terça-feira, 9 de novembro de 2010

É vencer ou vencer

Ainda que o encontro no início da semana entre o governador do Estado, o prefeito de São Paulo e o todo-poderoso Ricardo Teixeira não tenha revelado de onde virão os milhões que farão a capacidade do futuro estádio do Corinthians saltar dos atuais 47 mil lugares para algum número além dos 60 mil, a minha impressão é a de que será muito mais difícil e trabalhoso o Timão ganhar o Campeonato Brasileiro do que faturar a abertura da próxima Copa do Mundo.

Bastaria uma ou outra conquista para o alvinegro salvar este tão cultuado ano centenário. No caso das duas virarem realidade aí a alma corintiana estará lavada. Uma alegria tão grande que promete fazer os fiéis do Parque São Jorge esquecerem, ao menos por enquanto, essa ausência sofrida de uma conquista continental libertadora.

Em campo, como se não bastassem os adversários diretos, o Corinthians ainda terá que lidar com a desconfortável sensação de ver o seu destino sendo decidido pelos pés de alguns dos maiores rivais. Isso sem falar nas coisas de ar sobrenatural que vez ou outra garantem ao futebol desfechos inesperados.

Logo, muito mais controlada parece andar a coisa no campo político onde o principal adversário tem toda a pinta de já ter sido batido. Além do mais, se Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador Local há tempos vestiu a camisa do Corinthians, quem será verdadeiramente capaz de endurecer o jogo? Lula? Não creio.

Pra quem não lembra, o anúncio oficial do futuro estádio corintiano foi feito na véspera do centenário do clube. Notícia de precisão cirúrgica. E quando Lula esteve lá pra ser homenageado, muita gente interpretou o silêncio dele sobre o novo estádio alvinegro como uma desaprovação sobre o rumo que a Copa de 2014 na cidade de São Paulo tomava.

Nesse jogo de cartas marcadas o momento ideal para divididas costuma passar rápido, é breve. E agora que o estádio corintiano virou o representante do Estado para a próxima Copa os descontentes têm pouco a fazer.

Muita gente estranhou quando Andrés Sanchez foi anunciado chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo da África. Hoje, só estando muito desatento pra não perceber que essa "convocação" deu frutos. Teixeira tinha mesmo um plano pra ele. Não aceitar isso seria defender a versão de que tudo foi uma conquista de Andrés, que com habilidade descomunal convenceu o presidente da CBF a fazer dele o homem que daria um estádio ao Corinthians. Coisa que já frequentou a agenda de muita gente graúda.

Qual será o preço disso tudo? Isso é que realmente deve importar. Posso estar enganado? Posso. Mas estou convicto de que um dia teremos a resposta. Toda a verdade deixa pistas.
Que a imensa nação corintiana desfrute de toda a alegria possível.

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