Muito tem sido dito sobre os treinadores, não é de hoje. E é bem possível que o reinado desse homem que tratarei como personagem principal destas linhas tenha alcançado importância ainda maior também pelo fato de não existir um jogador no futebol brasileiro neste momento capaz de rivalizar com ele, se não em importância, ao menos, em protagonismo. Se Tite é, ou não, o grande treinador da história do Corinthians deixo para que os interessados nesse tipo de questão debatam. Mas adianto que prefiro me deixar levar pelo que cada um dos postulantes ao posto teriam e têm de mais particular sem me render às comparações, sempre perigosas.
No meio futebolístico, em que nomes brilham e se
apagam com velocidade espantosa, é de se notar e levar em conta a solidez da
trajetória desenhada pelo gaúcho Adenor Leonardo Bachi, o Tite. E ele nunca escondeu de
ninguém que em certo momento decidiu mudar de rumo convencido de que só um
grande triunfo à frente de um time paulista ou carioca daria outra dimensão ao
trabalho dele. Pois é justamente a dimensão que ele vai ganhando um dos
detalhes que mais impressionam nisso tudo.
Ao aceitar voltar ao comando do
Corinthians Tite aceitou também o desafio de reconstruir simplesmente o ápice de
sua vida profissional. E agora, ao conquistar o segundo título brasileiro com o
time, mantém viva essa possibilidade. E imagino que não poderia existir detalhe
melhor para mexer com a emoção e o imaginário da torcida do velho esquadrão do
Parque São Jorge. Dimensão essa que se torna ainda mais clara quando passa a ser
difícil não aceitar que o trabalho realizado dignifica não somente o clube que
ele comanda, mas o futebol brasileiro.
E não há de ser apenas a recente
conquista a grande prova de que Tite nos dias que correm leva boa vantagem sobre
a concorrência, mas deve-se somar a isso a forma do Corinthians atuar, a
discreta ousadia, a competitividade latente que já não atenta contra o que um
bom time de futebol deveria sempre propor. Tite evoluiu e pode olhar desde já os
que têm ido à Europa estudar, fazer cursos, trabalhar e tirar foto, com a
serenidade de quem assimilou o aprendizado e mandou ver na lição. Por isso, não é
à toa que os corintianos andam morrendo de medo de perdê-lo para a seleção,
ainda mais quando o treinador diz com todas as letras que se preparou pra
isso. Mas estamos cansados de saber que a CBF não costuma se render às
evidências. É ou não é?
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