Corre por aí, um papo de que a seleção já não dá ibope. Digo mais,
conheço gente que defende com unhas e dentes que atualmente o torcedor quer
é saber do time dele e só. Embora duvide de qualquer sujeito que se apresente
com legitimidade pra falar em nome do torcedor, a falta de apelo é evidente.
Mas, por incrível que possa parecer, a expectativa que cerca esta quinta-feira,
dia da estreia de Tite no comando da seleção, parece desafiar todas as
evidências. Tite chega ao comando do time nacional numa condição singular e com
moral pra colocar em xeque essa situação.
Desde que Felipão entrou de vez para
o seleto clube de treinadores nacionais Mano Menezes foi, digamos, a única
novidade. Durou pouco mais de dois anos, ou trinta e três partidas. Tirando
isso, de lá pra cá nossa seleção esteve nas mãos de três nomes. Felipão, Carlos
Alberto Parreira e Dunga. Juntos eles desenharam uma longa jornada de cento e
noventa e seis partidas. E ainda que a trajetória de Mano possa guardar alguma
semelhança com a que colocou Tite nesse panteão há um detalhe que vale
lembrar.
Mano estreou na seleção em agosto de 2010. Vitória contra os EUA. E não
pensem que era um jogo qualquer. O apelo era enorme. Estavam na seleção, enfim,
os aclamados Ganso e Neymar, que Dunga não tinha feito questão de levar à Copa.
Ainda assim, a TV aberta não mostrou. Só viu, ao vivo, quem tinha TV a cabo. Com
Tite o papo será outro. E o nobre torcedor pode até dizer que não há comparação,
pois nesta quinta se trata de jogo das Eliminatórias.
Fato é que bem na fronteira que
divide a tarde e a noite desta quinta-feira, exatamente às dezoito horas, os
telespectadores da novela Sol Nascente, da TV Globo, irão dar de cara com o
primeiro capítulo da história de Tite no comando da seleção. Aos que insistirem
nas diferenças faço questão de recordar também que aquele jogo contra os EUA foi
em horário nobre. Não seria preciso cancelar nenhuma novela. Até por isso creio
que a estreia de Tite receberia outro tratamento.
Bom, Veremos uma seleção
encantadora? Não é provável. Bastará ao novo técnico apenas triunfos? O
torcedor, desencantado com a seleção, se dará por satisfeito com um time
defensivamente forte, capaz de trabalhar por vitórias com placar mínimo? Veremos. Sem
tempo para treinar, mais do que depender de seus conhecimentos técnicos, Tite
dependerá de sua excelência em se comunicar com os atletas, explicar o quer. Os
problemas da seleção são velhos e conhecidos, mas o técnico é novo. Novo mesmo! E isso,
diante de toda falta de apelo do escrete nacional, não é pouco.
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