segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Palmeiras: brilhante e regular


É fácil entender a razão que levou o Palmeiras ao título: não ter dado mole para o azar. Ou mais catedraticamente falando,mostrar em campo uma regularidade que passou longe de todos os outros times. Em especial do Santos que, no final das contas, se viu no papel de ser o grande desafiante da esquadra palmeirense. E que se não conseguiu levar às últimas consequências essa possibilidade foi justamente por não ter demonstrado tal virtude, a de ser regular. 

Mas mesmo sem ela a temporada do time da Vila Belmiro obteve o reconhecimento do torcedor, que não costuma fazer isso diante de qualquer situação. E é bem possível que esse contentamento venha do fato de o futebol da equipe santista ter se imposto como dos mais vistosos entre todos os que vimos ao longo desta temporada.  E até pelo time ser dono desse tipo de jogo explicar a falta de brilho de algumas apresentações do Santos se revelou também um desafio. Talvez estejamos diante de um time dono de um tipo de futebol que depende muito da inspiração e quando ela não vem a coisa engrossa. 

Não que eu ache justo o veredicto que anda aí exposto de que o time do Palmeiras não apresentou um futebol de encher os olhos. Digo que aceito tal colocação, mas como um crítica do conjunto. Ainda assim seremos obrigados a reconhecer que só um conjunto que funciona pra valer alcança a tal regularidade. E individualmente, há brilho sim. Afinal, estamos diante do Palmeiras de Gabriel Jesus, que mesmo que não tenha causado o mesmo arroubo depois de um certo momento mostrou-se virtuoso. O Palmeiras de Zé Roberto, que pode já não ter o fôlego ideal em lances que exijam certa explosão mas que sabe das coisas. O Palmeiras de Yerry Mina, Jaílson e por aí vai. 

E não custa lembrar como esse elenco palmeirense era visto quando Cuca baixou na Academia. Um elenco que de tão grande e diverso afirmavam ser impossível de administrar. Um elenco sem um miolo, sem um time definido. Tarefas que Cuca tomou pra si e cumpriu com louvor. E ao levar em conta o destino do treinador, apresentado no último mês de março, até no tamanho do contrato ele acertou. Seja por uma questão pessoal que o impediu de continuar, ou tivesse sido por uma proposta surreal da China, a verdade é que no lugar dele outros poderiam ter crescido o olho e batido o pé por um contrato maior, já que dinheiro não tem sido há algum tempo o problema do Palmeiras. Mas Cuca ao chegar assinou só até dezembro deste ano. Portanto, se despede sem viver o que é quase uma regra entre aqueles que ocupam esse tipo de cargo: dizer até mais sem ter cumprido o contrato até o fim. 

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