Um OLHO vê o portão do vestiário dos aflitos fechado. O OUTRO OLHO é cego para enxergar o portão fechado em São Januário, que impediu o Sport Recife de aquecer no gramado, tendo que fazê-lo dentro de um vestiário com cheiro de cola de sapateiro e de tinta de parede. Um OLHO arregala-se para ouvir a referência de caráter Wanderley Luxemburgo dizer que teve dificuldades para chegar à ilha, e que a comida de um Hotel 5 estrelas fez mal aos seus jogadores. O OUTRO OLHO é cego para enxergar as imagens do ônibus do Sport Recife sendo apedrejado no mesmo São Januário. Um OLHO vê a “truculência” da Polícia Pernambucana ao prender um indivíduo (igual a outro qualquer), após desrespeitar várias leis (gestos obscenos, agressão, etc.). O OUTRO OLHO é cego para enxergar a mesma “truculência” quando no Morumbi um jogador argentino foi algemado e preso ainda no estádio. Um OLHO assiste passivamente o presidente da federação carioca de futebol pedir para que não haja mais jogos de futebol em Pernambuco. O OUTRO OLHO é cego para lembrar que o estádio de São Januário pertence a um clube filiado a esta mesma federação carioca. Um OLHO se enche de brilho para falar e criticar os fogos de artifícios soltados por torcedores no Recife em frente a hotéis que hospedam delegações de clubes do sul. O OUTRO OLHO é cego para enxergar as imagens dos foguetórios realizados em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, sempre que partidas decisivas são realizadas lá. Um OLHO se abre para criticar o Estado de Pernambuco, seus Estádios de Futebol (onde se diga nunca houve mortes por brigas de torcidas), e seus Clubes. O OUTRO OLHO fica cego e não se lembra das mortes de torcedores em estádios do sudeste e do sul. Um OLHO se abre de PRECONCEITO. O OUTRO OLHO se fecha de VERGONHA.
Começou a carreira no início da década de noventa como repórter da TV Tribuna, na cidade de Santos. É autor de livros e documentários. Trabalhou como repórter e apresentador do programa "Grandes Momentos do Esporte, da TV Cultura, de São Paulo, onde atualmente apresenta o programa "Cartão Verde".
2 comentários:
UM PAÍS DE CAOLHOS!!
Um OLHO vê o portão do vestiário dos aflitos fechado.
O OUTRO OLHO é cego para enxergar o portão fechado em São Januário, que impediu o Sport Recife de aquecer no gramado, tendo que fazê-lo dentro de um vestiário com cheiro de cola de sapateiro e de tinta de parede.
Um OLHO arregala-se para ouvir a referência de caráter Wanderley Luxemburgo dizer que teve dificuldades para chegar à ilha, e que a comida de um Hotel 5 estrelas fez mal aos seus jogadores.
O OUTRO OLHO é cego para enxergar as imagens do ônibus do Sport Recife sendo apedrejado no mesmo São Januário.
Um OLHO vê a “truculência” da Polícia Pernambucana ao prender um indivíduo (igual a outro qualquer), após desrespeitar várias leis (gestos obscenos, agressão, etc.).
O OUTRO OLHO é cego para enxergar a mesma “truculência” quando no Morumbi um jogador argentino foi algemado e preso ainda no estádio.
Um OLHO assiste passivamente o presidente da federação carioca de futebol pedir para que não haja mais jogos de futebol em Pernambuco.
O OUTRO OLHO é cego para lembrar que o estádio de São Januário pertence a um clube filiado a esta mesma federação carioca.
Um OLHO se enche de brilho para falar e criticar os fogos de artifícios soltados por torcedores no Recife em frente a hotéis que hospedam delegações de clubes do sul.
O OUTRO OLHO é cego para enxergar as imagens dos foguetórios realizados em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, sempre que partidas decisivas são realizadas lá.
Um OLHO se abre para criticar o Estado de Pernambuco, seus Estádios de Futebol (onde se diga nunca houve mortes por brigas de torcidas), e seus Clubes.
O OUTRO OLHO fica cego e não se lembra das mortes de torcedores em estádios do sudeste e do sul.
Um OLHO se abre de PRECONCEITO.
O OUTRO OLHO se fecha de VERGONHA.
Marcelo Brito Carneiro Leão
Caro Marcelo,
a final da Copa do Brasil provocou mesmo muito preconceito. Digamos que é a dificuldade de enxergar longe.
Abraço
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