quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Férias, Sampaoli e tamboréu


Antes de qualquer  consideração vos digo: um prazer reencontrá-los. Andei gozando férias, o que devo dizer fiz com uma devoção nunca vista. Os direitos do trabalhador andam na berlinda, sabe lá até quando teremos a possibilidade. Mas impossível que é deixar de ter olhos pro jogo de bola, acompanhei, entre outras coisas, a chegada calorosa de Paulo Henrique Ganso ao Fluminense na noite do último domingo. Queira o destino que o outrora incensado meio-campo nos faça lembrar de um tempo em que muitos colocavam mais fé nele do que em Neymar.  Eta vida feita pra driblar e gente, né? 

De tudo que andei lendo nestes dias em que o calor andou desafiando nossa capacidade de sobrevivência, uma notícia que passou despercebida era merecedora de atenção maior, creio eu. . A decisão da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça que, como anunciava a matéria teria poder de mudar a composição dos conselhos de Confederações, Federações e clubes de Futebol. E se usei o verbo ter no passado é por não estar convencido de que a recomendação do corregedor nacional de justiça, Humberto Martins, era pegar, como é costume se dizer e acontecer nesta nossa terra. A recomendação de Martins é de que a magistratura exige dedicação exclusiva. Logo um integrante dela, como juiz, desembargador, conselheiro de tribunal estadual ou federal não pode fazer parte de entidades de direito privado. 

A determinação vale, inclusive, para entidades esportivas em que os cargos não são remunerados. Os quatro grandes clubes de São Paulo têm  desembargadores e juízes em seus conselhos deliberativos. De acordo com as listas  que constam dos sites oficias o Corinthians era, ou é, o clube  com maior número de magistrados no Conselho Deliberativo, nove no total. Em alguns Estados conselheiros já se movimentam para entrar com recursos. Considero a recomendação um avanço considerável tendo em vista que nossa realidade tem nos feito conviver com  casos em que um deputado se torna presidente de clube sem abrir mão do mandato. Mesmo tendo prometido fazê-lo. 

Mas amenizemos o tom da conversa falando de um personagem que atraiu todas a as atenções nesse início de Campeonato Paulista, o técnico santista Jorge Sampaoli. A atuação do time dele diante do São Paulo foi uma façanha. Só se falou disso. E se ele foi surpreendido pelo Ituano eu também me surpreendi um tanto quando terminada a rodada do final de semana vi um dos principais programas esportivos da TV fechada, tendo todo um leque de acontecimentos nacionais, abrir o papo tendo o Santos como notícia, por mais que Palmeiras e Corinthians aquele altura já fossem notícia velha, outra façanha. 

Acreditar que o conhecimento de Sampaoli bastará para levar o time da Vila muito muito longe não deixa de ser interessante. Traz consigo a evidência de que o torcedor continua acreditando que no futebol tudo é possível. Mas é preciso admitir que um acontecimento desse porte daria ao argentino um ar de mágico. No mais, tem dado gosto ver como Sampaoli se envolveu com a cidade. Jogando um futvôlei, querendo aprender as manhas do beach tenis. Pra ganhar o santista de vez só falta aparecer dia desses de tamboréu na mão encarando os craques da modalidade que parecem desde sempre desfilar seu talento ás margens da baía de Santos

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