Não é de hoje que o futebol se mostra carente de personagens que
possam lhe emprestar alguma graça. Diante dessa constatação óbvia acabo
inevitavelmente dando de cara com uma razão a mais para encher a bola (já mais do que
cheia) de Adenor Leonardo Bachi, conhecido no mundo da bola como Tite. O
comedimento não me permite afirmar com certeza que o treinador corintiano
atravessa seu melhor momento, visto que recentemente o homem conseguiu levar o
Corinthians à conquista do Mundial de Clubes da FIFA. Triunfo inédito que
condenou a soar sem sentido uma infinidade de piadinhas que os corintianos há
muito tempo eram obrigados a suportar.
E Tite o fez em grande estilo, depois de
ter levado o Corinthians a vencer a Libertadores de forma invicta, derrotando na
final um adversário do quilate do Boca Juniors, da Argentina. E se suspeito que
ele possa mesmo estar vivendo um momento ainda melhor do que aquele é também
porque embuto aí uma dose de torcida, já que isso seria bom pro futebol
brasileiro. Há ainda um triunfo louvável
alcançado por Tite e que em geral passa meio despercebido. Falo do respeito que
ele conquistou. Estamos cansados de ver treinadores de currículo notável serem
sistematicamente contestados pela crônica, pelos torcedores. Mas desde a sua
volta Tite dá a impressão de pairar acima, de estar imune às contestações. Diria
que não é à toa. Pois se prestarmos bem atenção até o discurso do treinador se
apurou e, na contra mão do que apuro pode significar, ficou mais claro, mais
fácil de compreender.
Veremos o que ele terá de enfrentar quando o
Corinthians der de cara com desafios maiores, quando o time perder a
invencibilidade que por hora ostenta nesta temporada. Tite ultimamente impõe aos que acompanham futebol um questionamento do
qual é praticamente impossível se livrar: Até onde ele pode chegar? Essa é a tal
pergunta que Tite tem feito martelar em nossas cabeças. E devo confessar,
tenho tido prazer em alimentá-la pela certeza de estar diante de um homem
encarando o desafio ir além do que já fez de melhor. Imagino também que alguém
em momento de tamanho reconhecimento e prestígio consiga tratar com seus
comandados em um outro nível. O que só faz a bendita pergunta voltar a soar. Até
onde Tite pode chegar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário