O presidente da CBF chega a uma sala do estádio Loftus Versfeld, em Pretória, na África do Sul. Ao entrar percebe que de um lado da mesa onde será feita a reunião está todo o pessoal da FIFA, e do outro, os representantes do governo brasileiro. Diante da dúvida, precisou ajuda. Perguntou de que lado deveria se sentar. " Do nosso", teria dito o presidente da FIFA, Joseph Blatter.
O breve acontecimento foi relatado dias atrás. Estampado na página de um famoso diário, ocupou espaço mínimo, inversamente proporcional ao que representa. Veja. Saber de que lado estão as pessoas sempre foi informação preciosa.
Tarefa mais difícil teve o nosso ministro do Esporte, que precisou responder a quantas andam as isenções fiscais para a entidade máxima do futebol. Teria respondido que, no máximo, em três meses o tema entraria em votação. Diante disso podemos respirar aliviados. Afinal, ainda existe alguém neste país capaz de decifrar como funciona o nosso congresso, e a que velocidade.
A história também escancara a dimensão do poder de que desfruta a dona FIFA nos dias de hoje. Não que ela trate outros países de modo diferente. Talvez, em outras terras, ao menos encontre gente menos subserviente. E não há muita conversa com essa distinta senhora, desde muito tempo acostumada a mandar.
Trata-se de uma dama cortejada por homens importantes do mundo inteiro. Todos interessados nos dividendos que ela pode oferecer. Seus negócios se estendem por mais de duzentos países, numa teia de relacionamento capaz de superar até mesmo uma outra senhora muito bem relacionada, a ONU. Ela mesmo, a Organização das Nações Unidas.
A Dona FIFA não brinca em serviço, apesar de ter nascido do que um dia não passou da mais pura diversão. Seus asseclas jogam duro. Ainda em 2006, no início das tratativas, um dos seus mais altos dirigentes, ao ser perguntado se o Brasil teria condições de construir novos estádios, disparou, " Isso é ao governo brasileiro que o senhor deve perguntar".
Os homens da dona FIFA vão chegar em breve.
E terão assegurado o direito de entrar e sair do país incondicionalmente. Suas mercadorias para uso ligado ao evento estarão livres de impostos e qualquer outro tributo. E esses são apenas alguns privilégios de uma extensa lista. Como se não bastasse, a toda poderosa dama do futebol mundial vive em um mundo de sonhos. Um planeta rico, globalizado, e livre de concorrência. Vem daí boa parte da sua sedução.
O lado da mesa já pouco importa. As partes fecharam negócio. Estão juntas. Mas a FIFA dá as cartas. Quem ela pensa que é? Quem terá coragem de perguntar?
quinta-feira, 25 de junho de 2009
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