A América tem um novo campeão, o San Lorenzo, da
Argentina, que há de ter triunfado com as bençãos do Papa Francisco e com a ajuda do Viagra, ministrado para dilatar as veias dos argentinos quando
precisaram mostrar vigor físico nas alturas. Viagra, isso mesmo! Maiores
detalhes podem ser encontrados numa simples "googada". Para os que não dominam
tal vocabulário trata-se do ato de fazer uma busca no google.
Tá certo, a ausência de um time
brasileiro na final da Libertadores minou nosso interesse. Mas será que a falta
de tradição e apelo dos dois finalistas e a ausência de uma equipe brasileira na
disputa justificam tamanho descaso com os momentos finais do mais importante
campeonato de clubes do nosso continente? Pelo visto não nutrimos a mínima
reverência pelo torneio, queremos saber é dos nossos clubes e ponto.
Historicamente alimentamos um desinteresse pelas coisas da América do Sul e o
futebol no momento parece reforçar essa realidade. Vale notar.
Desde que Julio
Grondona saiu de cena, no último dia 30 de julho, o futebol sul-americano viveu
episódios importantes, que estiveram longe de receber a devida a atenção.
Grondona foi nos últimos tempos o cartola mais influente do nosso continente.
Cinco dias depois de sua morte a sede da Associação Argentina de Futebol, que
ele presidiu nos últimos trinta e cinco anos, foi invadida por oficiais de
justiça à procura de provas de desvio de dinheiro na negociação feita com o
governo pelos direitos de transmissão do campeonato argentino.
A morte de
Grondona deixou vaga a vice-presidência da FIFA. Lógico seria pensar que a
situação pudesse abrir caminho para nomes como Marin ou Del Nero. Eis que semana
passada o uruguaio Eugênio Figueiredo renunciou à presidência da Confederação
Sul-Americana para assumir a tal vice-presidência. Confederação essa em que o
futebol brasileiro nunca exerceu papel de destaque, ainda que tenha sido
presidida por José Ramos de Freitas entre 1957 e 1959.
Em outras palavras, politicamente
ficamos como já estávamos. Eugênio Figueiredo, um senhor de oitenta e dois anos,
cujo poder no futebol uruguaio o faz muito semelhante a outros dirigentes que se
perpetuam no poder, passou o cargo para Juan Angél Napout, paraguaio, como era
Nicolás Leoz, antecessor de Eugênio. Leoz, que estava no poder desde 1986,
entregou o cargo em abril do ano passado, alegando problemas de saúde. Tinha na
época oitenta e quatro anos.
Eugênio Figueiredo durante vinte, de 93 a 2013,
ocupou a vice-presidência da Conmebol, de onde saiu agora o Sr Napout. Ou seja,
nem com todo esse frenesi o Brasil foi capaz de crescer no cenário político do
futebol sul-americano. Del Nero teria sido convidado para assumir a tal
vice-presidência da FIFA mas teria negado, alegando que em breve terá de
comandar a CBF e isso exigirá muito trabalho. Tocante, não? Nada de novo em um
país que historicamente nunca teve muitos olhos para as coisas da nossa
América.
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