender o que esses times andaram fazendo em termos administrativos. E, acima de tudo, como trataram questões cruciais como escolher quem vai comandar tecnicamente suas equipes.  Na minha opinião, essa troca de treinadores além de inviabilizar qualquer planejamento a longo prazo, parindo elencos que serão sempre contestados, revela também uma tremenda falta de convicção nas escolhas feitas. O Santos vive um momento em que cuidar e corrigir o que é prioritário será crucial. E digo isso porque entre esses times que dominam a cena do futebol brasileiro hoje em dia , com seus faturamentos de dar inveja, todos já ergueram Arenas ou andam às voltas com projetos do tipo.  

E o Santos, não é de hoje, tem nos deixado ver que isso está entre suas prioridades. Historicamente quando um clube decidia erguer um estádio o efeito colateral era o de enfraquecer o time, uma vez que a empreitada exigia grandes recursos. Mas atualmente, sabemos todos, há os tais investidores que viabilizam tudo. Seja como for, tudo tem um preço. Não me perguntem se  seria uma boa, ou não. Não sou especialista. Só tenho uma certeza, agora quea temporada está chegando ao fim. É que diante dos jogos complicados que o Peixe tem pela frente meras dez rodadas podem se revelar longas como uma eternidade. 

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