quinta-feira, 14 de junho de 2012

É o camisa dez


Ainda trago aqui comigo um certo deslumbramento por ter visto Lionel Messi fazer tudo que fez no final de semana diante da nossa seleção. Pois nesse imenso purgatório de finalizações bizarras que temos sido obrigados a testemunhar a precisão cirúrgica do craque argentino na hora de concluir uma jogada chega a me impressionar.

E como é cruel, diante de uma exibição dessas, dizer, como ouvi e costumo ouvir por aí, que o sujeito estava num dia inspirado e todas as chances que apareceram ele transformou em gol. Muitos de vocês já devem ter ouvido esse tipo de explicação. Trata-se de um cacoete, um modismo, ou algo que equivalha. Um jeito simplista que certos torcedores adotaram para explicar uma bela exibição, em geral de jogadores de outros times, raramente do seu.

Driblar o goleiro, por exemplo. Messi é capaz de executar esse movimento sem perder o ângulo, sem deixar a bola se encaminhar para um lugar do qual mandá-la para o gol passe a ser improvável. Neste exato momento tenho dificuldade para lembrar de um lance em que ele na hora de colocar a bola pra rede tenha contado com a sorte. E minha explicação para isso é muito simples: sua maestria em lances conclusivos praticamente anula as chances de que ele dê azar.

Que nosso talentoso Neymar tenha em mente uma coisa: iguais são os cabeças-de-bagre, craques são sempre singulares, por mais que se pareçam, e em geral se parecem muito. Puro disfarce. E não me venham cobrar coerência.

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