quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Duelos e Sereias


Chego na área outra vez empolgado com o que o Brasileirão nos reserva.  Mas por mais que o grupo dos cinco primeiros colocados ostente pontuação que os coloca em outro patamar, pois há um verdadeiro degrau no número de pontos  de tais times e os que vêm depois,  é preciso incluir o clássico entre Santos e Corinthians entre as partidas que contribuem para essa dita empolgação. Mesmo porque um Santos e Corinthians nunca deixará de ser bom tempero a qualquer rodada que seja. Pelo que tenho sentido, do lugar em que estão os santistas olham pra cima. E os corintianos, um tanto escaldados, olham pra baixo.  É aquela coisa, vamos nos divertindo como é possível. 

E já que citei a tradição de um Santos e Corinthians, dá para dizer que a rodada trará diluída em si também a tradição do Gre-Nal. Isso porque o Palmeiras, exibindo fôlego de intimidar adversários e fazer sonhar sua torcida terá a missão de receber o Grêmio, no Pacaembu. E o tricolor gaúcho, na condição de quinto colocado sabe muito bem o que significará sair triunfante desse encontro. Não só por questões matemáticas mas, principalmente, por questões morais.  Conseguir dificultar a vida do time palmeirense tem sido algo raro.  Deixo aqui a minha solidariedade ao torcedor gremista que daria tudo pra poder contar com o futebol empolgante de Everton, o Cebolinha, que por causa de uma lesão não se apresentou à seleção brasileira que amanhã fará um nada atraente  amistoso com a insípida seleção da Arábia Saudita, cuja importância no mundo do futebol está infinitamente mais ligada à grana do que ao talento para lidar com a bola. 

Falo numa diluição do Gre-Nal porque teremos também o São Paulo indo ao estádio do Beira-Rio encarar o Internacional. O  vice-líder, que na última rodada foi vitimado em parte pelo desespero do Sport Recife em fugir da degola, se não mostra o fôlego de um Palmeira,  tem sido capaz de se segurar nessa disputa que tem sido ferrenha. Logo, aos gaúchos, colorados ou tricolores, está posta a possibilidade de se divertir não só com a vitória do próprio time como com um possível escorregão de seus grandes rivais.  É claro que o Brasileirão tem muito mais a oferecer, até porque a disputa na parte de baixo da tabela anda tão emocionante quanto, só não dá pra dizer que empolgue, mesmo em casos como o do Ceará que o Lisca Doido tratou de desatolar da zona do rebaixamento.  Embora por hora tenha voltado pra lá. 

E por falar em empolgação,  de empolgar também foram os capítulos finais do Campeonato Paulista de Futebol Feminino entre Santos e Corinthians, em especial o primeiro, que fez a Vila Belmiro receber o maior público da temporada. Não se trata num primeiro momento de ter uma modalidade endinheirada, mas ao menos com um calendário e um nível de organização que desperte a atenção de quem gosta de esporte e dê às meninas que vislumbrem nele um caminho a mínima possibilidade de um dia viver disso. Não suporto quando ouço alguém dizer que o futebol feminino não tem apelo, pois no fundo não se trata disso.  Se trata de cuidar de uma modalidade em que comprovadamente não nos falta nem vocação e nem talento. 

2 comentários:

Adilson Delaim disse...

Querem um apelo, esperem mais alguns poucos anos até despontar nossa jovem panoramense que atende por, Danila. Grande abraço meu caro, Vladir.

Vladir Lemos, jornalista disse...



Outro procê, Delaim !