quinta-feira, 3 de abril de 2014

Futebol temperado


Vão aqui algumas considerações a respeito do que temos visto nos últimos dias. Entre tantos, há um lance que insiste em voltar à minha mente toda hora, apesar de não ter dado em nada. E ainda bem que não deu em nada. Falo daquele penalti cobrado por Paulo Henrique Ganso que o árbitro mandou voltar quando São Paulo e Penapolense decidiam quem, enfim, ficaria com a vaga na semifinal do Campeonato Paulista. 

Não encontrei ninguém capaz de dizer que era mesmo pra ter voltado a cobrança, nem entre são-paulinos. E se em muitos casos a chamada câmera lenta ajuda a complicar a interpretação de um lance nesse, em especial, foi de grande valia. Pois se olhando uma cobrança de penalti usando esse recurso fica difícil cravar que o goleiro se adiantou é porque ele muito provavelmente não se adiantou. 

Outro traço marcante desse futebol que temos visto nos últimos dias é ter sido pródigo em salvar reputações. Que o digam os zagueiros Antonio Carlos, do São Paulo, David Braz, do Santos e o próprio Alessandro Darcie, o juiz que poderia ter comprometido todo o trabalho feito pelo time de Penápolis.E faço desse caso da cobrança de penalti um mote pra esse nosso encontro porque percebo um descontentamento geral com relação a arbitragem. E nem só pelos lances não marcados ou equivocados, mas também pela falta de habilidade para colocar ordem na casa. 

Vejam, isso não tem nada a ver com aquele tipo de discurso muito ouvido por aí de que o futebol do Santos, diante de uma arbitragem sem pulso, é sempre o grande prejudicado. O que eu digo é que pancada é pancada e deve ser punida como tal. No mais, na minha  opinião, o Ituano dá toda a pinta de que, tecnicamente, exigirá mais do Santos do que exigiram os últimos adversários do time da Vila. Pra quem já rasgou a tabela não custa lembrar que neste momento o Ituano é o dono da terceira melhor campanha do torneio, doze pontos à frente do Penapolense.

E se estar diante de um time que fará sua sexta final estadual seguida e é visto como sinônimo de um futebol ousado e bem jogado pode até assustar, por outro lado não deixa de ser um combustível para o adversário.  No geral, apesar da respeitável campanha santista, não dá pra dizer de boca cheia que esse futebol dos últimos dias tem nos dado muito, mas que tem sido um bom tempero esse de insistir em nos mostrar que quando se trata de um jogo de bola tudo é possível, isso tem.  

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