Outro dia eu cravei Flamengo no jogo contra o Avaí. Perdi. Na mesma rodada disse que o Coritiba, em casa, batia o Santo André. Deu Ramalhão. Fazer o quê? Nessa vida é impossível resisitir à todas as tentações.
Mas agora eu tô vendo. Amanhece no Recife e os torcedores do Sport comentam o último feito do time rubronegro. Aquele gol aos quarenta e quatro do segundo tempo na Vila, no domingo retrasado, tinha feito o Leão engasgar. O Durval deu um gás, o Ciro voltou a ser o que era, e o Goiás se viu perdido no Retiro. Bem longe de lá, na Ressaca de quem mira o fim da tabela, o Botafogo bem que tentou. Esse Avaí é complicado. Ruim na hora de vencer, chegado a dar um calor dos bons no visitante.
No Barradão, pudera, Neymar , suspenso, fez falta. Ganso, cheio de moral e de contrato novo tentou ditar o ritmo. Madson seguiu sendo o baixinho que dá sangue. E olha que há tempos os números do peixe fora de casa mais assustam do que confortam. Há tardes, e tardes. Na cidade mais rica do país, enquanto as máquinas vão levando embora o que restou de verde entre as marginais, na Avenida Paulista, na Praça Silvio Romero, no Anhangabau, na Lapa, corintianos esmiúçam a partida recém disputada no estádio Olímpico, que teve o Fenômeno Ronaldo rondando uma área, e Maxi Lopéz farejando a outra. É, nunca foi fácil a vida de um time que se pretende o melhor do Brasil.
De norte a sul do país todos defendem e lamentam lances mal marcados, jogadas de talento e entradas duras. São conversas alimentadas pelas cenas de um final de semana em que o Palmeiras, comandado pelas mãos de um outro técnico, aproveitou o vento a favor pra acalmar sua sempre ressabiada torcida. O que se viu na vindoura Arena da Rua Turiassu foi um time alviverde disposto, que mergulhou o Náutico numa mistura fatal de entusiasmo e toque de bola.
Os resquícios do ocorrido no Morumba são mais complexos. Não dá pra negar que o manto rubro-negro veste bem o imperador. Coisa que o passado - veja que ironia para um texto pretensamente futurista como este - é capaz de explicar. Isso sem falar que todo mundo tá cansado de saber o que anda roubando a tranquilidade das almas tricolores. Ter acostumado com a glória.
Nesse dia que se aproxima tudo será como antes. Quem teve, e perdeu, lamentará muito mais do que quem não tinha nada a perder.
E em Minas. Ah! Em Minas tá na cara! Os cruzeirenses vão semeando ressalvas, dizendo que só foi assim porque eles têm mais o que fazer. A decisão da Libertadores está aí. Além do mais, o Galo abraçou a condição de candidato ao título, e isso tem um preço. À vista nessa segunda-feira que já vejo despontar no horizonte.
Ao mirar esse futuro, ao dobrar essa esquina do tempo, a única coisa que sou capaz de bancar é que o futebol será infinitamente mais caprichoso e surpreendente ao escrever a própria história, repleta de instantes mágicos e sórdidos. Você verá. É logo ali. Um pouco depois que a décima rodada do Brasileirão terminar.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
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