Foto: Getty images |
Hoje tem seleção! Há menos de um ano é bem provável que o aviso não fizesse você rever a agenda. Mas agora o papo é outro. Tite foi além do esperado e fez o torcedor voltar a se ligar na seleção. E que bem isso fez ao nosso futebol. Tite igualou recentemente uma marca que durou quase cinquenta anos. A de de ter vencido os seis primeiros jogos das Eliminatórias. Antes dele, a marca era do lendário, João Saldanha, comandante das feras que tempos depois nos dariam a inesquecível Copa de 1970.
Os comandados de Saldanha na ocasião marcaram vinte e três gols, os de
Tite têm dezessete. E se nos idos de 1969 a seleção levou dois gols nesse
punhado de jogos, o time atual sofreu apenas um. Interessante notar que, mesmo
com quase meio século entre as duas campanhas, conseguir fazer um gol no Brasil
se revelou obra de uma mesma seleção, a colombiana. Com o detalhe de que o time
de Saldanha diante dela levou dois mas fez seis. Enquanto a de Tite construiu
um placar de dois a um.
E também foi a Colômbia que na décima rodada segurou o
Uruguai em casa. O empate por dois a dois permitiu que o time de Tite assumisse
a liderança das Eliminatórias ao bater a Venezuela, na oportunidade, sem Neymar,
suspenso. Por uma questão de regulamento em 1969
o Brasil não teve pelo caminho nem a Argentina, nem o Uruguai. E sejamos
francos, quando lembramos que dessa vez a lista de resultados inclui um três a
zero na Argentina a coisa encorpa.
Uma vitória sobre a celeste, jogando em
Montevidéu, fará desse primeiro momento de Tite algo ainda mais
surpreendente. Em casa os uruguaios têm o retrospecto de seis vitórias em seis
jogos e apenas um gol sofrido.É uma pena que os uruguaios não possam contar com
o suspenso, Luiz Suárez, disparado sua grande estrela. Ainda que a celeste vá
contar com seu artilheiro (e das Eliminatórias), Cavani, autor de oito gols até
aqui.Também é de se lamentar a ausência do garoto Gabriel Jesus que até então
travava com Neymar um duelo bacana pela artilharia brasileira dessa
trajetória. Nos últimos seis jogos da seleção foram cinco gols de Jesus e quatro
de Neymar.
Renato Augusto, questionado, sugeriu uma partida com jeitão de
Libertadores. Quero acreditar que teremos futebol pra ir além disso. Você até
pode dizer que o grande clássico sul-americano é travado com os
argentinos, mas não dá pra dizer que falta tempero ao confronto. Brasil e
Uruguai são os melhores times dessas Eliminatórias e, no caso do Brasil, há quem
aposte que a vitória garantiria um lugar na próxima Copa. O jogo, de
quebra, ainda fará de Oscar Tabarez, com cento e sessenta e oito partidas, o
treinador que mais vezes dirigiu uma mesma seleção na história, deixando para
trás o alemão Sepp Herberger. Tá temperado, ou não tá?
Nenhum comentário:
Postar um comentário