quinta-feira, 5 de abril de 2018

A Academia e o artilheiro


No domingo Palmeiras e Corinthians ficarão frente a frente em derradeiro embate. Em jogo estará o título paulista deste ano. Sem exagerar na milonga - pois desde o momento em que batuco estas linhas muita água passará embaixo da ponte - digo que a situação está complicada pro lado dos corintianos. Como se não bastasse o resultado adverso em casa, ter de jogar a partida de volta fora e encarar um adversário cujo cofre o fez rico de possibilidades para levar a campo, Claison a meu ver fará muito mais falta ao time de Carille do que Felipe Melo ao time comandado por Roger machado. 

A confusão que gerou a expulsão dos dois de tão lamentável nem merece maiores citações. Um tipo de ladainha encenada que só nos mostra com mais clareza o comportamento baixo de alguns. Os de sempre, aliás. Mas para o torcedor, que sempre terá legitimidade ao colocar a paixão acima da razão, nada está decidido. Palmeirenses roerão as unhas esperando que o futebol não os assombre com sua veia sobrenatural, enquanto corintianos estarão mais apegados do que nunca ao dito de que o jogo só termina depois do apito. E nesse sentido andam com a fé renovada depois de terem visto tudo o que viram acontecer nas  semifinais. 

Favas contadas é ver o colombiano Borja, com seus sete gols, a um passo de se tornar artilheiro do torneio. Nada nada entrará em uma galeria onde figuram nomes como Pelé, Toninho Guerreiro, Sócrates, Careca e por aí vai. Só não chegará lá se o zagueiro Balbuena ou o meia Jadson, que têm três gols cada, forem muito além do que pode ser chamado de sobrenatural. Nos últimos dias os números de Borja andaram estampados em vários cadernos de esportes. Comprado por trinta e três milhões de reais depois de só não ter feito chover quando enfrentou o São Paulo nas semifinais da Libertadores em 2016, o atacante esteve longe de mostrar um futebol do tamanho da transação que o trouxe para a Academia do Palmeiras. 

Ano passado foi a campo  quarenta e três vezes e cruzou a fronteira para a temporada atual carregando módicos dez gols. Números que se levados à média não são de empolgar. Mas em 2018 fez essa média triplicar e ainda a temperou com um gol marcado no Júnior Barranquilha na estreia do Palmeiras na Libertadores e outro na terça contra o Alianza. Borja foi uma aposta alta. Quando chegou, tirando o modesto Cortuluá e o Santa Fé, não tinha chegado a trinta partidas por nenhum clube. Na Academia não demora e alcançará a de número sessenta. É claro, se já tivesse se provado não estaria brigando, teria lugar garantido na seleção colombiana. Não é o caso. Mas Borja nunca teve tanto a ver com o time que defende. Ele e o Palmeiras neste momento dão toda pinta de que vão virar. Será? 

Nenhum comentário: