terça-feira, 16 de outubro de 2007

Maracanã, um assombro

Se fosse possível enxergar o Maracanã apenas pelo vértice do futebol, ele já seria imenso. Mas a verdade é que o estádio Mario Filho, ao longo do tempo, tomou proporções ainda maiores.
E foi por causa dessa grandiosidade que se tornou palco de uma exibição de basquete dos lendários Globetrotters, muitas décadas atrás, e permitiu ao vôlei nacional viver uma noite grandiosa na década de oitenta, ainda que fosse debaixo de chuva. Lembrar outras modalidades não basta.
Em 1980, o solo sagrado do futebol recebeu o Papa João Paulo II para uma missa campal. O eclético e popular Maraca, também abrigou de Madonna a Frank Sinatra.
E, se deu ao jogo entre Brasil e Paraguai, em agosto de 1969, o recorde de público (183.341), em 1988, entregou a Tina Turner o recorde mundial de público pagante num show de cantor solo, ao registrar a presença de mais de 188 mil pessoas.
Essa tal grandiosidade, no entanto, não livrou o Maracanã de uma de nossas grandes mazelas: não tratar os mais velhos com a devida reverência, com o devido cuidado e importância.
De outro modo, o nosso Maraca não teria ficado sem receber a seleção brasileira por sete anos. Não teria sido descartado na hora de escolher os estádios para uma, muita provável, Copa em terras brasileiras.
Alguns dirão que a história não é bem assim, que o estádio acaba de ser reformado. Mas de que adianta gastar mais de duzentos milhões de reais para embelezá-lo e, ao mesmo tempo, não lhe dar o direito de resgatar a devida importância? O seu lugar na história!
Tenho lido que nossos "homens da seleção" andam usando o sucesso de bilheteria como álibi.
De fato, os ingressos se esgotaram rapidamente. Algo fácil de entender quando um time nacional volta a jogar em casa depois de vinte e uma partidas no exterior.
Aos dirigentes vale lembrar que, ao contrário deles, o público não está nem um pouco interessado nesse sucesso comercial.
E o Maracanã, como sempre, não está pra brincadeira.
Nosso presidente que esteve por lá na abertura dos Jogos Pan-Americanos, com certeza não esqueceu disso.
Como nos últimos tempos Dunga só esteve nesse templo da bola para conferir o gramado e gravar os pés na calçada da fama, não custa lembrar, ?

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