quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Nem aí pra América!

A América tem um novo campeão, o San Lorenzo, da Argentina, que há de ter triunfado com as bençãos do Papa Francisco e com a ajuda do Viagra, ministrado para dilatar as veias dos argentinos quando precisaram mostrar vigor físico nas alturas. Viagra, isso mesmo! Maiores detalhes podem ser encontrados numa simples "googada". Para os que não dominam tal vocabulário trata-se do ato de fazer uma busca no google. 

Tá certo, a ausência de um time brasileiro na final da Libertadores minou nosso interesse. Mas será que a falta de tradição e apelo dos dois finalistas e a ausência de uma equipe brasileira na disputa justificam tamanho descaso com os momentos finais do mais importante campeonato de clubes do nosso continente? Pelo visto não nutrimos a mínima reverência pelo torneio, queremos saber é dos nossos clubes e ponto. Historicamente alimentamos um desinteresse pelas coisas da América do Sul e o futebol no momento parece reforçar essa realidade. Vale notar. 

Desde que Julio Grondona saiu de cena, no último dia 30 de julho, o futebol sul-americano viveu episódios importantes, que estiveram longe de receber a devida a atenção. Grondona foi nos últimos tempos o cartola mais influente do nosso continente. Cinco dias depois de sua morte a sede da Associação Argentina de Futebol, que ele presidiu nos últimos trinta e cinco anos, foi invadida por oficiais de justiça à procura de provas de desvio de dinheiro na negociação feita com o governo pelos direitos de transmissão do campeonato argentino. 

A morte de Grondona deixou vaga a vice-presidência da FIFA. Lógico seria pensar que a situação pudesse abrir caminho para nomes como Marin ou Del Nero. Eis que semana passada o uruguaio Eugênio Figueiredo renunciou à presidência da Confederação Sul-Americana para assumir a tal vice-presidência. Confederação essa em que o futebol brasileiro nunca exerceu papel de destaque, ainda que tenha sido presidida por José Ramos de Freitas entre 1957 e 1959. 

Em outras palavras, politicamente ficamos como já estávamos. Eugênio Figueiredo, um senhor de oitenta e dois anos, cujo poder no futebol uruguaio o faz muito semelhante a outros dirigentes que se perpetuam no poder, passou o cargo para Juan Angél Napout, paraguaio, como era Nicolás Leoz, antecessor de Eugênio. Leoz, que estava no poder desde 1986, entregou o cargo em abril do ano passado, alegando problemas de saúde. Tinha na época oitenta e quatro anos. 

Eugênio Figueiredo durante vinte, de 93 a 2013, ocupou a vice-presidência da Conmebol, de onde saiu agora o Sr Napout. Ou seja, nem com todo esse frenesi o Brasil foi capaz de crescer no cenário político do futebol sul-americano. Del Nero teria sido convidado para assumir a tal vice-presidência da FIFA mas teria negado, alegando que em breve terá de comandar a CBF e isso exigirá muito trabalho. Tocante, não? Nada de novo em um país que historicamente nunca teve muitos olhos para as coisas da nossa América.

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