quinta-feira, 21 de março de 2013

O que andam dizendo por aí


É, eu sei. Numa disputa em que todos jogam com o coração querer usar outras armas pode parecer loucura ou soberba. A verdade é que me sinto na obrigação de dizer que quando me vejo diante de impasses como esse que tem colocado o técnico Ney Franco na berlinda, secretamente me cobro uma posição que seja, sob certa ótica, a de tentar livrar o assunto de tudo que é dito sob o peso da emoção. Pretensão insana!

Uma torcida descontente é uma torcida descontente e está acabado. Um jogador descontente, idem. Uma torcida que não quer mais um treinador, injusta, ou não, tem lá sua legitimidade. Mas o papel de quem informa é outro. Primeiro, o de ter a humildade de levar em conta que nem tudo é dito. Que fontes, por melhores que sejam, sempre têm lá seus interesses.

Não dá pra não levar em conta que existe ali um profissional a quem cabe administrar um batalhão de homens. Tarefa certamente inglória. Teria mais facilidade em aceitar a versão de que Ney Franco não é o treinador ideal para o São Paulo se o clube não tivesse ao longo da história recente criado o mesmíssimo ambiente para técnicos notadamente muito acima da média, pra não dizer ideais.

Em outras áreas somos mais permissivos. Já aos treinadores de futebol ter convicção com relação a um esquema tático passa facilmente a ser encarado como teimosia. Os supra descontentes tricolores pregam que esperar o jogo com o The Strongest é burrice, terá sido tarde demais para trocar de treinador. Mas onde está a justiça de tirar de Ney Franco essa chance?  Trata-se de um técnico que, acertando ou não, deu conta de todas as missões que lhe foram impostas.

Cobram-lhe um esquema tático não é de hoje. Mas não consigo acreditar que sem um ele tivesse conseguido levar o tricolor à essa liderança do Paulista, ainda que se trate de um estadual em sua fase mais meia boca. E por falar no que andam dizendo por aí. Tendo em vista o adiantado da hora, até compreendi as razões que levaram Pelé a sugerir o Corinthians como base da seleção brasileira que, em breve, terá de disputar a Copa das Confederações na condição de anfitriã.  Considerei o apogeu da valorização do entrosamento. Mas, entre o entrosamento e o talento, fico com o talento. Seria possível? Talvez... se não fossemos tão passionais em relação ao jogo.   

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