O clássico Brasil e Argentina passou e deixou que os mais atentos percebessem muita coisa. Os organizadores cuidaram literalmente de tudo. Não podiam correr o risco de deixar o torcedor que foi ao Mineirão sem o esperado espetáculo. Por isso, chamaram a Gal e o Skank. E talvez eles tenham feito valer o ingresso. Só eles, claro.
Mas... nossos jogadores insinuaram que havia algo para comemorar. A postura do time tinha sido outra. Diferente daquela coisa apática que apresentamos ao entrar em campo dias atrás para enfrentar o Paraguai. Pudera!
A torcida, com a paciência sendo testada a cada lance, não escondeu sentimentos. Entendeu o momento, exigiu, e chegou a ser impiedosa. É seu direito.
Robinho, por sua vez, fez o contrário. Parece não ter percebido o quanto nossa seleção precisava de um gol. E deixou que o goleiro argentino corresse atrás dele como quem disputa uma pelada nas areias das praias de São Vicente, cidade em que nasceu. Gosto do futebol do Robinho, e gosto da figura do próprio Robinho, mas tal jogada me soou insensível. Gostaria muito de saber o que passou pela cabeça dele ao ver o lance na TV.
Sobre Dunga, quase não me animo a escrever. Grosseiro, segue sem a mínima habilidade para lidar com uma das principais características do cargo que aceitou ocupar, que é a cobrança extrema.
Ao ser perguntado por minha companheira de redação, Laís Duarte, se achava que o resultado frustrante colocava seu cargo em risco, parecia ter sido desacatado, tamanha rispidez que colocou na resposta. E uma vez mais veio com aquela: "...você, que é inteligente, deveria saber...".
Por favor, já chega. Começo a achar que é mesmo questão de inteligência. Tomara que ele tenha acompanhado a repercussão da resposta que deu nos meios de comunicação, e tenha sacado o quanto a pergunta era necessária.
Quanto ao jogo, foi bom, não para a torcida, não para a seleção, foi bom para o estado de Minas Gerais, que aproveitou o momento, e se fortaleceu na disputa com São Paulo para ter a honra de sediar a abertura da Copa de 2014.
Um embate que promete lances emocionantes, além de momentos de pura rivalidade. O desespero é saber o quanto isso pode ser benéfico para RicardoTeixeira.
É isso que se desenha aos olhos do torcedor, do que pôde, e do que não pôde estar no Mineirão, e não extamente nas gerais, que por hora estão interditadas. Afinal, a precariedade dos nossos estádios não é novidade, como não é novidade também que precário anda o nosso futebol.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
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9 comentários:
concordo contigo, quanto ao Robinho é lamentável que tenha tomado a sua carreira para um lado pouco produtivo, na minha opinião
Esta seleção não tem a cara do povo brasileiro. O povo tem que lutar com muita garra contra às "intempéries" deste país para sobreviver...
Eles defendem a seleção por obrigação e não por prazer...
É muito triste...
[]s
Cláudio Maesi
Esta seleção não tem a cara do povo brasileiro. O povo tem que lutar com muita garra contra às "intempéries" deste país para sobreviver...
Eles defendem a seleção por obrigação e não por prazer...
É muito triste...
[]s
Cláudio Maesi
Caro José Renato,
bom vê-lo de novo por aqui. Sobre nossa seleção, tá difícil mesmo. E quanto ao Robinho, não tem brilhado.
Abraço
Cláudio,
é verdade, a seleção não tem nossa cara mesmo. E essa coisa de prazer e obrigação senti transparecer nas palavras do Gilberto. Não sei se você ouviu.
Ele reclamou dos aplausos para o Messi, e disse que as pessoas não estavam reconhecendo o esforço deles que sairam de casa e tal.
Jogar como quem cumpre obrigação não deveria ser o espírito.
Abraço
Fala Vladir Tudo bem!? Bom, o que eu tenho a falar, não tem nada a ver com o assunto em questão...
Gostaria de saber sua opinião sobre a possibilidade da Copa América ter o mesmo charme, ou algo parecido da Eurocopa?? Sempre pensei que a nossa copa poderia ser disputada por times de todas as américas, inclusive com uma eliminatória, podendo ser algo um pouco mais curto, coisa de 6 partidas no máximo... O que acha??
Até mais!!
Vladir, não dá mais pro Dunga. Nunca deu. A falta de tato (ou o excesso) com a imprensa é o de menos. Ele não treina bem o time, não sabe lidar com os jogadores, não dá um padrão tático... Acho que depois da Olimpíada ele sai. Porque se não sair logo, o planejamento pra Copa fica difícil.
E viu a exposição no Sesc de Santos sobre a Copa de 58? Linda, tem até a camisa que o Pepe usou num jogo.
Caro Rafael,
gosto dessa idéia de uma Copa das Américas, e não da América. Ouvi muito nesses últimos dias gente dizendo que a Euro é uma Copa do Mundo sem Brasil e Argentina, o que é um exagero. Seja como for, encontrar datas seria problema...
Mas querendo dava pra mudar...
Abraço
Marcio,
essa coisa de não treinar bem o time soa muito correta. E você sabe, as relações humanas são muito complicadas, sem tato colocam tudo a perder.
Sobre a exposição, não vi, mas vou dar uma olhada até quando estará lá. Valeu a dica.
Abraço
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