sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Nosso Brasil pós-Olimpíada


Durante um bom tempo, na condição de repórter, trabalhei na cobertura do nosso Basquete. Na segunda metade da década de 90 fiz, com uma equipe muito bacana, o programa Basketmania, veiculado pelo canal SporTV. Guardo comigo lembranças de grandes jogos e, posso dizer que poucas vezes na vida vi algo tão vibrante como o ginásio de Franca lotado em uma final de Brasileiro. Como era bonito ver, também, a ligação que a cidade tinha com o Basquete. 

Tempos depois lembro de ter voltado lá pra fazer uma reportagem sobre essa história para o programa" Grandes Momentos do esporte", da TV Cultura. Ao colher o depoimento de Hélio Rubens (pai) sobre o professor Pedroca pude sentir o quanto havia de sentimento nisso tudo. Mas essa é só a minha história. A do basquete brasileiro é bem maior e mais relevante. Uma história abrilhantada por títulos mundiais, pelo talento e pelo suor de tantos grandes atletas.



Uma história que tem sido muito mal gerida, desrespeitada. Ou não é desrespeito deixar a coisa chegar onde chegou? Com o basquete brasileiro suspenso pela Federação Internacional, impedido de disputar torneios. Pouco mais de dez dias atrás a FOLHA publicou uma matéria sobre a dívida da Confederação Brasileira. Mas diria que mais bombástico do que o fato da dívida ter crescido 1350% nos últimos seis anos foi a postura adotada pelo presidente da entidade que disse "Estar trabalhando para resolver uns PROBLEMINHAS".

Uma postura arrogante que em muito se assemelha a tomada semanas antes pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, que depois de ter seu presidente, Coaracy Nunes, afastado por suspeita de irregularidades em convênios com o Ministério do Esporte, decidiu suspender o pagamento de salários de funcionários e os torneios. O motivo seriam dificuldades financeiras enfrentadas após a determinação da Justiça Federal. Retaliação? Jamais!

Ou seja, trata-se de um universo em que os homens não parecem ter vergonha de nada, Muito menos do fracasso como dirigente. Nos dois casos, mesmo o dinheiro tendo sido farto como nunca, os resultados foram péssimos. Nosso basquete fez a pior campanha da história nos jogos. E a natação não conquistou uma única medalha. E pensar que havia no ar a esperança de que sediar uma Olimpíada pudesse fazer o nosso país tratar o esporte de maneira mais digna. 



* A matéria da FOLHA citada acima pode ser lida aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2016/11/1828853-em-crise-basquete-brasileiro-ve-divida-crescer-1350-em-seis-anos.shtml
                       

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