Há algo de intrigante no desempenho dos times do Rio neste Brasileirão. Mas o acontecido, talvez, tenha explicação. No ano passado, logo após conquistar o título com o Fluminense, Muricy Ramalho fez questão de dizer umas verdades. O então treinador do time das Laranjeiras, em pleno momento de festa, afirmou que esperava que o triunfo servisse para abrir os olhos da diretoria, que era preciso criar uma estrutura melhor para o futebol do Flu.
Muricy foi além, enalteceu a comissão técnica que, segundo ele, muitas vezes tinha se desdobrado para suprir tanta carência. Foi assim na lata mesmo! Muricy disse que se tratava de uma turma de guerreiros que muitas vezes tinha saído em busca de uma academia às pressas para fazer a recuperação dos atletas, já que o clube não tinha uma piscina ideal para isso. E olha o Fluminense aí, soltando o bafo no cangote das equipes mais bem colocadas do campeonato.
A estrutura atual do Vasco, do Botafogo e do Flamengo também estão longe de honrar toda a tradição desses clubes. Que uma estrutura de primeira faz diferença não resta dúvida. Mas, pra mim, a lição que fica é que apenas ela jamais será capaz de levar um clube aos títulos.
Poderíamos dizer que no caso do Palmeiras, que conta com uma boa estrutura, o elenco acabou comprometendo o trabalho da temporada? É possível. Mas o que dizer do São Paulo, que tem ótimo elenco e um centro de treinamento tido como modelo? Time, meus amigos, precisam e precisarão sempre dar liga.
Querem outro exemplo? O Santos! É bem provável que tudo que o clube santista conseguiu nos últimos tempos seja reflexo das altas somas investidas em infra-estrutura. Mas ainda que o título da Libertadores sirva de desculpa para um time pouco interessado e pouco vibrante, não dá pra negar que com hotel, campos de treinamento e tudo, o saldo do caro elenco santista anda no devedor.
Podemos citar ainda o enigmático caso do Cruzeiro, que nos últimos anos esteve na briga por todos os grandes títulos, era apontado como favorito ao Brasileirão no início da temporada atual, enaltecido por suas instalações esportivas, e agora aí está o time mineiro, à beira do vexame. Vale ressaltar que além de boa estrutura os cruzeirenses têm bom elenco.
Meu romantismo não é tão grande que me permita dizer que essa coisa de boa estrutura é bobagem. Claro que não é. Morro de curiosidade pra saber onde estariam os grandes do Rio nesse momento se tivessem estruturas melhores do que as atuais. Resposta que jamais virá, lógico.
Pois a minha explicação, senhores, é simples. E o melhor de tudo é que ela protege a grande mística do futebol. A minha explicação é: o poder dos homens. São os homens que fazem a diferença. Ainda bem! Imaginem como o jogo perderia a graça se ter tudo do bom e do melhor fosse garantia de título.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
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