quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O protagonista


Muito tem sido dito sobre os treinadores, não é de hoje. E é bem possível que o reinado desse homem que tratarei como personagem principal destas linhas tenha alcançado importância ainda maior também pelo fato de não existir um jogador no futebol brasileiro neste momento capaz de rivalizar com ele, se não em importância, ao menos, em protagonismo. Se Tite é, ou não, o grande treinador da história do Corinthians deixo para que os interessados nesse tipo de questão debatam. Mas adianto que prefiro me deixar levar pelo que cada um dos postulantes ao posto teriam e têm de mais particular sem me render às comparações, sempre perigosas. 

No meio futebolístico, em que nomes brilham e se apagam com velocidade espantosa, é de se notar e levar em conta a solidez da trajetória desenhada pelo gaúcho Adenor Leonardo Bachi, o Tite. E ele nunca escondeu de ninguém que em certo momento decidiu mudar de rumo convencido de que só um grande triunfo à frente de um time paulista ou carioca daria outra dimensão ao trabalho dele. Pois é justamente a dimensão que ele vai ganhando um dos detalhes que mais impressionam nisso tudo. 

Ao aceitar voltar ao comando do Corinthians Tite aceitou também o desafio de reconstruir simplesmente o ápice de sua vida profissional. E agora, ao conquistar o segundo título brasileiro com o time, mantém viva essa possibilidade. E imagino que não poderia existir detalhe melhor para mexer com a emoção e o imaginário da torcida do velho esquadrão do Parque São Jorge. Dimensão essa que se torna ainda mais clara quando passa a ser difícil não aceitar que o trabalho realizado dignifica não somente o clube que ele comanda, mas o futebol brasileiro. 

E não há de ser apenas a recente conquista a grande prova de que Tite nos dias que correm leva boa vantagem sobre a concorrência, mas deve-se somar a isso a forma do Corinthians atuar, a discreta ousadia, a competitividade latente que já não atenta contra o que um bom time de futebol deveria sempre propor. Tite evoluiu e pode olhar desde já os que têm ido à Europa estudar, fazer cursos, trabalhar e tirar foto, com a serenidade de quem assimilou o aprendizado e mandou ver na lição. Por isso, não é à toa que os corintianos andam morrendo de medo de perdê-lo para a seleção, ainda mais quando o treinador diz com todas as letras que se preparou pra isso. Mas estamos cansados de saber que a CBF não costuma se render às evidências. É ou não é? 

Nenhum comentário: