quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Crer ou não Crer ? Eis a questão!

Não foram as palavras duras, a acusação de hipócrita, o destempero, as promessas de tapa na cara, que me soaram dignas de registro, e sim uma frase proferida pelo presidente do Palmeiras na última segunda-feira, quando a entrevista concedida por ele no Centro de Treinamento do clube já estava perto de terminar. Disse o mandatário, com o rosto repleto de indignação:

" Os clubes precisam se dar conta de que podem cair numa situação de descrédito"

Creio que é disso que se trata. O que importa é o preço que o futebol terá de pagar pelo ocorrido. Não que a instituição goze de reputação ilibada. Muito pelo contrário. A instituição vem deixando ao longo do caminho um extenso rastro de calotes e negociatas.

Os campos estão todos cercados de interesses, de cifras, de apostas. Coisas das quais se ouve muito pouco. Fingimos que as linhas de cal desenhadas na grama são capazes de evitar que tudo isso transborde e contamine o jogo. Além do mais, não há como operar o Palmeiras sem operar o futebol brasileiro. Ou há?

O tempo, mais do que acalmar os ânimos, será a redenção dos culpados. O tempo os fará parecidos com os inocentes. Por sua importância e condição, o lamento palmeirense ecoa monumental, inunda os cadernos de esporte. Mas tá assim de clube por aí cheio de razão pra reclamar também. Não há nada de novo nessa balbúrdia. Belluzzo, disse mais:

" notando acontecimentos muito estranhos"

Só que acontecimentos estranhos sempre povoaram a história do futebol brasileiro e mundial. A história do senhor Carlos Eugênio Simon, então, nem se fala. Novo seria chegar a soluções. Fazer propostas. Aprová-las. Faz tempo que vejo especialistas tentar explicar erros de arbitragem creditando-os a uma certa sintonia com a política estabelecida. O lamentável argumento deixa no ar a possibilidade de que esse tipo de atitude possa conviver com a idoneidade, quando não pode.

É hora de minar esse jogo político que a tudo infesta. Que tal permitir, através de voto, que os clubes da primeira divisão elejam o melhor árbitro do país? E que tal permitir que esse eleito seja o nosso representante na Copa do Mundo? Não que não seja interessante, não é? Mas a quem interessa?

As palavras do passional Belluzzo podem não passar de um desabafo, mas podem ser uma pista. Pena que eu " não sou um super-homem " e ele também não. A hora é tão propícia.

" Há mais do que aviões de carreira no ar, como dizia o Barão de Itararé", insistiu o presidente.

E ter que considerar a hipótese de que os homens encaixaram um teatro mal feito onde antes existia uma pura arte, é triste, muito triste.

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