quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Lembranças do domingo

Aí o Flamengo venceu e eu fiquei pensando, com uma vontade imensa de me render àquela visão de um Maracanã tomado de alegria, e registrar aqui apenas a beleza de ver a nossa maior torcida curtir o transe de um título brasileiro. Repito, a maior. Quem duvida dessa soberania do Flamengo é porque não entendeu o Flamengo, ou o futebol.

Isso sem falar no doce triunfo do jeito sereno de Andrade sobre as nossas celebridades técnicas. A sabedoria escondida no ato de perdoar ausências, e tantas outras nuances e habilidades que esse momento vitorioso esconde, e que não foram noticiadas pelos jornais.

Mas havia a realidade a querer me arrancar desse prazer. Uma realidade resistente à minha vontade de devanear. Crua. Repleta de babacas rebeldes, mimados, capazes de suportar apenas o lado vitorioso do jogo, invadindo o gramado do Couto Pereira, pisoteando, sem perceber, a beleza de um ano centenário.

Uma turba doente, pensando que podia se livrar da derrota do rebaixamento dando porrada, sem medo de sair na mão com ninguém, nem com a polícia. Uma corja de selvagens que manchou o prazer de torcer da maioria, que se escorou na covardia dos que atacam em bando. Exemplo de um tipo de gente que viola a diversão primeira de toda uma nação, e que azedou um tanto o meu domingo.

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