Olha, não vejo razão pra se gastar
tanto dinheiro com esses mega eventos esportivos. Sei que eles desempenharam ao longo da história um papel
importante para que o esporte conquistasse a notoriedade que lhe
cabe. O problema não é o evento em
si, mas as cifras que passaram a movimentar. Enfim, o mundo pode não estar numa
sinuca de bico como dizem que estamos, mas a coisa, de tão astronômica que se tornou, destoa dos tempos
atuais. Houvesse coerência nenhum país nesse momento abraçaria uma causa dessas.
No final
de semana dei de cara com o relato sobre a exposição que autoridades
brasileiras fizeram em Toronto, no Canadá, que neste momento sedia os Jogos
Pan-Americanos. O que li era de estarrecer. Durante mais de uma hora os
encarregados de apresentar os Jogos Olímpicos do Rio teriam contado as mentiras
mais cabeludas. Falaram em uma transparência que por aqui ninguém viu, de
investimentos privados, que se fossem como disseram nos encheriam de orgulho e,
de quebra, teriam nos livrado de abrir mão de algumas centenas de milhões de
reais. Disseram até que a despoluição da Baía de Guanabara será feita conforme
o prometido.
Conhecemos bem o legado que grandes eventos deixam. Ouso cometer
a graça de dizer que o Pan do Rio, por exemplo, foi um Engenhão. O mundo precisa
gerir melhor o que tem. E nisso entra adequar os grandes eventos esportivos aos
duros tempos em que vivemos. Não há sentido em gastar bilhões em eventos que
duram semanas. Por falar em dinheiro, queria citar a bela entrevista feita pelo
repórter do jornal "A Tribuna", da Santos, Ted Sartori, com o ex-presidente do Santos, Luis Alvaro
Ribeiro. Laor, por quem tenho muito respeito, teve habilidade para construir com
a imprensa, em especial a paulistana, uma relação que muito dirigente por aí
daria tudo pra ter. Era um personagem novo, com discurso original. Qualidades
que somadas aos títulos, que chegaram rápido, e ao tamanho de certas conquistas,
lhe permitiram viver uma verdadeira lua-de-mel à frente do Santos.
Mas depois de
tudo o que vem sendo dito sobre a venda de Neymar, me chamou a atenção o fato de
Laor ter afirmado - e tive a impressão de que o fez de modo categórico - que o
jovem astro foi muito bem vendido. Até porque na sequência da mesma resposta não
escondeu que desconhecia o contrato, dizendo ainda que estava mal e sob efeito
de remédios. Ora, dizer que Neymar foi muito bem vendido deixa transparecer uma
empolgação um tanto desmedida. Talvez a mesma empolgação que o levou ao segundo
mandato, e que lhe roubou a oportunidade de estender a lua-de-mel com o clube
até os dias de hoje.
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