quinta-feira, 5 de outubro de 2017

A seleção. Quem diria , hein!?

 O prezado leitor tem boa memória. É provável que concorde comigo. Há pouco mais de um ano falar em seleção brasileira era algo que testava nossa paciência. Não bastasse a ausência de maus resultados pesavam sobre a mais coroada seleção do planeta as evidências de um gigantesco esquema alimentado por propinas, um quase rodízio nos nomes chamados para comandar o time e certa descrença com relação ao talento dos nossos atletas. Diante desse quadro desolador Tite era, de longe, o único profissional capaz de trazer alguma esperança. Para sorte do futebol brasileiro e, principalmente dos que mandam nele, aceitou a missão. 

Era uma quinta-feira, como hoje, quando Tite debutou nas Eliminatórias tendo diante de si a possibilidade da glória ou da vergonha. Mais do que o placar - que apontou três a zero para o Brasil diante do Equador - foram os gols marcados pelo jovem Gabriel Jesus os sinais mais claros de que poderíamos, sim, dar de cara com alguma luz. O resto da história todo mundo conhece. Tite acumulou vitória atrás de vitória. Não tardou a colocar o Brasil na ponta da tabela, nem a fazer dele o primeiro a garantir vaga na Copa que se aproxima. Até empatar com a Colômbia na última rodada só venceu nessas Eliminatórias. 

Mas ouso dizer que o grande feito dele até aqui foi ter praticamente anulado o mau humor da torcida e ter provado por A mais B que em matéria de talento continuamos bem servidos. A trajetória desenhada por Tite e seus comandados permitirá ao torcedor brasileiro no dia de hoje acompanhar a penúltima rodada das Eliminatórias Sul-Americanas de uma posição privilegiada. O circo está pegando fogo. Mesmo em Uruguai e Colômbia, segundo e terceiro colocados, resvala certa tensão. 

O Peru, que vem logo depois, defenderá uma sequência de três vitórias iniciada honrosamente diante do vice-líder Uruguai. E será contra a Argentina, que com toda sua tradição, neste momento, na condição de quinta colocada, iria pra repescagem. Argentina que vem de um vergonhoso empate contra a lanterna Venezuela em pleno Monumental de Nuñez. E como de inocente não tem nada levou o jogo de hoje à noite contra o Peru para La Bombonera. Quem acompanhou a história recente do futebol argentino, com direito a intervenção na AFA e tudo, sabe que esse calvário talvez não tenha se dado à toa. E, além disso, por mais que os treinadores de lá gozem de prestígio maior do que os daqui nenhum deles até agora foi capaz de fazer o papel de Tite.

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