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Nós, jornalistas, estamos longe de fazer cara de espanto quando ficamos sabendo que o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro foi parar atrás das grades. E não vai nisso nada de sobrenatural. Basta casar algumas informações para desconfiar de como as coisas se dão. O esporte a política adotam comportamentos semelhantes, por mais que os políticos tratem o esporte com desdém. Ainda que seja pelo esporte que muitos consigam um lugar no legislativo e afins. Todo mundo sabe que os Ministérios que todos querem são outros. E justamente por não ser forte o de Esportes é a última das moedas de troca.
Essa falta de atenção é mais um sinal da nossa
ignorância.Um país grande como o Brasil poderia, até mais do que os pequenos,
obter resultados econômicos interessantes se encarasse o esporte como meio de
cuidar da educação e da saúde da população. Alto rendimento viria depois. E se a
ele dispensasse outros montantes duvido que não apareceriam homens de bem
interessados em tê-lo para seus partidos. Tanto na política quanto no esporte os
nomes se perpetuam. A cara de pau é a mesma. Os cargos são passados de pai pra
filho. Tanto em um como no outro os donos do poder cansam de dizer que estão
ali porque descobriram em si a vocação para servir.
E o pior é que tanto na
política quanto no esporte estamos num deserto de homens. Embora dada a pobreza
do nosso quadro político o esporte ainda possa se arvorar de levar ligeira
vantagem, graças a nomes como Ana Moser, Raí. Mas é possível notar neles certo
receio. E é compreensível que seja assim pois têm um nome e uma carreira limpa a
zelar. E a CBF que está na moita - e lá permanece graças a falta de ação das
autoridades competentes - é parte integrante desse quadro. Com a diferença de
não ter tido um presidente na época capaz de ir até o fim acumulando o posto
de presidente do Comitê Organizador, como fez Carlos Nuzman com a Rio 2016.
Dois
anos antes da Copa Ricardo Teixeira saiu de cena. O Acumulo no caso de Nuzman
foi apontado pelo Tribunal de Contas da União como conflito de interesses, já
que havia um contrato de cento e setenta milhões entre as entidades comandadas
pelo mesmo dirigente. E no ano passado o COB recebeu da Lei Agnelo/Piva
cerca de duzentos milhões de reais. Dinheiro público que certamente ajudou
Nuzman a se manter no poder. Na minha opinião o que o Brasil precisa, além de
uma faxina retumbante, é encarar o esporte como um meio de educar e cuidar da
saúde. O único caminho sério e justo para um país subdesenvolvido como o
nosso. Desse modo, acredito, os campeões acabariam aparecendo.
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