Foto: Guga Matos/JC imagem
Tenho certeza de que em
algum momento o nobre leitor já se pegou tentando entender o que se passa com o
time do São Paulo. É realmente intrigante. Foi-se o tempo em que eu comungava
com aqueles que faziam sempre questão de lembrar que o time do Morumbi é dono
de um dos melhores elencos do país. Não que o elenco seja ruim. Está longe
disso. Mas está longe também de ser melhor do que outros. Se você duvida pegue o
elenco de algum outro time brasileiro de ponta e compare posição por
posição. Mas não se deixe levar pela emoção.
Quando for comparar o Paulo
Henrique Ganso com outro meia leve em consideração o futebol que ele tem
apresentado nesta temporada. Depois tome o mesmo cuidado ao analisar o atacante
Luis Fabiano, os zagueiros e por aí vai. Não estranhe se você acabar espantado
com o resultado final da comparação. Já disse em outros momentos e volto a
dizer. Torço pelo sucesso de um técnico estrangeiro entre nós, antes de mais
nada, porque isso talvez nos abra de vez a cabeça. É só olhar. Em qualquer
país que tenha um futebol respeitável há técnicos de várias partes do planeta. A
razão é simples. Eles não estão nem aí se o cara é de um canto ou de outro. O
que prevalece no mercado é a capacidade profissional. É com ela que o cara se
impõe.
E se acabei caindo nesse assunto é porque vejo o colombiano Juan Carlos
Osório cada vez mais num beco sem saída, tendo de comandar um time onde todo
mundo se acha no direito de reclamar e no qual, praticamente ninguém tem
mostrado futebol em tamanho suficiente pra colocar essa banca toda. Mas, Juan
Carlos Osório, não nasceu ontem. Já sentiu o campo minado em que está pisando. E
deve ter começado a sentir o chão lhe escapar assim que viu a diretoria tricolor
se desfazendo de parte do elenco que tinha acabado de lhe entregar para
comandar. Sem falar no tamanho da crise que jamais lhe foi confidenciada e que o
impediu de ter nas mãos um elenco com salários em dia.
Será que com todas as
verdades postas na mesa o São Paulo conseguiria ter seduzido um treinador com o
currículo de Juan Carlos Osório? E se pudesse voltar no tempo, depois de tudo o
que viu nos últimos tempos a respeito de comportamentos e folhas de pagamentos,
será que teria aceitado o convite para desembarcar nessa nossa dura realidade? O
momento do São Paulo, o desafio imenso do seu técnico estrangeiro, dizem muito
sobre o futebol brasileiro, que nem sei se anda merecendo estádios cheios como
vimos no último final de semana. Mas é bom notar que, de uma forma ou de outra,
nosso velho jogo de bola ainda respira.
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