sexta-feira, 11 de abril de 2008

Papo cabeça

A lucidez sugere que o assunto da semana seja o clássico entre São Paulo e Palmeiras. Eu, no entanto, como um treinador turrão, teimei em deixar a razão no banco, de reserva. Até porque sei que o clássico receberá a devida atenção de todos os "Cadernos de Esporte".

Mas vamos à questão. Arrancar o tampão do dedão do pé! Quem já não arrancou um jogando bola? Chuteira nesses tempos era coisa pra se usar em momento solene. Entrar em campo com uma de cor especial, personalizada, então, coisa para astro de primeira grandeza, e moderno. Começo esse papo meio estranho pra uma sexta-feira, depois de não resistir à tentação de achar uma explicação para o que estamos vendo por aí, um grande numero de jogadores batendo cabeça com cabeça. E aquele chute que, vez ou outra quase nos custou o dedão, é barbeiragem similar a essa outra.

Não pode se tratar de mera coincidência. Dia desses, Tostão - e não me peça para apresentá-lo - citou a enorme quantidade de bolas alçadas na área como a principal razão, mas acho que se trata de um problema de maior gravidade: a qualidade de quem está em campo. Não que craque não esteja sujeito a dar esse tipo de cabeçada, não é isso. Como já ouvi muitas vezes, “Errar é humano, sim! Mas quando a borracha termina primeiro que o lápis, aí tem”. Não é possível
O fato é que a sintonia fina, que outrora produzia uma “folha seca”, ou uma bola de “três dedos”, não anda tão fina assim. Evito dizer que anda até mesmo grosseira, o que poderia ser visto como grosseria.


Queiram os Deuses do campo que o final de semana nos guarde momentos brilhantes a serem testemunhados no questionado Morumbi, e no entusiasmado Moisés Lucarelli.
Porque se há alguém que já cumpriu há tempos sua cota de castigo, esse alguém é o torcedor.

Algo me diz, inclusive, que esses Deuses, tão cheios de capricho, nos guardam um duelo até mais interessante para sábado do que para o domingo. Mas torcedor também tem lá seus caprichos e pode até não ter a mesma boa vontade com os times do interior.


Vale torcer também pra que todo mundo esteja com a cabeça no lugar. Que a torcida não perca a paciência se o jogador adversário resolver desobedecer a FIFA, e comemorar o gol de maneira explosiva. Que o árbitro, o centroavante, e o zagueiro, meu Deus! Que todos eles estejam com a cabeça no lugar, e com a sintonia afinada, porque os olhos daqueles que curtem futebol a gente sabe muito bem onde vão estar, e mais, o que esperam ver.

E se você preferisse mesmo ler aqui algo sobre o clássico, saiba que quem escreve também dá lá suas cabeçadas, e também pode ser chamado de perna de pau.

Faz parte do jogo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Vladir o Mano nunca poderia ter dito aquilo na coletiva mesmo de cabeça quente.
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Os pontos que ele perdeu para os times pequenos foi a causa da eliminação do time dele e do Santos FC.
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E pode verificar a pesquiza na Baixada Santista a torcida do Santos FC é a maior de todas.
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E sobre o texto o carta do SP deixou transparecer que o Serra entrou na jogada para liberar o Palestra Itália.
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E agora chora pela escalação do PCO eles esqueceram do Paulistão de 2003 quando o PCO grafou o Santos FC na Vila aí o SP entregou na ultima rodada para o Santo André para pega-los novamente na semi ( ficaram com medo do Santos FC ) e depois tomaram pau do Corinthians e bem feito.

Anônimo disse...

Vladir, meu dileto amigo...
Esse seu post foi inspirado, por acaso, na dupla Fabão-Domingos?

Grande abraço.

Ton

Vladir Lemos, jornalista disse...

Eduardo,

vou atrás dos números da pequisa, sim. Sobre a liberação do Palestra, ainda que ache justo o Palmeiras jogar em casa, confesso que isso me causa tremenda preocupação. Com relação ao Mano, entendo sua posição.

Abraço

Vladir Lemos, jornalista disse...

Ton,

não foi inspirado neles, não. Mas, ontem estava no canindé, vendo Lusa e Botafogo, e vi dois jogadores (não lembro os nomes agora)perto da linha do meio de campo, numa jogada boba até, baterem cabeça com cabeça. Acredite... o caso é sério. rs

abraço