Haja paciência com as coisas
do futebol. Na recente Copa América nada de prorrogação em jogos eliminatórios.
Algo difícil de engolir. Nem vou entrar nessa de dizer que penalti é loteria.
Acho que é uma questão de se respeitar a magnitude do evento. Pois se um torneio
de seleções continental já não tem esse direito, não tardará o dia em que algum
iluminado decretará que a Copa do Mundo também será disputada assim. Com direito
a prorrogação só na final. E os homens de TV, podem crer, não irão
reclamar.
Essa questão atual da Copa do Brasil é outra coisa mal resolvida. Como
pode uma eliminação de um torneio nacional significar garantir uma vaga em um
torneio internacional? É ou não é esquisito? Na esteira disso fica sempre aquela
desconfiança de que a derrota tenha sido optativa. E mais! Agora vieram com essa
das Eliminatórias. Determinaram que Brasil e Argentina teriam suas
posições pré-determinadas para evitar que outras seleções não tenham que
encarar brasileiros e argentinos em sequência. Qual a lógica? Se ao menos o
Brasil fosse aquele de outros tempos vá lá. Os argentinos sabemos que estão
aí na condição de vice-campeões mundiais. Mas na bola hoje mais terrível pra
qualquer seleção talvez fosse pegar Argentina e Chile na sequência. Sorteio é
sorteio, ou não é? Sem contar que feito dessa forma se garantiu que o jogo será
na terceira rodada, ou seja, logo depois de Neymar ter cumprido a suspensão que
lhe foi imposta. O tal fair-play deveria ser algo que se estendesse a todas as
questões envolvendo o esporte.
Outro detalhe é a inclusão dos times mexicanos na
Libertadores. A velha força da grana, o interesse dos patrocinadores. Aceitação
que resulta em um River Plate já classificado para o Mundial de clubes da FIFA
mesmo perdendo a final. E não é só. O regulamento prevê ainda que, além do time mexicano não poder ficar com a vaga, também não pode fazer a partida
final em casa, mesmo tendo campanha melhor. E nesse caso bota melhor nisso. Pois
o argentino River Plate teve simplesmente a pior campanha do torneio e os
mexicanos do Tigres, a segunda melhor, atrás apenas do Boca Juniors.
E antes de
me despedir só queria lembrar mais alguns detalhes depois de termos terminado o Pan na frente de Cuba. Respeito o suor e o trabalho de qualquer
atleta. E embora cada modalidade deva ser analisada em separado, o Pan está
longe de ser parâmetro. Vejam só! De todos os ouros que conquistamos em Toronto
apenas dois deles garantiriam uma medalha na última Olimpíada. O do canoísta,
Isaquias Queiroz, e o do nadador, Felipe França. Mesmo o ginasta cubano Erick
Lopez, desbancado agora do posto de atleta mais premiado da história do evento
pelas vinte e três medalhas do nosso nadador Thiago Pereira, jamais pôs no peito
uma medalha olímpica.
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