quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Quem dá a bola ?



Claramente, agora, quem dá a bola não é o Santos, como sugere o cântico "Leão do Mar". Digam o que quiserem, e que me perdoem os cruzeirenses que andam sonhando alto, os botafoguenses atuais donos do caneco, e todos aqueles que têm uma ponta de esperança de que seus times possam estragar os planos que palmeirenses e flamenguistas têm muito bem traçado. Mas um campeão brasileiro que não venha a ser nenhum dos dois terá sim um quê de surpreendente. Interessante notar, para além das contendas que os dois desenharão pela Libertadores entre a noite de ontem e a de hoje, que o diagnóstico que se faz deles é similar. Elencos renovados que precisam um tempo para que passem a mostrar tudo o que podem. Um parecer difícil de não aceitar, e nem há razão pra isso. 

Chega-se a conclusão, portanto, que triunfará aquele que mais rapidamente conseguir se reinventar. E nesse caso a atuação da dupla formada  por Flaco Lopez e Vitor Roque no meio da semana passada diante do Universitário se não sugeriu certa vantagem do time paulista encheu os alviverdes de esperança. Enquanto a atuação do Flamengo diante do Inter só reforçou uma sensação incômoda não é de hoje para os rubro-negros, que é a de ver o time comandado por Filipe Luís se impor sem no entanto conseguir desenhar placares que corroborem as diferenças vistas em campo em relação aos adversários. E levando em conta o poderio dos dois é preciso tratar as eliminações nas oitavas da Copa do Brasil, não como um fracasso, mas como um insucesso. Se é que não me faço entender, pois o dicionário, se não estou enganado, apontará os dois substantivos como sinônimos. 



Dito de outra forma, ficou no ar essa coisa de que o time rubro-negro não tinha a tal Copa em alta conta, dela não fazia questão. Dá pra entender, mas ainda considero cedo demais. No caso do Palmeiras, a rivalidade com o Corinthians impediu qualquer possibilidade de tratar a questão como algo menor. E o discurso palmeirense, pelo que me lembro, não deixou essa possibilidade nas entrelinhas, ao contrário do Flamengo, cujo diretor, José Boto, disse com todas as letras que a prioridade do clube da Gávea nesta temporada é o Brasileiro. Uma prioridade que exigirá disciplina para ser levada à termo.  A sedução da Libertadores é imensa. Sem contar o fato de que num futuro breve, se vier a ter o Palmeiras como adversário, será instado a repensar a questão. Tudo bem que isso pode depender também de como as coisas andem no Brasileirão. 

Gostaria de acreditar que esse quadro que se desenhou prova a importância do principal torneio de futebol do nosso país. Mas talvez não seja o caso. Diria que ele tem sido tratado como algo que não se pode ficar tanto tempo sem ganhar. E nada mais. Lembrem que o Palmeiras já se viu nesta situação. Com Abel já tinha vencido a Copa do Brasil e sido bi da Libertadores, mas lhe faltava o dito Brasileirão. E naquela momento nem na crônica esportiva, nem no clube, alguém ousou dizer o contrário. O Palmeiras quando venceu o Brasileiro em 2022 tinha sido campeão pela última vez quatro anos antes, com Luiz Felipe Scolari. No ano seguinte, veio Jorge Jesus e o Flamengo não só ficou com a taça como se sagrou bi no ano seguinte, mas sob comando de Rogério Ceni. E, detalhe,  com Felipe Luiz, então lateral, sendo muito elogiado pela atuação na partida do título. O que significa que, apesar de toda a pompa, há quase meia década o time carioca não dá essa emoção ao seu torcedor.  E aí se revela a realidade: o Flamengo, que tanto almeja, se vê necessitado de um Brasileirão. No mais, creio, sejam quais forem as teorias, Palmeiras e Flamengo têm tudo para seguir dominando a cena.  

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