sexta-feira, 1 de julho de 2016

Coisas do futebol


No que daria eu não sei, ninguém sabe, mas que eu gostaria de ver o Guardiola comandando nossa seleção.Não agora, pois engrosso o coro da torcida que fechou com Tite. Há tempos não tínhamos um treinador que chegasse lá com tamanha legitimidade.Mas a lembrança me veio ao dar de cara com a notícia de que os cartolas mexicanos decidiram manter Juan Carlos Osório no comando do time do México mesmo depois de ter sido goleado por sete a zero. O que não deixa de ser uma prova de que o futebol por aí ainda leva em conta certos valores. Mas um detalhe me chamou a atenção: a exigência de impor certos limites ao polêmico rodízio de jogadores, um dos pilares da filosofia do treinador colombiano.

Pelo que li dele será exigida, a partir de agora, uma base do time titular, que deverá ser composta por no mínimo sete jogadores. O que me parece um contrassenso. E chega a me surpreender que Osório tenha aceitado essa condição. Osório não está mais entre nós mas continuo torcendo pelo sucesso de um técnico estrangeiro em solo brasileiro, no momento, pelo simples fato de que o insucesso deles só faz prosperar essa mentalidade tacanha de que o futebol brasileiro deve ser comandado apenas por brasileiros, de que não precisa de alguém pra lhe apontar caminhos, ainda que algo nessa linha tenha ao longo da história nos ajudado a alcançar grandes triunfos. 


A mesma mentalidade tacanha que eu vejo refletida muitas vezes nos gestos fervorosos de grande parte dos torcedores que na semana passada fizeram ir por água abaixo a contratação de Getterson pelo São Paulo. Reveladas as declarações dadas via rede social pelo jovem atacante, não deixando dúvidas sobre sua veia corintiana, a coisa tomou outro rumo. E o jogador mesmo depois de ter sido apresentado ao lado do peruano Cueva foi devolvido ao J.Malucelli. O clube, segundo relatos que ouvi, teria tomado a decisão não pelo que tinha sido escrito mas pelo fato de ao questionar o jogador não ter ouvido dele um relato sincero do ocorrido.

Duvido que essa seria a decisão se o clube visse nele um grande craque, uma promessa de ganhos consideráveis. Levando em conta que Getterson escreveu tudo o que escreveu quando tinha perto de vinte anos a pena me parece cruel demais. E eu fico imaginando aqui quantos dos que se levantaram contra ele já não escreveram bobagens por aí e se, de repente, fossem convidados para assumir um cargo na sua área de atuação em um clube rival seriam honestos a ponto de recusar o convite alegando que, infelizmente, o clube de coração deles era outro. Tenham a santa paciência. Precisamos crescer moralmente.  

Nenhum comentário: