Querem saber do que gostei mesmo nos últimos dias? Além de ter visto o Vanderlei fazer mais uma defesa daquelas e Milton Mendes, técnico do Vasco, mostrar pulso e colocar o atacante Nenê no banco? O que eu gostei mesmo foi de ouvir o Tite falar em alto e bom som que a honestidade do garoto Rodrigo Caio pesou pra que ele aparecesse entre os convocados. O comandante do escrete nacional também deixou claro que a conduta tem com ele tratamento parecido com o que dispensa ao desempenho técnico. Rodrigo Caio, como Tite também fez questão de lembrar, fez uma Olimpíada irretocável. Acho até que já disse aqui que, de certa forma, o momento do São Paulo acabou ofuscando o bom rendimento do zagueiro tricolor.
O bacana de
ver o Tite fazer menção à nobreza que o jogador teve ao se mostrar íntegro no
gramado é que, a meu ver, corrige um pouco as coisas. Já que o que, na minha
opinião, era pra ser motivo de aplausos acabou sendo, antes de tudo, combustível
para debates atravessados. E o bem intencionado Rodrigo Caio acabou ficando na
mira de gente que está longe de pensar que integridade não rima com o jogo de
bola. E não estou falando aqui de comportamentos extracampo. A vida é de cada
um. E todo mundo pode fazer dela o que bem entender. Mas a receita exige que
cada um tenha coragem para arcar com o preço da atitude que toma.
Como disseram
alguns o fair play de Rodrigo Caio não irá mudar o futebol, não o fará
diferente. Realmente não fará. Mas não consigo imaginar em que mundo estaríamos
se cada um se ocupasse de fazer apenas o que acredita ter a capacidade de
mudar o mundo. Provavelmente a essa hora ainda estaríamos morando em cavernas.
Pra mim o ato em si basta. E ponto. Como em qualquer campo da atividade humana
os que apontam algum caminho merecem respeito.
Não é o caso da Conmebol, por
exemplo, que anda dizendo aos quatro ventos que moralizará o futebol
sul-americano. Aí pune o Peñarol depois de toda a confusão vista na partida
contra o Palmeiras com uma única partida com portões fechados e mais uma multa. Já que arrecadar nunca é demais. Decisão que só torna mais visível o vazio
moral que corrói o futebol de dentro pra fora. Não quero acabar com a
malandragem no jogo, não espero que ele seja praticado por gente com ar de
santo. Apenas gostaria de ver nesse universo os poucos exemplos dignos tratados
com a devida importância. E se há gente mesmo lá na Itália a fim de Rodrigo
Caio, acho que ele deveria pensar seriamente no assunto.
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