quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Nada será como antes



O ano que vem promete sensações novas para quem gosta de futebol. Mas não se empolgue não. Tô falando da realidade distinta a que as mudanças orquestradas pela FIFA e pela CBF irão condenar os amantes do jogo de bola, e não prevendo triunfos. Muito menos descrete nacional, como pode concluir dessa breve abertura um leitor mais empolgado. Vejam, depois de todas as alterações que serão feitas no calendário nacional na temporada vindoura, os torcedores que gostam de gastar os janeiros à beira-mar talvez precisem deixar as areias para ver que enredo terá o debute do time do coração no principal campeonato do país. Uma vez que isso passará a se dar antes mesmo do carnaval, e não mais quando as águas de março já tiverem fechado o verão, como andamos acostumados. Donde concluo que os cartolas andam ousados. Não deveriam encarar tão de peito aberto a concorrência, porque se pensarmos bem são poucos os times por aí com mais apelo do que uma boa praia. Vai saber. Não duvido que o sol brilhando e as areias escaldantes, que também tantas emoções provocam, venham dar uma leve derretida na audiência das primeiras rodadas.  E nem vou falar da petulância diretiva de marcar compromissos para essa época, quando estamos todos cansados de saber que neste rincão dos trópicos o ano só começa depois da folia de Momo. 

Outro efeito das alterações poderá ser uma certa sensação de que as cervejas da quarta à noite já tiveram acompanhamento melhor, já que nos primeiros meses do ano que vem passarão a se destinar aos jogos dos torneios estaduais. Nunca foi má tática, e passará a ser mais indicada ainda, dar uma turbinada nos petiscos.  Quem sabe jogando com uma linha dtrês atrás, ou ao lado, dos copos. E que fique registrado que sou e fui, desde sempre, totalmente contra o fim dos Estaduais. Os considero parte importante do patrimônio futebolístico que construímos e que deveria ao longo do tempo ter sido mais bem tratado. Tenho a essa altura sérias dúvidas se um tratamento digno será possível diante das míseras onze datas a que a nova ordem lhes condenou. 

Mas quando falo em novas sensações falo também da Copa do Mundo, claro. Copa que parece ter transformado, Gianni Infantino, o presidente da FIFA, em amigo de infância de Donald Trump, que morro de curiosidade de saber se seria capaz de nos explicar a regra do impedimento. Será, sem dúvida, o momento mais singular da vida dos que há tempos se entregam a esse tipo de prazer, ou de paixão, como preferem os mais ardentes. A coisa dessa vez irá muito além de tentar adivinhar que papel a Seleção Brasileira interpretará. Esqueça tudo o que você já viu em matéria de mundiais. Serão três países. Infinitas quarenta e oito seleções. Sugerindo um nível técnico como realmente nunca se viu.  Podem escrever o que estou dizendo: não demora e a Micronésia vai garantir um lugar na Copa. Não quero parecer aqui um descrente nos avanços. Só os ignorantes não aceitam a obviedade de que tudo está em constante transformação. Está aí o Santos que não me deixa mentir, o Santa Cruz. 

E é sempre bom saber que pelo menos no que diz respeito à Copa do Mundo não estaremos solitários. Os italianos verão, talvez novamente de longe, que já não se faz mais Copa como antigamente. Os alemães, os argentinos. Só não arrisco dizer que até no Uzbequistão isso se dará já que os uzbeques serão debutantes nessa. Importa é não ser refratário ao novo. Sinto-me tão vanguardista escrevendo isso. Que venha a Copa do Brasil com final em jogo único, a Série D com sua quase centena de elegidos. Como chegaremos lá não sabemos. Agora como chegaremos na Copa o jogo de amanhã contra a Coréia do Sul pode nos dar mais algumas pistas. Mas temo certo desapontamento já que  sob a batuta do prestigiado Ancelotti, e ainda que nada  venha a ser como antes, pouca coisa mudou.  

Nenhum comentário: