quarta-feira, 13 de junho de 2018

O que a Copa nos reserva?


Se tem alguém que chega por cima nessa Copa é o nosso treinador. Ouso dizer que Tite, sob certa ótica, tá mais na fita do que Neymar, sobre quem pesou alguma dúvida, se não em relação ao futebol que pode jogar, com relação a condição física, depois de ter sofrido uma lesão que o tirou de cena por meses. Embora nos dois últimos amistosos tenha mandado pra escanteio tudo isso. O time brasileiro já foi virado ao avesso. Nenhum detalhe provavelmente passou despercebido pelo imenso batalhão de analistas. De tudo que li e ouvi por aí, se você deixou escapar e não deu de cara com a reflexão do mestre Tostão sobre o meio campo e os laterais brasileiros deixo aqui a dica. Vá atrás. No mais, com humildade tentarei  dar uma leve engrossada  leve nesse caldo. 

Não faz muito tempo apostar que o Brasil teria Casemiro, Paulinho e Fernandinho juntos era coisa que muita gente duvidava. Foi só agora, tempos atrás, quando o Brasil  voltou a ficar cara a cara com os alemães que o trio ganhou ares de viabilidade. Mas como se tratava de um jogo no qual a derrota tinha tudo pra tomar outras proporções muita gente acreditou que se tratava de uma formação pontual. Diante do perfil do jogador brasileiro sei que parece loucura apostar num time comedido do ponto de vista da criação. Mas se tenho uma desconfiança é a de que durante a Copa pode ocorrer um certo choque entre a expectativa do torcedor e as prioridades de Tite. 

Sabe aquele Corinthians que após fazer o primeiro gol não demonstrava ânsia para aproveitar o embalo? É mais ou menos isso que eu imagino. E não vai aqui nenhum juízo de valor. Por mais romântico que eu seja é preciso admitir que  não há momento no mundo - que não seja entre esses benditos sete jogos - em que aquela súplica de mandar a bola pro mato porque o jogo é de campeonato faça mais sentido. Não me entendam mal. Não estou insinuando que a seleção tem um quê de Corinthians, por mais que o caminho do que se vê tenha sido aberto com o comandante do nosso escrete levando o time do Parque São Jorge a lugares que seus fiéis seguidores quiseram desde sempre chegar. Mas acho que por mais talento que se tenha reunido, e nesse sentido é preciso admitir que o temos em quantidade de fazer inveja a muita gente, a figura de Tite irá se impor e nos ofertar um time cerebral.  O que não é pouca coisa. 

Aos que duvidam é só tentar conter a sanha de criação de uma rapaziada que tenha consciência absoluta de que joga o fino e descobrirá que a missão é ingrata.  No mais não me espanto com o descaso com que o torcedor brasileiro andou encarando esta Copa. Lembro que a anterior começou impressionando logo de cara, ainda que os jogos tenham causado alvoroço mais por questões emocionais do que técnicas propriamente. Mas do jeito que anda o futebol brasileiro as seleções não precisarão fazer exibições magistrais pra nos divertir mais do que tem nos divertido o futebol brasileiro.  Enfim, quem sou eu pra dizer como a seleção tem que jogar, qual é a dose de cuidado que deve administrar em cada situação. Já ficaria bem feliz em ver em campo um time minimamente capaz de manter um estilo independentemente do placar. Quimera? Talvez.  

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