quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Messi, mais que um craque



Ele tem tudo pra ser sinônimo de uma era. Ouso dizer que não conheci até hoje ninguém que , em alguma medida ao menos, não tenha se rendido ao talento dele. Chego a considerar blasé que alguém, como já ouvi por aí, faça reparos à seu talento.  No entanto, certas considerações não chegam a ser raras.  Não é um bom cabeceador, por exemplo. Madre mia. Aposto que o caro leitor já ouviu gente questionando o que seria de Messi uma vez inserido em um outro time que não fosse como o Barcelona.  Algo que, digamos, chegava a considerar. Não exatamente por acreditar que fora do Camp Nou o argentino se revelaria menor, mas por sentir certo prazer nesse exercício de imaginação. Com ele indo pro PSG veremos, mas correremos o risco de ouvir que o PSG não é parâmetro já que tem também um elenco estelar. 

Mas que os incautos não deixem de ponderar em suas análises , a partir dessa ruptura entre ele e o clube catalão, que já não se trata de um menino.  Não ousaria duvidar  mesmo assim que esse Messi venha a nos surpreender. Talvez não com a mesma constância o que , volto a sugerir, seria normal.  Entre tantas contribuições há de se ressaltar que se ainda resta alguma mística em torno da camisa 10, devemos muito disso a ele. Messi soa desde sempre como um craque à moda antiga, e não só por isso.  Também pelo fato de até dias atrás ter sido jogador de um clube só. Há muito a considerar sobre essa questão é verdade. Poderia se dizer que ele ficou tão grande que acabou transformando as cifras que o cercavam numa espécie de prisão abstrata. Era bom demais pra que o deixassem sair, mas era acima de tudo um cara que não tinha preço. 

O próprio fim da história que o ligava ao Barça foi um pouco isso. As cifras acabaram sendo um problema. A média de gols que ostenta ao se despedir é de respeito. Vejam,  0,86 gol por partida nunca seria algo modesto, mas saber que essa media se manteve assim ao fim de dezessete temporadas é de se tirar o chapéu. E não deixa de ser uma espécie de espelho de sua envergadura futebolística. Mas Messi, sabemos todos, tem muito mais do que números para o amparar. Muito mais do que quatro Ligas da Europa, três Mundiais ou dez taças do Campeonato Espanhol. Tem o requinte, a precisão, o estilo.  

Qualquer um que não seja alheio ao que tem se desenhado entre as quatro linhas buscará rápido na memória um momento em que esse camisa dez foi sublime. Acho interessante notar como no decorrer das últimas temporadas Messi mudou de comportamento. Tomou posições. Não tenho como dizer se foi pela idade que sempre nos deixa com a paciência mais curta, ou se foi a imprensa que acabou colocando sobre ele um outro tipo de olhar. Messi gosta de ser o dono do time é outra coisa que se ouve vira e mexe. Mas se ele não pode ser, quem poderia? Pois se o Barça se diz mais que um clube, Messi é mais que um craque.

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