quinta-feira, 28 de maio de 2009

Goleiros e horizontes

Os goleiros sempre mereceram um capítulo à parte na história do futebol brasileiro. Um longo capítulo. Atualmente, atletas como Marcos, do Palmeiras, e Rogério Ceni, do São Paulo, convencem muita gente de que é ali, na imensidão da tarefa de defender a meta, que a paixão pelo clube se mantém mais viva.

Não é pra menos.

Marcos fez o primeiro jogo pelo Palmeiras em 1992. De lá pra cá se agigantou e se tornou um ícone palmeirense. Respeitável também é a trajetória de Rogério Ceni e seu recorde de jogos com a camisa do São Paulo. Arqueiro refinado, técnico até na hora de jogar com os pés.

Eu sei, é provável que sem os títulos que conquistaram, os dois não teriam se livrado dos questionamentos que assombram todos aqueles que, apesar do enorme talento, não têm a sorte de se consagrar. A dependência do resultado é cruel. E sempre fez vítimas. Marcos e Rogério jamais foram confrontados pela torcida.

Gostaria muito de incluir o goleiro Fábio Costa nessa galeria. Mas acho que só ajudaria a reforçar um equívoco. Nos últimos tempos o nome do titular da meta santista esteve presente em vários episódios. Ter o pavio curto é um direito de todos. Mas é preciso arcar com as consequências.

Contratos longos, renovados antes do tempo, coisas assim, são privilégios que devem ser reservados aos que se tornaram uma unanimidade, ou aos que ficaram muito perto disso.

Alguém aí ouviu contestações quando os dirigentes do São Paulo decidiram renovar o contrato de Ceni até 2012? E no início desta semana quando o Palmeiras esticou o contrato com Marcos por mais meia década?E olha que estamos falando de dois atletas que já passaram dos trinta e cinco anos de idade.

Fábio Costa, tem trinta e um, e um currículo bem mais modesto que os arqueiros de São Paulo e Palmeiras. No entanto, teve seu contrato renovado por mais quatro anos no final de 2008. E dizem que ele está cotado para assumir, no futuro, um posto político dentro do clube.

Isso me leva a crer que, ou as notícias sobre o comportamento de Fábio Costa são injustas, ou os dirigentes do Santos se precipitaram ao colocá-lo na condição de atleta diferenciado.

O que a biografia dos grandes goleiros sugere, é que belas defesas não bastam para garantir um lugar de destaque na história.

Por outro lado, o longo contrato com o Santos continua dando ao capitão santista a chance de ir além de ser o goleiro que mais vezes vestiu a camisa do time da Vila.

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