Com quem afinal o futebol é justo? Fiquei pensando nisso desde que
ouvi o técnico do Atlético Mineiro dizer que o título da Copa do Brasil conquistado pelo Galo tinha
sido o triunfo mais justo que ele tinha visto em toda a vida. Dito pelo treinador do time em questão poderia ter
soado oportunista. Mas o fato é que considerei a declaração muito acertada
pois já tinha essa mesma sensação comigo.
Não demorou e vi o Muricy resumir a
eliminação do São Paulo da Copa Sulamericana pelo Atlético Nacional, da
Colômbia, como a maior injustiça já vista por ele. A julgar, então, pelo que anda sendo dito depois de cada rodada o futebol deve ser mesmo o
mais injusto dos esportes. E isso faria do acontecido com o Galo algo singular
e, por tabela, digno de registro. Notem só o que disseram alguns dos
personagens do futebol na penúltima rodada do Brasileirão.
Mano Menezes, técnico
corintiano, que amargou um cinco a dois do Flu, não segurou a onda. Acabou
expulso. E mais tarde sugeriu aos jornalistas que decisivo mesmo no jogo tinha
sido a vontade do juiz, que estava "louco pra marcar". O mais filosófico dos
leitores pode me dizer que o juiz não é, propriamente, o futebol. Realmente não
é. Mas tomo a liberdade de incluí-lo no contexto, afinal, o futebol está sujeito
à vontade dos homens.
Fred, o artilheiro, também colocou a boca no
trombone. Terminada a peleja no Maraca fez um breve resumo do que o futebol lhe
reservou nos últimos tempos. Um atraso monumental nos pagamentos, uma pequena
parcela da torcida o colocando contra a parede. Outro que jura de pé junto que o
futebol não tem lhe tratado com justiça é Leandro Damião. O atacante santista
depois de ter marcado os dois gols da vitória santista sobre o Botafogo disse
com todas as letras que foi colocado de lado a certa altura. E que tinha vindo
pro Santos pra ser titular. Promessa que se tivesse sido cumprida poderia ter
feito o futebol ser injusto com os companheiros dele. É ou não é?
E mais, já abraçamos o
sistema de pontos corridos, dizendo, entre outras coisas, que com ele
evitaríamos a suposta injustiça de ver um oitavo colocado na fase de
classificação tirar o título de quem tinha terminado a mesma fase como líder.
O futebol imita a vida, não é o que dizem? Pois, então, ela também não prima
pela justiça.
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