quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Que jogo é esse?

Nestes tempos de jogo pesado a semana começou com um baita contra-ataque da imprensa, cansada das entradas duras desferidas pelo time que está ganhando. E ganhando bem. Vocês viram? Sabe como é, quando a partida esquenta sempre aparecem aqueles que acreditam que a história de ganhar no grito pode fazer algum sentido. Quase todo time tem esse tipo de sujeito, ou alguém chegado a tramas, a ardis.

Em todo o caso vale destacar que o que pesou mesmo para deixar o ambiente tenso foi a já conhecida rivalidade histórica. Coisa de muitos anos. Trata-se de um clássico mundial. E sempre com um dos lados batendo mais, disso não podemos esquecer. Prestem atenção. Falo de um jogo pra valer, desses de acabar com a ilusão, desses que podem nos imputar derrotas irreparáveis.

Pudera todo o peso da vida ser o da torcida que vê seu time cair, pudera. A vida não é feita de gols. Gols são apenas enfeites desse nosso cotidiano duro. A vida é mais, e o dia da grande decisão se aproxima. Esquentar o clima, nessas horas, sempre vai interessar a alguém. Já sinto no ar aquele burburinho que costuma incendiar as grandes pelejas. Sei que tremularão as bandeiras, que gritarão os mais entusiasmados, os mais fanáticos.

O dia está aí. No domingo, de preferência antes do futebol, terás que escalar um time, meu amigo. Dizer quais são os que você levaria a campo. Pra mim, tarefa das mais difíceis. E pensar que ainda tem técnico por aí reclamando do elenco que tem pra trabalhar. Há tempos olho a lista dos relacionados e nenhuma escalação que imagino me traz a sensação de dar conta do recado.

Por hora, cá estou, com essas seis camisas na mão, imaginando quais seriam os melhores para cada posição, sem saber direito a quem entregá-las. Mais hei de usar o tempo que me resta para pensar numa boa maneira de atuar, numa boa tática. Como se não bastasse tão exigente tarefa, ainda tenho aqui na garganta aquele empate por cinco a cinco.

Como que empate? Aquele em que o juiz não soube o que fazer, não decretou prorrogação, nem o gol de ouro, muito menos uma disputa por penaltis. Nada! Não houve ganhador em tão solene confronto. Ficamos assim, sedentos de uma decisão suprema, com esse intrigante placar rondando nossas cabeças. Com essa possibilidade de vitória em aberto, nos deixando ansiosos, nos frustrando. Talvez não valha a pena esquentar a cabeça. Com o que vale?

É só mais um caso de regulamento mal redigido. Ou mais um descaso. Deveriam ter pensado em chamar o cara que fez o regulamento da Série D. Talvez estranhássemos a proposta, mas ficar sem saber quem ganhou, isso jamais. Vamos pensar que se tratou, ao menos, de um marcador muito sugestivo. Afinal, qual seria o seu placar para um duelo entre fichas sujas e fichas limpas? Empate? É provável!

O futebol será sempre essa eterna caixinha de surpresas, enquanto nessa vida absurda que se desenrola além das quatro linhas nada mais há de nos surpreender. O jogo é duro, sempre foi, quem é do time sabe.

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